E para saber se eles realmente valem tudo isso, o Showmetech se encarregou de uma nobre missão: durante os últimos 30 dias, estivemos com ambos os modelos, reunindo o máximo de impressões sobre os aparelhos para tirar todas as suas dúvidas. Na análise que você confere agora, descubra qual foi o nosso veredito:

Xperia XZ2 em resumo:

Prós

Fotos e vídeos com o melhor da tecnologia atual; Sistema limpo, leve e atualizado; Novo design com bordas menores

Contras

Câmera frontal com baixa definição; Ausência do conector de 3,5mm para fones de ouvido

Design

Para aqueles que acompanham os smartphones da Sony há algum tempo, o visual é certamente a principal novidade dos Xperia XZ2 e XZ2 Compact. A nova filosofia de design, chamada “Ambient Flow“, propõe uma aparência mais moderna e suave para os celulares – sem deixar de lado, é claro, a típica qualidade de construção dos modelos da marca. Dito isso, é possível afirmar que tanto o XZ2 “comum” quanto o seu irmão menor são mais bonitos que os antecessores, além de mais confortáveis de se ter na mão. Apesar destes pontos dependerem do gosto de cada usuário, é inegável que as bordas menores se traduzem em mais display na parte frontal dos modelos – o que faz sucesso com o público em geral. Face aos 198 gramas e 7,2 centímetros de largura do XZ2 “normal”, a edição Compact se sai ainda mais ergonômica, com apenas 6,5 cm de largura e pesando menos que 170 gramas. No que diz respeito ao design, o modelo menor também traz algumas diferenças sutis: como a sua traseira de plástico e um posicionamento diferente dos sensores fotográficos e NFC. Apesar da tampa traseira não ser de vidro, o plástico utilizado no XZ2 Compact é de muita qualidade e lembra um acabamento emborrachado. Por causa textura fosca, o material também não acumula tantas marcas de dedo e deve ser mais difícil de arranhar que outros tipos de plástico, como o black piano, por exemplo. No Xperia XZ2 tradicional, a Sony optou por utilizar o vidro também na parte traseira, sendo que ambas as superfícies tem proteção contra impactos e arranhões (Gorilla Glass 5), além de cobertura oleofóbica. Já as molduras laterais, tanto no XZ2 quanto no XZ2 Compact, são feitas de alumínio. E para aproveitar que estamos falando das laterais, vale ressaltar que, no modelo menor, em especial, a moldura tem a mesma textura da tampa traseira, sendo mais fosca e mais aderente que a do XZ2 padrão. Voltando para a parte de trás, o único ponto que realmente chama atenção é o leitor de impressões digitais, que não é mais lateral nessa nova linha de smartphones da Sony. Embora fosse muito elogiada, a antiga localização unia o botão power e o leitor de impressões digitais num só componente – algo que, por uma questão de patentes, impedia a Sony de habilitar o recurso nos EUA. Discreto e posicionado logo abaixo da câmera traseira, o novo leitor de impressões digitais é preciso – e como ele não precisa mais ser pressionado para funcionar, pode ser até mais rápido que o anterior. Apesar da localização traseira não ser tão prática quanto a lateral, duvido que isto, por si só, impeça alguém de levar o XZ2 pra casa.

Tela

Dominando 76% da frente do Xperia XZ2, a tela do modelo maior tem 5,7 polegadas e aspecto 18:9, além da resolução Full HD+ (1080 x 2160 pixels). Já o display que equipa a versão Compact, por sua vez, tem menos tamanho (5″) e menor aproveitamento frontal (73,5%), no entanto, traz a mesma resolução e o mesmo aspecto de tela. Apesar das especificações não espantarem muito, estas são, de longe, as melhores telas que já vi num aparelho da Sony, tanto em nível de brilho quanto em contraste e cores. A resolução, embora não seja quad HD como nos concorrentes (LG G7 e Galaxy S9), deixa os pixels praticamente invisíveis ao olho nu e consome menos bateria. Na hora de assistir vídeos no YouTube ou séries no Netflix, ambas as telas também contam com suporte ao HDR10, uma tecnologia que não só torna as cores ainda mais vivas como, em conteúdos compatíveis, permite visualizar mais informação nas imagens. Nas cenas que seriam muito claras ou muito escuras para uma tela comum, um display HDR consegue exibir o conteúdo de forma mais precisa.

No uso sob o sol, por sua vez, as telas do XZ2 e do XZ2 Compact também não fazem feio, sendo perfeitamente legíveis. Além dos 618 nits de brilho máximo, os painéis trazem uma tecnologia exclusiva da Qualcomm, que clareia as cores da tela sempre que ela está sob luz forte. Desta forma, os elementos da interface também ficam mais fáceis de ver.

Áudio

Segundo a Sony, o Xperia XZ2 foi especialmente criado para maximizar a experiência do usuário no consumo de mídias, tais como filmes, jogos e músicas. Por causa disso, além de ter o áudio mais potente entre todos os Xperias já lançados, o aparelho também traz dois alto-falantes frontais, que contam com áudio estéreo e graves profundos. Para controlar os speakers, a Sony também caprichou no software, incluindo um equalizador, um sistema surround 3D, recursos de enriquecimento de áudio e a melhor – sim, a melhor – transmissão de áudio via Bluetooth do mercado. Além do som potente, claro e com muitas opções de ajuste, outra novidade que foi destaque no lançamento do Xperia XZ2 é a Vibração Dinâmica. Como o nome bem indica, a ideia por traz do recurso é vibrar o smartphone na mesma intensidade que os sons da música ou vídeo reproduzidos no momento. Na prática, o resultado é bastante questionável. Isto porque, além de consumir consideravelmente mais bateria, a vibração não é suave o suficiente para se misturar ao áudio. Particularmente, acho que o recurso funciona melhor com jogos, já que os controles de videogame também têm essa função. Mesmo assim, por algum motivo, a vibração dinâmica não funciona com todos os games.

Câmeras

Tanto no Xperia XZ2 quanto no XZ2 Compact, as câmeras traseiras têm 19 megapixels, abertura f/2.0, um grande sensor de 1/2.3″, pixels de 1.22 nanômetros e dupla de sensores que auxiliam a captura. Embora a abertura seja bem menor que os f/1.5 do Galaxy S9, restringindo muito mais a entrada de luz na câmera do XZ2, o tamanho do sensor e dos pixels compensa, fazendo com que o modelo da Sony tenha um ótimo desempenho na maioria dos cenários. Nas fotos diurnas, inclusive, o HDR sempre se mostrou muito preciso, equilibrando as cores e o brilho da imagem para que nada fosse distorcido. Nas fotos que tirei à noite, o HDR também fez um bom trabalho, porém, a falta que faz uma estabilização ótica (OIS) é gigantesca. Caso a função existisse, o sensor não dependeria tanto do ISO e faria fotos noturnas menos granuladas. Em suma, apesar das capturas à noite serem satisfatórias, certamente estão atrás do que as câmeras com OIS podem produzir. No que diz respeito à gravação de vídeos, o HDR também é protagonista na linha XZ2. Isto porque os lançamentos da Sony são os primeiros, e até então os únicos, que podem gravar vídeos em HDR na resolução 4K. Com estes dois ajustes ativados, o resultado nas filmagens é impressionante. A cor, o brilho e o contraste do vídeo, principalmente, ficam muito mais fiéis à realidade. A seguir, confira um dos vídeos oficiais gravados com o recurso:

Outro recurso de vídeo exclusivo do Xperia XZ2 é a gravação em super slow-motion na resolução Full HD. Embora o sensor fotográfico seja o mesmo dos modelos anteriores (XZ Premium e XZ1), o lançamento é o único que grava vídeos a 960 quadros por segundo nesta definição. A parte que a Sony não fala nos comerciais, no entanto, é que ao aumentar a resolução de 720 para 1080 pixels, o tempo de gravação dos trechos em slow-motion cai de 0.2 segundo para 0.1 segundo. Ainda sobre as câmeras, mas sobre as frontais desta vez, eu preciso dizer que não entendo a escolha feita pela Sony. Em 2017, tanto o Xperia XZ1 quanto o Xperia XZ Premium tinham câmeras de 13 megpixels. Embora o sensor não fosse o melhor durante à noite, o nível de detalhe nas fotos diurnas era bom. No Xperia XZ2, a Sony reduziu a quantidade de megapixels, adotou uma abertura menor e diminuiu o tamanho do sensor. Embora o aparelho tire boas selfies, principalmente durante o dia, como você pode ver abaixo, a falta de detalhes nas imagens é notória, ficando abaixo até mesmo de aparelhos que custam muito menos, como o Xperia XA2.

Hardware e Performance

As versões “Compact” dos topos de linha da Sony sempre foram conhecidas por trazer o mesmo hardware do aparelho tradicional, sendo sempre uma ótima opção para quem busca alto poder de fogo e um tamanho mais confortável para mãos menores. Pois bem, essa receita de sucesso foi repetida na linha XZ2. O modelo menor, assim como o XZ2 tradicional, traz 4GB de RAM, 64GB de armazenamento interno, Bluetooth 5.0, NFC, Wi-Fi dual-band (a/b/g/n/ac), LTE Cat18 para downloads, suporte à cartões micro SD, USB 3.1 tipo-C e o poderoso Snapdragon 845, o mais novo processador de alta performance da Qualcomm. Em relação ao (agora antigo) 835, a fabricante dos chips promete melhorias principalmente no processamento gráfico, na eficiência energética e na captação de imagens. Foi o novo chip quem tornou possível, por exemplo, que a linha XZ2 grave vídeos também em HDR. No uso corriqueiro do dia a dia, é pouco provável que você perceba tanto ganho em performance. Tanto o XZ2 quanto o XZ2 Compact são extremamente rápidos e executam quaisquer aplicativos com “os pés nas costas”, mas a sua superioridade em relação aos modelos mais antigos, como o XZ Premium e o XZ1, só ficará evidente daqui alguns anos – quando esses aparelhos sofrerem a ação do tempo. Se tratando de dois topos de linha, é claro que a execução de jogos também é impecável. Tanto no XZ2 quanto no XZ2 Compact, pude instalar os games mais populares do momento e jogá-los sem problema, até mesmo enquanto ouvia músicas no Spotify.

Sistema e Recursos

Montada sobre o Android 8.0 Oreo, a interface da Sony tem muitos pontos positivos, mas também peca em pontos estratégicos, a começar pelo visual, que não se atualizou com as tendências do tempo. Apesar de entregar um sistema notavelmente mais ágil que o dos concorrentes, com animações curtas e um bom gerenciamento de memória, a interface da empresa não traz nenhuma revolução – apenas evoluções. É claro que nada disso torna a interface ruim, menos prática ou rápida. É só utilizar o Xperia XZ2 ao lado de um Galaxy S9 e logo se nota o que estou falando: o aparelho da Sony responde mais rápido ao toque e tem animações mais fluidas. Ainda assim, é chato ver que a Sony se mantém avessa às mudanças, principalmente enquanto a concorrência lança novos recursos todos os anos. Se você gosta de uma experiência mais pura, por outro lado, esta ausência de novas funções a cada ano pode ser positiva, já que é justamente isso que permite à Sony atualizar seus smartphones mais rapidamente e por mais tempo que as demais fabricantes. Em 2017, por exemplo, o Xperia XZ Premium levou apenas dois meses para receber o Android Oreo – o que deve se repetir com o Xperia XZ2 e o futuro Android P.

Outra vantagem do sistema pouco modificado da Sony é a sua consistência visual. Como a fabricante segue quase todos os padrões de design do Google – adotando a mesma barra de status, os mesmos menus e as mesmas animações do Android “puro”, a interface e os aplicativos que adotam o material design têm uma aparência homogênea; noutras palavras, “conversam a mesma língua”.

Bateria

  Com 3180mAh no modelo normal e 2870mAh no modelo Compact, capacidade energética não é um dos grandes trunfos do Xperia XZ2. Apesar disso, é possível afirmar ambos os modelos têm autonomias satisfatórias, sempre aguentando um dia inteiro de redes sociais, muita música e conexão constante com a internet – normalmente via Wi-Fi. Em usos mais intensos, no entanto, é possível que os miliamperes a menos no modelo Compact façam falta – já que, mesmo tendo uma tela menor, o pequenino é tão potente quanto o XZ2 padrão e o Snapdragon 845 não faz milagres, apesar de ser até 30% mais eficiente que o seu antecessor.

Preço e considerações finais

Ao contrário de outros modelos de 2018, mesmo com um mês após terem sido lançados, a nova dupla de smartphones da Sony não teve seus custos reduzidos no mercado brasileiro. Com isso, valor sugerido para ambos continua sendo de R$ 3.799 para o Xperia XZ2 e R$ 3.299 para o XZ2 Compact. Embora seja possível e provável que os valores caiam nos próximos meses, este é um ponto que coloca os aparelhos em desvantagem, já que dois fortes concorrentes (Galaxy S9 e iPhone 8), podem ser encontrados por preços abaixo disso. Ainda assim, é possível considerar os novos aparelhos como boas opções de compra, já que são os únicos a oferecerem certos recursos. Ao menos no Brasil, não há, por exemplo, outro smartphone de 5 polegadas com o mesmo poder de fogo que o XZ2 Compact. Com relação ao Xperia XZ2, a coisa fica mais complicada para a japonesa, isto porque o seu topo de linha não está barato para quem deseja experimentar a linha e, entre os que já são fãs da marca, não fez tanto sucesso – muitos criticaram a remoção do sensor biométrico lateral, a traseira curvada e a falta inexplicável do conector para fones de ouvido. Entretanto, se você curte os smartphones da Sony e aprovou o novo design – como é o meu caso – pode se dizer que estes são os melhores aparelhos que a marca já ofereceu no Brasil, e que mesmo para quem adquiriu o XZ Premium ou o XZ1 no ano passado, a troca pelo XZ2 pode valer a pena, desde que a nova tela e o novo processador compensem o valor a ser desembolsado.

Lista de especificações

 

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