Você pode assistir ao nosso vídeo sobre o tema lá no YouTube ou continuar aqui na matéria:

Design que impressiona

Recebemos a placa em uma caixa Founders Edition de aproximadamente 6 quilos, toda personalizada com os contornos da Geforce RTX 4090. A GPU possui uma aparência robusta e minimalista, que mesmo na simplicidade não deixa de impressionar. O material do topo é de um cinza escuro e fosco, com o nome destacado em cima, e as laterais possuem um metal liso sem muitos destaques. Possui dois grandes coolers, um no topo e outro na parte inferior. O que se destaca no design são os contornos em metal e alguns detalhes em plástico, que além de facilitarem a passagem de ar, remetem à modernidade e sofisticação.

Construção

Apesar de assustar no tamanho, a maior parte do corpo serve apenas para resfriamento. A placa já possui o novo padrão de conector PCIE 5.0 da nova geração ATX, que vem com as novas GPUs do mercado. O que muda com esse padrão é a necessidade de fontes de energia semimodulares mais parrudas: para a RTX 4090, por exemplo, o recomendado é de pelo menos 850w de potência. Felizmente, ela já vem com um adaptador de 4 pontas PCIE na caixa. Além disso, o modelo possui conexões de vídeo de 3x DisplayPort 1.4a e 1x HDMI 2.1, que ocupa 3 slots do conector PCI-Express.

Hardware e tecnologia nova

O modelo da NVIDIA conta com a nova tecnologia DLSS 3, um multiplicador de desempenho que trabalha com Inteligência Artificial para criar quadros adicionais de alta qualidade que não comprometem o tempo de resposta durante o gameplay, podendo ultrapassar os 100 fps facilmente. Isso graças aos novos Tensor Cores de quarta geração e ao Optical Flow Accelerator presente nas GPUs da RTX Série 40.

Arquitetura NVIDIA Ada lovelace

Essa tecnologia permite que a 4090 mantenha desempenho e eficiência de energia duas vezes maior que placas anteriores. Através de novos multiprocessadores de streaming e RT Cores de Terceira Geração, ela desperta todo o potencial de Ray Tracing presente nesse monstro de metal.

Encoder AV1

Livestreams precisam de fluidez e alta qualidade de imagem. Pensando nisso, o suporte ao AV1 veio para garantir uma experiência sem travamentos, superando em 40% o formato tradicional de vídeo conhecido como H.264.

Desempenho

Importante ter em mente que, para os testes de desempenho, foram utilizados os recursos disponíveis; eu não possuo o melhor processador para aguentar uma RTX dessa estrutura e os impactos disso vocês conferem a seguir. O processador utilizado foi o Ryzen 5 3600, modelo hexa-core de 12 threads e que possui clock base de 3,6 GHz e cache de 32 MB. Um ótimo modelo multitarefas da terceira geração da AMD, mas que para a placa de vídeo da NVIDIA, não seria o mais indicado. Para utilizar toda a potência da GPU recomendo um processador de pelo menos 24 threads e cache de 70 MB.

Testes

Já adianto que mesmo com um setup ligeiramente inferior, os resultados surpreenderam. Escolhi três jogos que exigem excelente desempenho gráfico para uma experiência satisfatória durante o gameplay: Overwatch 2, Cyberpunk 2077 e Control. Os testes Benchmark realizados foram o Fire Strike e o Spy da 3dMark, confira os resultados abaixo.

Overwatch 2

Comecei os testes com uma clássica partida de Overwatch 2 com gráficos e predefinições no alto, ainda sem usar o RTX, só para ver como a placa se saía nesse primeiro momento. Os resultados impressionam logo de cara: consegui atingir uma taxa média e estável de 165 fps em praticamente toda a gameplay, sem engasgos ou travamentos mínimos que fossem. Com as configurações no épico, todos os efeitos e o Ray Tracing ativado, houve pouquíssima oscilação na taxa de fps, que se manteve em uma média de 130 a 140, subindo para 150 fps em alguns momentos. Foi um gameplay tranquilo e a diversão foi garantida do início ao fim, uma das melhores partidas que eu já joguei, na minha humilde opinião. Não houve lags ou travamentos que atrapalhassem a experiência do jogo.

Cyberpunk 2077

As expectativas para os testes com Cyberpunk estavam bem altas, já que é um jogo bem pesado que enfrentou e enfrenta muitos problemas de otimização. Com as configurações no alto, foi possível manter uma estabilidade bem inferior ao jogo testado anteriormente, nada que chegasse a atrapalhar significativamente a experiência, mas um detalhe a ser considerado levando em conta o setup disponível. A taxa de quadros ficou em uma média estável de 40 a 60 fps, um resultado satisfatório, mas que com certeza pode ser potencializado com um processador adequado na bancada, já que a GPU nunca chegou a ultrapassar os 40% de uso durante toda a gameplay, por mais frenética que fosse. Isso significa que ela permaneceu ‘leve’ e sem sofrer muito para se adaptar ao que acontecia na tela – o que, se tratando de Cyberpunk, é um ponto importantíssimo. No segundo teste, a tecnologia de IA DLSS 3 manteve a qualidade da gameplay, porém deixou o jogo com um blur constante não muito agradável aos olhos e o fps caiu um pouco para uma média de 30 quadros por segundo. Foi um gameplay tranquilo, já que, com a queda do fps, eu esperava que rolasse algum travamento ou que a máquina esquentasse durante o teste, mas isso não aconteceu; consegui me divertir por duas horas sem nenhum tipo de preocupação. Apesar desses detalhes, não dá pra contestar que Cyberpunk vira outro jogo com o Ray Tracing ativado. Esse vídeo da Nvidia ilustra bem o que estou falando:

Control

Control é um jogo que foi feito para se ter uma experiência completa com o Ray Tracing, então não fazia sentido realizar um teste de gameplay sem usufruir de todos os recursos que a 4090 nos oferece. Com os gráficos no alto e efeitos ligados, a taxa de quadros por segundo se manteve na média de 130 a 150 fps, às vezes chegando a 180 fps. Vale ressaltar que Control é um jogo bem pesado. E a experiência no geral foi ótima e satisfatória. Nesse caso, a placa de vídeo fez exatamente o que precisava ser feito, do jeito que foi projetada para fazer, só não consegui testar o jogo com o DLSS 3 ligado, pois, infelizmente, o jogo não possui suporte para essa tecnologia.

Fire Strike

O Fire Strike é um teste para placas de vídeo de alto desempenho baseado em DirectX 11. Realiza testes em Full HD (padrão), Quad HD (extreme) e 4K (ultra). Testei a GPU e CPU de nossa bancada e a RTX 4090 bateu incríveis 28.072 pontos.

Spy

No segundo teste resolvi colocar a RTX para suar. O Spy se baseia em DirectX 12 para realizar testes em Quad HD (padrão), 4K (extreme) e ainda contém recursos complexos de processamento assíncrono e de multithreading. Mais uma ótima pontuação, 15.754 no teste de GPU e CPU.

Aquecimento, ruídos e engasgos

Durante testes e uso contínuo, a RTX 4090 não apresentou ruído e nenhum problema de engasgo, mesmo em um setup inferior ao recomendado pela GeForce. Também não foram encontrados problemas em relação ao aquecimento, um detalhe que surpreendeu devido ao tamanho extravagante e a potência prometida pela empresa. Seu excelente sistema de resfriamento permitiu que a peça mantivesse a temperatura máxima de apenas 50 graus durante todo o tempo em que ficamos com ela.

Outros reviews

Para nível de comparação usei alguns reviews internacionais, como do portal IGN, que possuíam bancadas mais potentes para entendermos melhor os resultados dessa experiência, afinal, não foi possível estressar a máquina tanto quanto gostaríamos. Nos testes de Benchmark a RTX 4090 atingiu uma pontuação de 22.970 pontos no Fire Strike Ultra, contra os nossos 28.072 no Fire Strike ‘básico’, não muito diferente do que aconteceu durante nossos testes, mesmo com um PC mais ‘fraco’. Já em relação a aquecimento, outros testes registraram temperaturas mais altas, 64,7 °C a 62 graus Celsius, contra 50 graus nossos. Ou seja, há um aumento de calor concentrado conforme o nível de potência da máquina também aumenta, o que é natural. A conclusão que fica é que em todos os testes a placa demonstrou estabilidade mesmo em momentos de processamento mais pesado, estando praticamente aprovada em setups intermediários e de luxo.

Conclusão

Não há dúvidas de que a RTX 4090 é uma placa de qualidade e potência absurda. Não apresentou quedas bruscas de performance e se manteve estável mesmo em momentos em que o fps ficou na casa dos 40. Ressalto mais uma vez que o setup utilizado não é o mais recomendado para uma GPU do porte dela, e que, em um cenário diferente, os resultados tendem a ser o dobro do que o experienciado neste review. Esse detalhe entretando fez pouquíssima diferença no quesito experiência e diversão; os números podem ter oscilado, mas a 4090 não me deixou na mão. É claramente uma placa para quem precisa e quer investir pesado em uma máquina, pois todas as necessidades que vem com um equipamento desse tamanho são pesadas em qualidade e principalmente em preço. O  tamanho — apesar de assustar — faz todo sentido por ser um modelo com alta capacidade de resfriamento. Porém, recomendo muito cuidado na instalação, por ser uma peça pesada, a impressão que se tem é de que com o tempo ela pode acabar entortando e “empenando” se colocada muito tempo na posição horizontal. Algumas pessoas podem ter dificuldade com ergonomia e praticidade e adaptações talvez sejam necessárias. O valor, no entanto, não se justifica, mas é uma tendência do mercado mundial que não temos controle. A GeForce RTX 4090 é uma ótima placa de vídeo que cumpre tudo aquilo que se propõe, é um marco que veio para aquecer e revolucionar a indústria – apesar de que, infelizmente, serão poucos aqueles que terão a oportunidade de usufruir dela; ao menos por enquanto – não é um item de primeira necessidade, mas duvido que algum comprador vá se arrepender no futuro. A RTX 4090 chega ao mercado brasileiro pela bagatela de R$ 15.999,00 e a peça ainda se encontra em pré-venda. Fica o aviso para preparar o bolso.

Especificações

Demais especificações você confere no site da NVIDIA. O que voce achou da nova linha Geforce RTX 40, vale a pena sacrificar o bolso? Não deixe de conferir outros reviews para te ajudar na hora de montar sua máquina.

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