Para uma conversa ainda mais ampla e inclusiva, convidamos Vinícius Lima e Eddy Venino, profissionais da área de games e, como nós apresentadores – Arthur Pieri e Letícia Leite -, apaixonados por arte nas suas diversas formas.

ShowmeCAST discute representatividade x representação

Começamos a conversa estabelecendo a diferença entre representatividade e representação. O segundo, de maneira geral, abrange tanto os ótimos exemplos quanto estereótipos nocivos à comunidade. A nossa representatividade deve abraçar uma diversidade capaz de refletir a realidade, para que toda pessoa possa se enxergar nos seus filmes, séries e jogos preferidos.

Importância da Representatividade

O que significa para nós, membros da comunidade LGBTQIA+, enxergar nossa vivência em outra pessoa, com destaque na mídia? Bom, primeiramente, o básico: significa que existimos. Esse é o primeiro ponto sobre a importância da representatividade. Depois, nos reconhecer em histórias e ver que podemos ocupar certos lugares que não nos cabiam antigamente, é libertador. Desta maneira, é essencial para combater a LGBTfobia e inserir cada vez mais pessoas LGBTQIA+ na sociedade, seja por meio de cargos de liderança em empresas, personagens relevantes ou a presença de artistas nas mídias. Porém, é preciso fazer isso da maneira correta. Falamos bastante sobre o queerbaiting, expressão que define um tipo de “isca” para o público LGBTQIA+, na maioria das vezes, rotulando um personagem ou até mesmo artista como um membro da comunidade de maneira superficial, sem retratar de fato o que isso significa na história. Essa falta de desenvolvimento pode ser prejudicial, já que coloca relações e afetos de volta para o armário.

Censuras nas mídias

Antes de construir o futuro, é preciso olhar para o passado, de modo a relembrar como o conteúdo que leva pessoas LGBTQIA+ foi visto em determinas épocas e culturas do mundo. Alguns exemplos de censura são Sailor Netuno e Sailor Urano, em que o termo “lover” ou “namorada” foi traduzido para “prima” nos EUA e Brasil. Inclusive, vale olhar com mais atenção para o nosso país. Xena estava sempre acompanhada por Gabrielle, que também tem seu protagonismo em Xena: A Princesa Guerreira. Havia um romance subentendido na trama entre as duas, desenvolvido discretamente durante as 6 temporadas. O fato é que, mesmo nos anos 90, a transmissão original para TV aberta apresentou cenas de beijo entre as duas na forma de sonhos e frutos da imaginação das personagens. Porém, no Brasil, todas essas cenas foram cortadas.

Caminhos para a diversidade

Somos jornalistas, locutores, apresentadores, desenvolvedores, artistas, ilustradores, pro players e muito mais. Por isso, questionamos: a indústria e o mundo geek ainda possuem dificuldade com lideranças ou profissionais que fazem parte da comunidade LGBTQIA+? Além de direitos iguais, queremos ser bem representadxs e inclusxs em todos os setores da sociedade. Seja nos jogos, livros, séries, cinema ou nos lugares em que trabalhamos. Gostamos de fazer ShowmeCAST assim, cada vez mais incluso para que todxs possam se identificar. Veja também Se você perdeu o último episódio do ShowmeCAST, confira nosso bate-papo com o  jornalista e criador de conteúdo de games Eduardo Rebouças a respeito de serviços e assinaturas de games. Falamos sobre os novos planos da PlayStation Plus, o Xbox Game Pass na atualidade e se o Nintendo Switch Online se encaixa como competição nesse mercado tão disputado.

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