Design

Com um ar de produto premium, o Moto Z3 Play chega com sua carcaça majoritariamente constituída de vidro. Essa característica, embora deixe o smartphone mais atraente, acaba gerando alguns problemas. E o primeiro deles é algo que muitos ignoram: marcas de dedo. Sim, a menos que você utilize uma capinha, o celular terá uma traseira que brilhará com todas as suas digitais. Porém, este não é o único ponto negativo, já que, ao falarmos de vidro, devemos mencionar que o smartphone desliza com facilidade de suas mãos. Então, se suas mãos suam muito, tome cuidado. Apesar disso, é preciso salientar que o Moto Z3 Play possui uma ótima pegada, característica que provém do design reto com bordas arredondadas utilizado pelo aparelho. E é este mesmo detalhe que traz um outro ponto negativo: a câmera é extremamente protuberante. Sem alguma capinha, a sensação que se tem ao por o celular na mesa é de que você irá quebrar as lentes das câmeras traseiras dele. Além disso, este smartphone só possui resistência a respingos. Então, muito cuidado por aqui também. Passando para a parte funcional do design, não temos uma conexão P2 para fones de ouvido. Felizmente, na caixa você conta com um adaptador. Ainda que algumas fabricantes extinguam a porta ao adotar o padrão USB-C presente neste modelo, o Moto G6 Plus, lançado pouco antes do Moto Z3 Play, possui a famigerada porta. Não fica claro, assim, por que este smartphone não a tem. Agora, temos que falar do maior diferencial entre este modelo e os demais da Motorola. Ao querer eliminar ainda mais as bordas frontais do Moto Z3 Play, a fabricante precisou mudar o posicionamento do sensor de impressões digitais. E neste caso, a empresa o colocou na lateral direita do smartphone – estratégia muito usada pela Sony. Esse posicionamento é bastante funcional e intuitivo, já que costumamos por o polegar direito (no caso dos destros) na região escolhida de maneira a pressionar o botão Power –  no caso da maioria dos celulares com Android. Porém, um pequeno detalhe não é tão funcional assim no recurso: o sensor de digitais é somente um sensor, o que significa que o botão de ligar e desligar a tela foi parar em outro lugar. O botão em questão fica na lateral esquerda do Moto Z3 Play e, ainda que esteja na altura ideal, é difícil de se utilizar no começo. Isto porque não estamos acostumados com a região e, com isso, fazemos movimentos exagerados para alcançá-lo. No entanto, para ser justo, boa parte destes “problemas” existe por causa da ideia dos Moto Snaps e são facilmente contornados. Afinal, a maioria das decisões de design foram tomadas para manter a compatibilidade com a linha de acessórios da Motorola.

Tela feita para amantes de vídeos e jogos

Como mencionado, o Moto Z3 Play também entra na moda das telas com menos bordas. Aqui, temos um display Max Vision de 6,0″ distribuídas na já frequente proporção 18:9, agora novidade na linha Moto Z. Todo este tamanho de tela, embora intimidador para pessoas com mãos pequenas, não faz o smartphone ser gigante. E quanto a resolução, ficamos com a já conhecida Full HD+ (1080 x 2160 pixels). Bem parecida com a do Moto G6 Plus, a tela deste modelo se sobressai por usar a tecnologia Super AMOLED em seu display. Assim, o Moto Z3 Play entrega imagens com tons de preto mais profundos e cores mais vivas. O resultado final dessa combinação de fatores proporciona uma excelente experiência, tanto em vídeos quanto em jogos. Em vídeos, é possível fazer o gesto da pinça para dar zoom e aproveitar o espaço horizontal extra. Já em jogos, há uma imersão maior do que a esperada, pois eles se adaptam bem ao novo formato.

Performance de um intermediário

Como processador, o Moto Z3 Play carrega um Qualcomm Snapdragon 636, que possui oito núcleos rodando a 1,8 GHz. Este é um bom processador para a maior parte dos usuários, principalmente por não engasgar em tarefas simples do dia a dia. Uma observação importante: o Moto Z3 Play chegou ao Brasil nas versões Índigo e Ônix. Esta última, conta com 6 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento interno. Na versão Índigo, que você está conferindo neste review, temos 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento. Um combo extremamente sólido para uma ótima experiência no Android. Ainda assim, a Motorola parece não haver otimizado bem o uso de memória RAM, já que em aplicativos que exigem muito tempo de carregamento tendem a demorar ainda mais por aqui. Em aplicativos mais leves, como os de redes sociais, o smartphone carrega tudo com facilidade e não sofre em nenhum momento. Porém, ao abrir jogos, é possível notar certa demora em telas de carregamento – coisa que não existe num Galaxy A8, por exemplo. Mas, sendo justo, este não é um problema tão grande assim, já que a maioria dos usuários passarão direto desse detalhe. Porém, é importante ressaltar que o Moto Z3 Play não é, de maneira alguma, ruim para jogos. Inclusive, no PUBG Mobile, por exemplo, a GPU Adreno 512 oferece uma experiência satisfatória ao rodar o jogo com configurações gráficas no médio (ou até no máximo) sem travar. É claro, caso queira uma maior quantidade de quadros por segundo, o ideal seria jogar com os gráficos no baixo.

Câmeras

Se você acha que vai comprar um smartphone intermediário premium e sairá com fotos de cair o queixo, está enganado. Isso porque, mesmo que tenha um conjunto de câmeras bom, a experiência aqui está longe de ter um desempenho similar ao que vemos em aparelhos topos de linha. Novamente, a comparação com o Moto G6 Plus é inevitável. As câmeras do Moto Z3 Play não oferecem o salto de desempenho que se esperaria ao sair de um dispositivo para o outro. Isso significa dizer que, durante a noite, as fotos podem não sair com tantos detalhes quanto você gostaria. No entanto, durante o dia, a câmera principal de 12 MP com abertura f/1.7 entrega fotos muito agradáveis. Quando o assunto é gravação de vídeos, a câmera principal do Moto Z3 Play entrega um pouco mais do que o pacote básico. Embora a tela do smartphone não seja 4K, a qualidade de gravação pode chegar a esta resolução. Ou então, caso queira mais quadros por segundo, pode optar pela filmagem em 60 FPS, mas em resolução Full HD (1920 x 1080 pixels). Vale mencionar também que o smartphone não possui um sistema de estabilização óptica e, por isso, vídeos com bastante movimento tendem a sair um tanto confusos. Já a outra lente traseira, que possui resolução de 5 MP e abertura f/2.2, serve para auxiliar em fotografias que necessitam de uma dupla perspectiva. Ou seja, o Modo Retrato, por exemplo, funciona melhor graças a ela. Caso abuse da sorte, o desfoque causado pelo filtro pode não sair como planejado. E esta regra se aplica aos outros modos – como o de “Cor em destaque” – oferecidos pelo software de câmera da Motorola. Apesar disso, um ponto positivo da câmera do smartphone é a velocidade do foco automático. Se você se sente frustrado com a ausência de foco na hora de bater fotos, este aparelho pode ser uma boa solução. Indo para a câmera frontal, temos apenas uma lente de 8 MP com abertura f/2.0. Aqui, o único ponto negativo é e a ausência do flash LED para auxiliar em fotos noturnas. Tal recurso, que existia no Moto Z2 Play, foi retirado nesta geração e tornou as selfies noturnas mais cheias de ruído – ainda que o software deixe a tela branca para produzir mais luz. Entretanto, caso curta selfies com o fundo desfocado, saiba que elas são possíveis com o Moto Z3 Play. Mesmo sem o auxílio de uma câmera frontal extra, o smartphone consegue entregar boas selfies no Modo Retrato.

Bateria que não decepciona

Ao manter os mesmos 3.000 mAh de capacidade encontrados no Moto Z2 Play, a bateria do Moto Z3 Play não é um fator surpreendente. Porém, com este modelo, é sim possível chegar ao fim do dia sem passar perto de uma tomada, desde que seu uso seja moderado. Caso faça mais do que simplesmente usar redes sociais e enviar mensagens, talvez precise usar algum Moto Snap de bateria extra, mas nada muito drástico. Embora o Moto Z3 Play tenha um processador mais novo e consequentemente mais eficiente, o uso de uma tela de resolução Full HD+ contrabalanceia a equação e faz o celular ter um desempenho de bateria um pouco pior do que o modelo de 2017. Como visto na imagem acima, o Moto Z3 Play garante uma autonomia de bateria mediana (pouco mais de 10 horas de tela), comum em smartphones intermediários. Isso não chega a ser um problema, já que a Qualcomm, há tempos, permite que smartphones com Android tenham suas baterias recarregadas com muita rapidez. Na caixa deste aparelho, está o carregador Turbo Power da Motorola, que recarrega cerca de 45% da bateria em apenas meia hora graças ao Quick Charge 4.0 da Qualcomm. No caso de uma carga completa, é preciso mais uma hora – totalizando aproximadamente 1 hora e 30 minutos na tomada. Além disso, há alguns tipos de Moto Snaps (vendidos separadamente) capazes de estender a duração da bateria sem que o usuário precise recorrer ao carregador. Então, mesmo não surpreendendo com a bateria em si, daremos um ponto positivo pela versatilidade e pela possibilidade de contornar um problema que todo smartphone tem hoje em dia.

O Android não é puro, mas isso é bom

Foi-se o tempo em que a Motorola produzia smartphones com o sistema operacional praticamente puro e sem modificações. Entretanto, neste caso, isso não significa algo ruim. O software adicional da Motorola traz ao Android 8.1.0 um conjunto de recursos que você realmente usa no dia a dia. Seja abrindo a câmera com uma torcida no punho ou agitando o smartphone para ligar a lanterna, esses adicionais são realmente um diferencial válido. No aplicativo Moto, uma série de personalizações é oferecida para usuário e, ainda que você não use todos estes recursos, é preciso admitir que eles servem para alguma coisa. Acesse este link para uma série de dicas e truques do Moto Z3 Play. E no Moto Z3 Play, surge uma situação interessante também. Como o leitor de impressões digitais foi retirado da frente, o recurso de gestos embutido nele teve de ser adaptado também. Então, apenas neste aparelho, você pode acionar a “Navegação em um toque” no aplicativo Moto. Ao fazê-lo, uma barrinha horizontal – bem semelhante àquela que chegará com o Android P – surge no lugar dos tradicionais botões de navegação. Ainda que não se tenha muita utilidade para a navegação por gestos – já que ela não serve para economizar espaço na tela – foi esperto mantê-la, já que smartphones mais acessíveis da fabricante a possuem. No geral, posso resumir minha experiência com o sistema operacional em algumas poucas palavras: fluído, agradável aos olhos e, principalmente, útil. Do widget de relógio da Motorola à própria Moto Tela – que permite interagir com notificações sem ligar a tela por completo -, praticamente todo adicional é gostoso de usar.

Áudio

O sistema de reprodução de áudio do Moto Z3 Play é composto por apenas uma saída de som. Embora não possua som estéreo, o intermediário da Motorola entrega o essencial e evita frustrações. Isso porque, já que esta saída fica na parte frontal superior do smartphone, é praticamente impossível obstruí-la com suas mãos ao assistir um vídeo ou ao jogar. Além disso, a possibilidade de comprar um Moto Snap da JBL separadamente, por exemplo, faz do Moto Z3 Play o dispositivo ideal para os audiófilos de plantão.

Moto Snaps

Não recebemos um Moto Snap juntamente com o Moto Z3 Play, mas, o que se pode dizer sobre os acessórios da linha Moto Z da Motorola é que eles servem a um público muito específico, que talvez não busquem necessaraimente um smartphone intermediário. Como vimos durante toda esta análise, este aparelho sofreu algumas influências diretas da manutenção da compatibilidade com os Moto Snaps. Isso pode não ser o caminho de um intermediário, já que quem busca um smartphone desse tipo, busca por uma ótima relação custo-benefício. Elemento que pode não estar tão de acordo com o preço dos Moto Snaps, os quais variam de R$ 449,90 a até R$ 1.299,00.

Especificações técnicas do Moto Z3 Play

Abaixo, você confere as principais informações sobre o Moto Z3 Play na versão Índigo:

Conclusão

Lançado no Brasil por R$ 2.299,00, o Moto Z3 Play é um ótimo smartphone, mas que comete alguns deslizes. Fatores como a ausência de flash LED para a câmera frontal ou até mesmo a ausência da conexão direta para fones de ouvido, fazem falta para muitos dos usuários. Estes problemas, embora pequenos, não existem no Moto G6 Plus, aparelho mais em conta da empresa, com exatamente o mesmo conjunto de câmeras. Dessa forma, o Moto Z3 Play, pode estar almejando demais a categoria premium e deixando de lado o público-alvo ideal: os usuários de intermediários. Claro que com uma futura alteração de preço isso tende a mudar. Entretanto, mesmo com o valor atual, usuários adeptos dos Moto Snaps ou aqueles que não se incomodam com alguns recursos inexistentes neste modelo podem ter em mãos um excelente aparelho.

Confira nosso vídeo de hands-on do Moto Z3 Play:

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