Com plugue P3, outra surpresa é o Recon funcionar somente se a bateria estiver carregada. O motivo? Ele tem amplificadores internos para melhorar sua experiência sonora. Nas últimas semanas pudemos testar o Turtle Beach Recon 200 em diversos cenários e te contamos aqui neste review como ele se saiu.
Design e conforto
O Turtle Beach Recon 200 traz design leve e uma tiara de metal, funcionando nos consoles Xbox One, Xbox Series X|S, PS4 Pro, PS4 e PS5. Há uma dupla de speakers de 40 mm e um microfone de alta sensibilidade. Ele também conta com almofadas em couro sintético e espuma de memória para maior conforto (e melhor isolamento). Do lado esquerdo encontramos um interruptor para seleção de console, a roda para ajuste de volume dos fones e o ajuste de volume para o monitor do microfone. O que de fato me surpreendeu ao tirar o Turtle Beach Recon 200 da caixa foi não poder conectá-lo a um dispositivo e testar imediatamente, afinal, ele funciona com uma bateria – sim, mesmo com fio. A justificativa? O Recon traz amplificação de áudio e Bass Boost. A estimativa da fabricante é de 12 horas por carga completa, recarregando-o via micro USB. Por sinal, a conexão dele com os controles de videogame é via plugue P3. Um incômodo comum de quem usa óculos e headphones é o quão confortável essa combinação se mantém durante horas de jogo. Fones over-ear precisam manter-se firmes sem pressionar o ponto entre a sua orelha e a armação dos óculos, o que por conta própria é um desafio de design. Pelos materiais do Turtle Beach Recon 200 serem bem maleáveis e leves, afirmo: mesmo depois de duas horas, o headset ficou estável e esteve gentilmente colocado sobre o maior ponto de pressão – ou seja, ele é sutil e imperceptível. Nosso modelo de testes veio na cor branca com detalhes em preto e cinza, porém, há a opção de fones pretos para quem preferir. Como tive apenas duas semanas para testá-lo, como de costume nos reviews aqui do site, não posso afirmar o quão bem ele se dá em questão da durabilidade dos materiais a longo prazo. Lembramos que, nos “tempos de ouro” da Turtle Beach aqui no Brasil lá pelo começo da década passada, os produtos em si eram bastante elogiados pela resistência dos componentes. Há chances de ser o caso deste, dado que o acolchoamento é revestido por couro sintético, mas só o tempo dirá.
Áudio e bateria
Por ser um fone com amplificador que depende de bateria para funcionar, é cabível comentar simultaneamente estes pilares em nossa análise do Turtle Beach Recon 200. Ao conectá-lo no Xbox Series X foi necessário ir às configurações de saída de áudio para perceber um dos pontos fortes do Recon: ter passagem de Dolby e DTS direto do console. O único problema é a licença de ambos ser paga – no caso do Dolby Atmos para headphones é quase 30 dólares. A opção gratuita é o Windows Sonic for Headphones. Ironia completa foi o áudio ter volume muito mais alto quando selecionei o modo para PS4, tanto no Series X como no meu smartphone. Não notei diferença de frequência, mas o volume máximo como um todo fica mais alto no modo PS4 independente de onde conectei o Turtle Beach Recon 200. Por sinal, ele conta com drivers de 40 mm, uma normal dentre estes headphones. O tamanho deles e a resposta de frequência (20Hz – 20kHz) são traduzidas em uma razoável margem de alcance entre graves e agudos. Jogos imersivos de tiro em primeira pessoa ou stealth, competitivos, onde passos do adversário e os mínimos ruídos servem como auxílio, te encorajam a jogar com fones de ouvido para melhor noção espacial. Quem quiser jogar o novo modo 3×3 do Apex Legends, por exemplo, vai poder aproveitar da percepção de ambiente proporcionada pelo Recon 200. Ele ainda isola bem o áudio exterior e dispensa por completo funções como cancelamento de ruído ativo – tem cancelamento físico por conta dos fones over-ear. Testando a performance do Turtle Beach Recon 200 com músicas, realmente ele mostra a que veio. O volume é altíssimo, como esperado. Mesmo assim, para uso na rotina fora dos games, o diferencial dele pende mais para conforto do que necessariamente para qualidade sonora. A memory foam dos fones “abraça” as orelhas e torna o isolamento ideal para quem quiser se concentrar no trabalho enquanto ouve uma boa música. O ponto mais delicado (e fraco) do Turtle Beach Recon 200 é a bateria. Essa foi a primeira vez que tive o prazer de testar um fone com fio que precisasse ser carregado para funcionar, então explica-se a estranheza quando soube que ele precisava dessa atenção extra. Não é incomum fones sem fio terem diferencial por conexão P3 ou USB, sendo a conexão Bluetooth apenas uma opção. Neste cenário, teríamos justificada a obrigação de uma bateria. Com o Turtle Beach Recon 200 a ideia é outra, pois a bateria tem um único propósito: como adiantamos, há amplificação. Ela funciona, de fato. Os fones até chegam a vibrar. A depender do conteúdo há distorções você coloca no talo, o que é mais perceptível com músicas e ignorável quando você está jogando. Porém, é no mínimo curioso que outros fones P3 sem bateria (com cabo removível) de padrão intermediário/alto conseguem proporcionar um som imersivo bastante similar. As 12 horas de duração afirmadas pela fabricante são reais. Carregando assim que o tirei da caixa, utilizei por um final de semana inteiro e, durante a tarde, trabalhando nos demais dias. No computador foram cerca de 3 horas para carregar. Pelo menos você pode usar enquanto ele carrega, mas para isso você vai precisar de um cabo maior que o incluso no pacote. Se seu setup com PlayStation 4 for próximo o suficiente da tela, pode utilizar o cabo do controle sem problemas. No caso do Xbox, que funciona com pilhas, você vai precisar de outra saída – como plugar o Recon no adaptador de tomada para celular.
Microfone
Em uma chamada via Discord tive o áudio elogiado quando resolvi plugar o Turtle Beach Recon 200 no computador. A voz estava “nítida e com volume mais alto“, como informou o colega no outro lado da linha. O mesmo aconteceu quando arrisquei uma conversa pelo celular (smartphone Android). Mudar de PS4 para Xbox não fez diferença neste caso. Particularmente prefiro os microfones retráteis (que entram em um dos lados do headphone), mas a função de mutar o microfone quando você o gira para cima vem a calhar no meio de uma partida acirrada. Com o Recon no Xbox o único problema que tive foi o volume baixo durante uma chamada in-game de Call of Duty Warzone, por comparativo com outros amigos no lobby. Durante a comunicação própria do Apex Legends não houve reclamação. É obviamente um problema de compatibilidade, mas estranhei por nunca ter esta reclamação quando pluguei fones baratos de celular. A regulagem de volume de monitoria foi uma boa opção. Por, em particular, não gostar de ouvir minha voz e ruídos externos em tempo real, deixei esta função no zero na maior parte do tempo. Devido ao ótimo isolamento, colocar a monitoria na altura dos 20% ajuda a ter uma noção dos barulhos do ambiente sem precisar tirar o Recon da orelha.
Conclusão e custo-benefício
Uma das concorrências mais fortes do Recon 200 são os Razer Kraken mais recentes, com as versões multiplataforma custando metade do Recon. Fato é que tanto a Corsair como a HyperX disparam no mercado nacional em suas linhas de fones para PC e consoles. O Cloud Stinger S, por exemplo, pode ser encontrado por um preço bastante inferior e há ainda versões específicas da linha Stinger, para ambos PS5 e Xbox, nesta mesma faixa de preço. Conexão P3 ou USB (e a adição da placa 7.1) variam, então vai do gosto do cliente. Logo, a relação custo-benefício do Turtle Beach Recon 200 não é a das melhores quando realizamos uma simples comparação direta aos concorrentes. Um fator acima disso, porém, é o quanto um Turtle Beach funcionaria a longo prazo. Modelos anteriores duram anos até desgastar as almofadas. As hastes são confiáveis e servem para gamers que gostam de ter um produto robusto em mãos. Novamente voltamos a falar sobre a presença da bateria, cuja vida útil pode ser questionável – preocupação anulada em outros headsets com fio. Além disso também temos o próprio fio que, se pudesse ser removido/trocado, aumentaria a vida útil do produto. Donos de headsets gamers sabem muito bem que qualquer mau contato com o fio (fixo) é sinônimo de inutilidade. Então se a justificativa da bateria do Recon é para amplificação e, virtualmente, não se sente grande contraste entre fones 30% mais baratos, o diferencial que deveria “atrair” compradores acaba sendo um tiro no pé. Por fim, quem passa horas na frente do console busca uma confiança básica nos fones e não quer se preocupar com a bateria deles – pois já basta a do controle. Quem precisa intercalar as sessões de jogatina com outros afazeres vai demorar a lembrar de desligar os fones sempre que tirá-los do pescoço e, por consequência, vê a carga ir embora mais rápido. E aí, gostou do headset Turtle Beach Recon 200? Conte para a gente nos comentários abaixo!