Enquanto isso, trabalhadores de construções diversas aproveitam a resistência a água e poeira, já que o XCover Pro tem certificação militar. Porém, certos compradores podem optar pelo XCover Pro simplesmente por não confiar na própria manipulação de um celular – os populares “mão de alface“; desastrados. Considerando que os americanos, por exemplo, gastaram um acumulado de 3 bilhões de dólares só em 2017 consertando telas quebradas de smartphone, custos adicionais são mais comuns do que muita gente imagina. Por questão de performance do dispositivo, da durabilidade dos materiais externos e até da bateria, colocamos o Galaxy XCover Pro à prova em nossos testes e te contamos a experiência aqui neste review.

Design e destaques

O nome XCover Pro e a imagem do aparelho podem dar a impressão de que ele vem acompanhado de uma capinha, quando este não é o caso: a parte traseira/lateral vem com a proteção “extra” de fábrica. A parte de trás, por sinal, possui uma tampa que dá acesso à bateria removível. O material e o formato em si dessa “capinha integrada” são todos com design para ajudar na aderência com as mãos do usuário – como citado acima, uso de luvas. Ele conta com uma tela FHD+ de 6,3 polegadas (recorte para câmera frontal no canto superior esquerdo), câmeras de 25MP, 8 MP (grande-angular) e 13 MP (frontal), bateria de 4.050 mAh para durar o dia todo, chipset Exynos 9611, RAM de 4GB e processador Octa Core. Além disso, o grande diferencial são as certificações IP68 e MIL-STD 810G. Traduzindo “para português”, em resumo o celular da Samsung vai aguentar poeira, submersão em água, temperaturas extremas e quedas de até 1,5 metro direto no concreto. Outras adições incomuns em celulares intermediários são o dois botões que servem como atalhos programáveis: um na parte superior, outro na lateral esquerda. Ainda na parte de cima, vemos a entrada para fone de ouvido (P2) e, assim como em outros celulares (mais antigos) da linha Galaxy, no XCover Pro temos um LED para indicar carga da bateria que também pisca com notificações. Embaixo, encontramos o conector USB-C. Na traseira, há entrada para dois chips e expansão de memória por meio do cartão microSD. O aparelho vem com 64GB disponíveis (dos quais pouco menos de 50 são utilizáveis) e, na compra de um cartão à parte, você consegue até absurdos 512GB de armazenamento. Por fim, outras conexões que valem ser citadas são o Wi-Fi de 2.4G e 5GHz, Bluetooth 5.0 e a tecnologia NFC para troca de dados por proximidade.

Durabilidade e performance

Sobre questão de durabilidade, o Galaxy XCover Pro cumpre o que é anunciado. Por fins de teste, deixei-o cair algumas vezes a pouco mais de 1 metro de altura, sobre piso frio. Admito que fiquei mais preocupado em quebrar o azulejo de casa do que a tela do XCover Pro, pois ele ficou intacto. Mesmo quando deixei cair de quina, notei só um arranhão superficial no plástico do produto. Bastou limpar com os dedos e é como se nada tivesse acontecido. Neste mesmo teste, em ambiente externo, coloquei o celular submerso em água por alguns minutos. De acordo com a fabricante, ele aguentaria “1,5 m de água doce por até 30 minutos“, mas optei por não arriscar tanto tempo. Até com mãos molhadas (e aparelho também) a tela funciona melhor do que outros Androids da concorrência. A performance do sistema em si foi satisfatória, ainda mais que temos Android 10 e a interface One UI 2.0, da Samsung, para complementar. Troca de apps sem engasgos, jogos menos exigentes com bastante fluidez (até CoD Mobile) e diversas funções ativadas ao mesmo tempo: tudo correu bem no XCover Pro, o esperado para um smartphone intermediário deste padrão. Falando agora sobre os botões de atalho, temos o que o próprio sistema chama de “Tecla do XCover” (a da esquerda) e a tecla superior, bem como a lateral/leitor de impressão digital – o tradicional botão de bloqueio de tela. A função mais prática da XCover, que vem configurada como padrão, é de transcrever voz para texto com auxílio da assistente Bixby (em português!). Porém, ela só funcionou em certos apps de troca de mensagem, não para inserção de texto em qualquer outra área, como busca do Google ou aba no Chrome. Uma utilidade da tecla XCover também é permitir comunicação walkie-talkie (como o famoso Nextel) no Microsoft Teams. Tanto este botão como o de cima podem ter dois atalhos diferentes cada, um ao pressionar e outro ao segurar. Testei com vários apps, ambos, e em todos os casos funcionou super bem. A leitura de impressão digital foi outra que não deu erro, tão eficaz como aquela localizada abaixo da câmera, na parte traseira de outros modelos de smartphone. Para tirar a tampa traseira você precisa fazer como se fosse uma “alavanca” com a unha. Não é a ação mais elegante do mundo, porém, os cliques passam um bom sentimento de que ele realmente está vedado. O material em si realmente evita que deslize tão fácil da mão e a robustez do próprio XCover reforça este fácil acesso. Aqui ainda merecemos citar a câmera: digamos que traz um resultado satisfatório, mesmo que tenha me surpreendido em particular. Estranho é que o preview da imagem (antes de pressionar o obturador) parece bem inferior se comparado ao resultado final, na galeria – mais baixo do que a média. Recapitulando, são dois sensores: uma câmera principal de 25MP e a grande-angular de 8MP. Abaixo, algumas imagens tiradas:

Tela e áudio

A eficácia do toque na tela é extremamente importante ao falarmos sobre o display, pois há uma configuração de sensibilidade dedicada ao uso com luvas. Testei o toque com alguns materiais em atrito: pano, borracha, poliéster e látex (luvas descartáveis). Todos funcionaram de maneira significativamente melhor, se compararmos ao sensor de toque na configuração “normal”, do mesmo produto. No quesito qualidade, temos um display ótimo na resolução FHD+ (ou seja, 2340 x 1080 pixels) com 6,3 polegadas. Cores tem muita vivacidade, a definição está equivalente a certos outros celulares intermediários e a tecnologia LED poderia ser melhor (AMOLED, como os outros Galaxy da mesma faixa). Em resumo, você pode assistir a vídeos no YouTube na qualidade máxima de 1080p a 60 frames por segundo com certo conforto. Uma pena é o áudio ser um ponto fraco do aparelho. Temos um speaker mono, na base do smartphone, que não fica tão abafado nem se estiver tampado com um toque leve. Mesmo que o volume dê conta de facilitar ouvir áudios do WhatsApp e conversas no viva-voz com clareza (em ambientes até barulhentos) no talo, em músicas e vídeos da internet fica um pouco a desejar. Se você for o perfil de comprador “desastrado”, lembre-se disso: para ver séries e vídeos, é melhor optar pelo fone de ouvido, incluso no kit com o aparelho.

Bateria

Para o XCover Pro, a Samsung escolheu uma abordagem pouco usual, pois ele tem a bateria removível. No unboxing em si, fiquei impressionado com a diferença de peso que ela faz, mesmo que o aparelho só tenha 220g. A capacidade de 4050 mAh mostrou-se superior a outros recentes da linha Galaxy, como o A51 e ao S20 básico: um ótimo ponto, ainda mais se considerarmos que são celulares intermediário e premium, respectivamente. Em um dia de uso que começou com carga completa, tive o XCover Pro como celular principal para trabalho (apps de comunicação) e lazer (YouTube, Netflix, jogos casuais), onde a tela ficou em brilho médio. Terminei o dia com pouco menos da metade da bateria, na marca dos 40%. Na teoria, a bateria de um dia e meio está bem dentro dos padrões intermediários em cenário desta frequência de uso, precisando recarregar à noite ou logo no dia seguinte. Se baseando na matemática estimada, são 7 ou 8 horas com a tela ligada. Essa abordagem de bateria removível se criou para quem sente a falta de ter carregadores sempre em mãos, no carro ou na mochila, pois funciona como a lógica de câmeras fotográficas, quando há uma bateria extra “de reserva” em último caso. A Samsung em si não vende a bateria extra do XCover, mas permite que revendedores autorizados façam o trabalho, então vale a pena ficar de olho.

Custo-benefício e conclusão

Não importa o seu perfil: se você busca por um bom smartphone intermediário, o Galaxy XCover Pro é um forte nome. A experiência de uso muito satisfatória, amarrada à resistência do produto e dos atalhos com botões físicos, são um combo espetacular. Porém, a relação custo-benefício do smartphone com certeza pode espantar alguns consumidores. Hoje o Galaxy XCover Pro está por um preço sugerido acima 3 mil reais, com uma promoção oficial de R$ 2.799 até o fim deste mês, mas pode ser encontrado em lojas como a Magazine Luiza por R$2.519,10. Pelas especificações técnicas, tela e funcionalidades, deveria estar mais em conta; pelo aspecto da resistência, o valor faz sentido. Ainda mais em tempos de promoções de Black Friday, antecessores da própria linha Galaxy, como o Galaxy S10e, estão à venda por um valor consideravelmente mais econômico – com o dobro de memória interna, mais RAM, display AMOLED. A depender das prioridades e da rotina de trabalho do comprador, o Galaxy XCover Pro pode resultar em um bom custo-benefício. Ele consegue, de certa forma, comportar especificações de um celular intermediário e, de quebra, tem a carcaça megarresistente. Leve para onde quiser, com trabalho ou esportes, e aproveite os melhores aplicativos de Android em tela cheia. Só não se esqueça de usar os fones de ouvido!

Especificações técnicas

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