Agora, em 2022, o primeiro jogo retorna, nove anos depois de seu lançamento original, em The Last Of Us: Parte 1, para o PlayStation 5. Com preço de um jogo novo da atual plataforma e com promessa de deixar o título tecnologicamente mais próximo de sua sequência, será que o game cumpre as promessas? Confira em nosso review:

O mesmo pacote – mas num embrulho mais bonito

The Last of Us: Parte 1 traz aos jogadores a campanha original do título e a DLC, Left Behind. O acesso a ambas ainda é feito de forma separada, possivelmente para preservar o pacing da história original – uma decisão que inicialmente eu não gostei, pensando que seria uma oportunidade de conectar os dois pontos de maneira sucinta, mas entendo também a opção da Naughty Dog. Esse acesso separado pelo menu é o mesmo presente em The Last of Us Remastered, de PS4, que ainda pode ser encontrado facilmente em lojas e por preços incrivelmente acessíveis, como R$ 50 – o que começou a construir em minha cabeça, desde que eu dei o play, uma comparação e procura de justificativas para a existência dessa nova versão de mais de R$ 300. Ao entrar no jogo, porém, percebemos de cara as mudanças. Por mais que em trailers e comparativos muitas vezes as mudanças pareçam simples, a realidade é que, na TV, a experiência muda de forma absurda. As animações dos personagens são extremamente realistas, a iluminação talvez seja uma das mais avançadas que já vi no PS5 e as expressões faciais, embora não causem o mesmo choque do original de 2013, são extremamente bem construídas, ao ponto de fazerem os bonecos parecem atores (frase clichê, eu sei, mas é real). É um primor técnico, algo que nos últimos anos a Naughty Dog vem tentando alcançar, mas que, ao mesmo tempo, parece perder parte do que torna o desenvolvimento de jogos uma atividade tão interessante para muitos devs, trocando soluções inteligentes para mostrar detalhes, como texturas, pela existência de modelos 3D completos e que, muitas vezes, parecem um exagero — embora ainda impressionante. É inegável que o avanço cria um jogo muito interessante, uma experiência bonita e que também pode sim ser considerada arte, mas é difícil pelo menos em termos de história entender a justificativa para sua existência – e é aí que o gameplay entra.

A bancada de The Last of Us Parte 2 retorna

Em jogabilidade, The Last of Us Parte 1 é bem mais excelente que o original por estar com todas as mudanças que tornaram a experiência da sequência de 2020 um dos títulos mais satisfatórios em termos de tiroteio e exploração. A IA dos inimigos agora é muito mais apurada, conseguindo identificar o jogador em maiores distâncias, e são mais agressivos no combate corpo a corpo, requisitando mais cuidado e atenção dos jogadores para não levarem um game over. Além disso, Ellie também ajuda de forma diferente, tornando-a uma companheira ainda melhor. Ela é mais ativa nos combates e, embora cometa às vezes alguns erros, justificáveis por ser uma criança, torna o combate bem mais engajante. Fora do combate, situações como pegar itens no chão, jogar para distrair inimigos, mudar seus pontos de observação e as bancadas de upgrade com as animações de montagem também se fazem presentes, modificando o ritmo de jogo do original e transformando The Last of Us Parte 1 em uma experiência, pelo menos em jogabilidade, diferente. Extras também permeiam a experiência, como filtros desbloqueados após terminar o jogo que permitem o jogar em preto e branco ou em filtro 8 bits (o que, na verdade, só deixa a imagem bem borrada), várias artes conceituais e documentos sobre o desenvolvimento do título original e, por fim, roupas diferentes para Ellie, inclusive algumas que fazem referências a outras franquias da PlayStation. Falamos e falamos, mas a pergunta que todo mundo quer saber, obviamente, é só se vale a pena jogar The Last of Us Parte 1. A resposta, porém, é um tanto complicada.

No fim, vale a pena?

O jogo é inegavelmente excelente, assim como o original e a remasterização, e conta com conteúdos que elevam a experiência – mas, ao mesmo tempo, é um jogo com preço extremamente alto, enquanto o original pode ser encontrado por preços bem mais acessíveis. Ao mesmo tempo, principalmente em acessibilidade, com um genial uso das vibrações do DualSense para mostrar a entonação de frases do jogo para jogadores surdos, o jogo se torna um grande exemplo de remasterização (não remake), e deve ser experienciado sim. A questão, no fim, é só se é bom engajar no FOMO ou esperar ele ir caindo de preço. De qualquer forma, não acho que jogadores se decepcionarão, embora talvez chamar de remake seja um erro de marketing – algo que provavelmente será a próxima grande discussão da internet pelos próximos meses. Além disso, o jogo custa R$349,90 na PSN.  Veja também: REVIEW: Marvel’s Spider-Man Remastered para PC

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