O caso de discriminação racial

Owen foi admitido em 2015 e exercia a função de operador de elevador na fábrica da Tesla. O profissional afirmou ter presenciado diversas vezes atitudes racistas e depreciativas à sua pessoa durante seu expediente por parte de outros funcionários. Da mesma forma, insultos foram direcionados a ele. Os incidentes tiveram impacto emocional e psicológico no ex-funcionário, que afirmou ter passado por distúrbios devido aos ataques. O tribunal de São Francisco, que está sob encargo do caso, decidiu que a Tesla precisa pagar US$ 7 milhões pelos danos emocionais de Owen e US$ 130 milhões como punição. A justiça norte-americana diz que a empresa negligenciou o caso internamente ao não supervisionar seus funcionários e deixar atitudes como essas acontecerem, e categorizou ainda o ambiente de trabalho como racialmente hostil. Jarry Organ, advogado do ex-funcionário, diz que o valor a ser pago é o maior já visto em um caso de discriminação racial nos Estados Unidos, o que deve encorajar outras empresas a levar o preconceito racial no local de trabalho mais a sério. “Owen e eu esperamos que isso envie uma mensagem à América corporativa para que olhe para o seu local de trabalho e, se houver problemas, tome medidas proativas para proteger os funcionários contra a conduta racista”, afirma ao site NPR.

O que diz a Tesla

Embora a atitude tenha sido decidida, a Tesla não hesitou em discordar. Em uma publicação em seu blog oficial, a empresa afirma que é inocente e tenta justificar o problema ao dizer que Owen era apenas um empreiteiro e não um contratado. Além disso, a corporação diz que as acusações só surgiram porque uma oportunidade de emprego foi negada ao profissional. “O Sr. Diaz fez reclamações por escrito a seus supervisores que não eram da Tesla. Isso foi bem documentado nos nove meses em que trabalhou em nossa fábrica. […] Não houve depoimento de testemunhas ou outras evidências de que alguém já ouviu a palavra n (termo de cunho racista) usada em relação ao Sr. Diaz”, publicou a Tesla. Mesmo após negar tudo, a Tesla quis reforçar que está mudando sua política interna e que “ainda não é perfeita”. “Continuamos a crescer e melhorar a maneira como tratamos as preocupações dos funcionários. Ocasionalmente, erramos e, quando isso acontece, devemos ser detidos responsável”, reitera a carta. Embora não mude a decisão final do tribunal de justiça, a Tesla parece estar preocupada em manter uma imagem positiva aos seus funcionários internos. O caso judicial levanta a questão racial no expediente de trabalho que, especialmente nos Estados Unidos, é um tópico que tem ganhado grandes proporções. Espera-se que, ao menos, a atitude inaceitável não continue sendo reproduzida pela Tesla de Elon Musk nem por outras empresas de qualquer setor.

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