Se uma palavra pode definir os lançamentos da companhia este ano, com certeza, é experiência. A Samsung fez questão de mostrar para os consumidores que é um diferencial ter um produto da marca – e não apenas escolher por acaso entre as outras concorrentes.

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2017, ouso dizer, foi o ano que a Samsung criou o seu melhor smartphone – e talvez até o melhor do mercado – o Galaxy S8. Em seguida, veio o aprimoramento, o Galaxy Note8. No campo das televisões, a mesma coisa, a Samsung deu dois passos à frente e apresentou experiências únicas para o consumidor. A The Frame, objeto do review, foi anunciada no Brasil no começo de outubro e, após um mês com ela, você confere uma análise completa da TV “obra de arte” da Samsung.

Design

“The Frame”, ou “A Moldura” em tradução livre, indica o que pretende ser: um quadro e, com um o acervo disponível de pinturas e fotografias, o aparelho se torna uma obra de arte digna do museu mais importante da Cidade Luz. Diferente da QLED, que é de aço escovado e, de acordo com a empresa, merece ser o centro do ambiente, a The Frame pretende se fundir ao ambiente. Pendurada na parede, próxima a outros quadros, é impossível saber que é ali que está a TV. O destaque vai para a moldura da televisão, que no Brasil está disponível nas cores branca, madeira clara e madeira escura, que dá o ar sofisticado para a televisão e o ambiente. Diferente de outros modelos, a intenção da The Frame é ter sim uma borda, justamente para parecer um quadro. A moldura conecta-se às laterais por um imã. Dela saem apenas dois cabos: o de força e o cabo óptico do One Connect. Quando pendurada na parede, caso ela seja branca, é preciso um olhar um pouco mais atento para descobrir que ali é um televisor, ou seja, para quem não aguenta mais ver cabo por perto, essa é uma solução que a Samsung já entrega há alguns modelos premium. Para finalizar, o controle remote, o One Remote, é parecido com da SUHD do ano passado. Feito de plástico, na cor branca, ele ganha mais pelo conjunto da obra do que pela qualidade do material, já que o controle da QLED é de aço inoxidável.

Uma loja de arte na sua TV

Ainda em design, o diferencial da The Frame é a The Frame Store, apelidada de Art, no aplicativo nativo da Smart TV. É nela que “a mágica acontece”. De acordo com uma pesquisa realizada pela Samsung, o consumidor médio passa quatro horas por dia na frente da TV, ou seja, por que ter uma tela preta de mais de 50 polegadas apagada por 20 horas? É por isso que, quando você está no ambiente da TV, mas sem assistí-la, o aparelho se torna uma obra de arte, com pinturas e fotografias de artistas consagrados. Isso é possível graças ao sensor de luminosidade da TV, que, além de perceber as pessoas no ambiente, também ajusta o brilho da televisão automaticamente, para uma experiência mais real de um quadro na parede. O acervo da The Frame Store conta com pelo menos 100 imagens, com mais sendo adicionadas ao longo do tempo. Inclusive, algumas das obras são do fotógrafo Araquém Alcântara, primeiro brasileiro a firmar parceria com a Samsung. Por R$ 66 a obra ou R$ 16 em um plano mensal, o consumidor pode ter quadros famosos na sua sala de estar.

Experiência

Por ser uma televisão de teste, a The Frame não foi pendurada na parede para este review e, como ela está em cima de um móvel, e ligeiramente virada para o lado, não é difícil descobrir que você está de frente a uma TV e não uma obra de arte. Como tive a chance de ver a The Frame de perto tanto no Louvre quanto no evento da Pinacoteca em São Paulo, quando a televisão está pendurada na parede, fica muito mais difícil saber se é um quadro ou um televisor – mesmo. Um ponto negativo que notei é que o sensor da The Frame nem sempre é preciso. Às vezes de madrugada ou mesmo sem ninguém na sala, a TV fica no Modo Arte. Ou tem uma assombração em casa que gosta de ver obras de arte depois das 3 da manhã ou o sensor se confunde de vez em quando. De qualquer forma, a Samsung promete um consumo baixo de energia elétrica, apesar da conta de casa também ter aumentado alguns reais. Para fechar a seção, vale notar que a The Frame pode ser colocada em um cavalete, para dar um ar de pintura ou, como está em casa, em uma base que dá uma cara de TV mesmo.

Qualidade de imagem

A The Frame usa um painel de LED 4K UHD, com 4K HDR Pro e 4K Color Drive Extreme. Diferente da QLED, a Frame não usa a tecnologia de Pontos Quânticos, que é um material inorgânico que dá mais vida, mais cor e menos dor de cabeça com possibilidade de burn-in. Em outras palavras, a Samsung chamada o 4K da televisão-quadro de “UHD Premium” e, graças ao High Dynamic Range Pro, a imagem salta aos olhos e as cores são bem mais precisas que em uma televisão 4K padrão. Mesmo em séries que o ambiente fica mais escuro, como é o caso de Walking Dead o usuário não vai enfrentar problemas para enxergar as cenas. É importante notar, que para quem gosta de jogos de terror, além de filmes e seriados nesse estilo, pode ser melhor uma tela OLED, que apaga os pixels e dá uma definição melhor nesse contexto. Tanto o UHD Premium quanto os pontos quânticos da Samsung ficam ainda melhores em imagens claras e coloridas. Em relação a The Frame, ela tem as seguintes configurações de imagem: Dinâmico, Padrão, Natural e Filme. Também é possível ajustar manualmente a luz, brilho, contraste, etc, mas por via das dúvidas, o modo Dinâmico resolve tudo. Como dito, minha experiência com a The Frame foi mais do que satisfatória, tanto na Netflix, quanto YouTube ou vendo televisão a cabo. Graças ao vupscalling da TV, até mesmo o SPTV ganha mais cor e nitidez na TV 4K, apesar de ser transmitido apenas em alta definição.

Qualidade de áudio

Aqui, eu sinto um certo paradoxo. Ao mesmo tempo que a Samsung não dá muita bola para os modos de som das suas Smart TVs premium, a qualidade do áudio é muito boa. Com a tecnologia Dolby Digital Plus e DTS Premium Sound 5.1, é uma experiência agradável ouvir música, ver filmes e séries na The Frame. Os modos de áudio são três: Padrão, Otimizado e Amplificado, sendo o segundo o melhor para qualquer situação. Também é possível equalizar o modo padrão, mas assim como em relação a imagem, o modo otimizado é o mais prático. Para o usuário mais exigente, o Soundbar curvo da Samsung faz um excelente trabalho, além de ser fácil de instalar. O review completo está aqui. Mas se você não quer investir uma grana em mais um aparelho, pode respirar aliviado, pois não é necessário usar mais do que 20% dos 40W de potência da The Frame para ter uma qualidade de áudio impecável,

One Connect e One Remote

Conector único

Como de costume, é aqui que vira marmelada as análises das Smart TVs premium da Samsung. Isso porque é aqui que a empresa sul-coreana mostra-se bem à frente da competição. Lembra dos dois fios que saem da TV? Um deles é do One Connect, uma caixa preta que você pluga até quatro cabos HDMI. O interessante é que ao conectar os periféricos nela, automaticamente a The Frame reconhece o que foi plugado: Apple TV, Xbox e Blue-ray, por exemplo. Vale notar, que, por mais legal que seja a tecnologia, ela não reconhece todos os periféricos de cara. A Vivo me deu problema tanto para ser reconhecida como para usar o controle único com ela. Foi preciso configurar a TV a cabo manualmente pela entrada HDMI, além de ter que descobrir qual era o seu número de série para o controle da Samsung ser de fato o único a ser usado. O One Connect também não reconhece o Nintendo Switch por padrão, mas em uma configuração um pouco mais simples pude adicionar o nome dele à tela de apps da TV. De resto, o conector único é muito útil e funciona como esperado.

Controle único

Aqui, a Samsung mostra que não é necessário mais do que 10 botões para uma pessoa mexer na televisão. Se você procura um televisor que não te faça sentir burro ao tentar descobrir onde está a tecla de “Voltar”, uma UHD Premium, QLED, The Frame ou SUHD da sul-coreana são alguns dos modelos que vão te poupar – e muito a dor de cabeça. Isso é tudo o que você precisa saber sobre o seu One Remote de baixo para cima:

Botão de volume e ao lado botão de canal (aumenta para cima, diminui para baixo e se clicar nele, o áudio fica mudo; o canal, do mesmo jeito); Botão Home para acessar a interface principal do sistema; Botão de voltar à esquerda; Botão de Play/Pause à direita Círculo de avançar/retroceder, cima/baixo e “ok” no meio; Comando de voz (segure para falar) Botão da tecla SAP à direita (ao tocar nele, o consumidor tem acesso às opções vermelho, verde, amarelo e azul do controle para legenda em TV à cabo, etc) Botão para número à esquerda (ao tocar nele, o consumidor tem acesso aos números para mudar o canal da TV à cabo Botão de ligar/desligar a TV.

Para trocar as pilhas do seu controle, vire o aparelho de costas e aperte e puxe a tampa dele para trás.

Tizen: o sistema operacional do futuro

Outro ponto de destaque da The Frame é o sistema operacional Tizen. Enquanto o Android TV não parece 100% em uma Smart TV, a Samsung já aprimorou o seu sistema. Com uma interface simples e fluida, é muito fácil ter sempre à mão os seus aplicativos preferidos. Neste caso, a minha configuração é o mais simples possível: TV à cabo, videogame, Apple TV, Netflix, YouTube, Spotify, GloboPlay e o browser da Samsung. Em poucos toques é possível trocar o conteúdo. O diferencial da The Frame, como explicado acima, é a loja de arte que não existe nas outras televisões da Samsung. A loja de aplicativos da TV é limitado, mas é possível achar as aplicações mais importantes para se ter na Smart TV, como as citadas na minha lista. Do lado da experiência de navegação, o Tizen é impecável, pelo lado dos aplicativos, as fabricantes de maneira geral precisam dar um empurrãozinho nos desenvolvedores e mostrar o motivo pelo qual alguém deveria criar um app para TV.

Preço e considerações finais

A The Frame chega ao Brasil em um único modelo: 55 polegadas, com o preço sugerido de R$ 8.999,00. A Fast Shop vende por cem reais a menos, mas, tecnicamente, ela está com um desconto de mil reais. Também é possível ver no site deles acima, os acessórios da TV, como as molduras por mais de 800 reais, o cabo óptico de 15 metros e as outras bases para a TV. Como disse no começo do review, a Samsung tem tomado o cuidado de mais do que vender produtos bem acabados e com uma boa jogada de marketing, é preciso entregar uma experiência para o usuário. Por R$ 9.000,00 existe uma centena de televisores mais baratos e, inclusive, já é possível pegar uma QLED por esse preço, com tecnologias melhores. Nas Smart TVs premium da Samsung deste ano ainda falta a tecnologia de áudio Dolby Atmos, mas a maioria das pessoas não vai sentir essa necessidade latente com a Frame. Em poucas palavras, a The Frame tem uma qualidade de imagem invejável, uma qualidade ótima de áudio, o sistema operacional Tizen é impecável e o One Connect e o One Remote transformam o uso da TV. Por estarmos falando de uma TV-obra de arte, ela custa como tal. Você acha que a decoração extra faria sentido na sua casa ou escritório, além de ter um acervo de mais de 100 quadros e fotografias? A The Frame foi feita para você. Agora, você pode pular a parte do quadro e ter uma qualidade ainda melhor? Por que não o modelo de 55 polegadas da QLED, ou até uma TV UHD Premium da Samsung com mais polegadas e curva? A The Frame é um conceito e uma experiência para poucos, infelizmente, mas que a Samsung de fato acertou nesse conceito, isso sim. Agora, vamos esperar janeiro para as novidades da CES 2018 e o novo lineup da empresa, que promete ainda mais novidades. E ano que vem é ano de Copa – já descobriu qual é a sua próxima televisão?

Especificações técnicas

Para mais detalhes, clique aqui.

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