Design
O Galaxy Z Fold3 é quase todo feito de tela, com parte do corpo do aparelho feita de um alumínio muito bonito e elegante. É aqui também que as suas três câmeras são localizadas, numa pequena protuberância que as deixa bem marcadas. Com o aparelho fechado, temos apenas dois botões: um de ligar e desligar, que fica levemente mais para dentro do produto, o que o impede de ser apertado por engano, e um botão de volume. Na outra parte ficam as entradas para até dois SIM cards. Em baixo fica localizada a entrada USB-C, utilizada para carregar o aparelho ou então conectá-lo ao PC, além de uma das saídas de som. Por fim, na borda superior encontramos a outra saída de som do aparelho. Logo de cara, algo me deixou com sentimentos mistos acerca do produto: o peso. O Galaxy Z Fold3 pesa cerca de 270 gramas, e, ao utilizá-lo com a tela fechada, somente com a tela auxiliar, ele me pareceu excessivamente pesado, quase desconfortável de usar. Seguem as fotos dele em cima da embalagem para medida de comparação. O interessante é que, ao abri-lo de fato e fazer o uso do jeito que ele foi projetado, foi quase como se eu tivesse colocado uma luva que encaixasse perfeitamente nos meus dedos. Mesmo sendo grande, com uma tela de 7,6 polegadas, seu tamanho fica entre um celular grande e um tablet, e para a minha mão, que não é pequena, foi possível usá-lo maravilhosamente bem.
Tela
A tela é a estrela principal do Galaxy Z Fold3. O celular possui duas delas, uma auxiliar que pode ser checada com o celular fechado, e a aberta. É notável a diferença de qualidade entre ambas. A auxiliar possui apenas 6,1 polegadas com uma resolução de 2268 x 832 pixels. Enquanto isso, a principal possui um tamanho total de 7,6 polegadas com 1768 x 2208 pixels, tela Dynamic AMOLED 2x, com taxa de atualização de 120Hz e proteção Gorilla Glass Victus. Num primeiro momento, logo que peguei o aparelho, fiquei com um pouco de medo de fechar o display, afinal, essa foi minha primeira experiência com uma tela dobrável. Mas, com o tempo, o medo se foi e deu para perceber o tamanho do esmero dado à tela, e dobrá-la se tornou algo comum. Outra coisa bastante notável são as marcas de dedos ao usar o aparelho. Elas ficam marcadas facilmente, mas não atrapalham o uso, somente sendo vistas quando desligamos a tela. O Galaxy Z Fold3 possui mais 16 milhões de cores e uma densidade de 372 ppi (Pixels per inch, pixels por polegada em tradução direta), ou seja, assistir a um filme ou série é uma experiência fascinante. Principalmente se precisarmos usar algum outro aplicativo, aí é só colocar em tela flutuante e resolver o que tiver que resolver antes de continuar assistindo. Particularmente, usei muito pouco a tela secundária. Ela me foi útil para responder algo rapidamente em alguma rede social e passar uma música, no mais foquei somente na primorosa tela principal. Isso não significa que ela seja ruim, entretanto; ela só fica ofuscada pela tela grande, por motivos óbvios, ainda mais para alguém de primeira viagem como eu.
Áudio
Uma das características que mais chamam a atenção no Galaxy Z Fold3 é a presença de duas saídas de áudio no aparelho. Elas estão localizadas no que seria a parte de cima e de baixo do celular, respectivamente, e graças a isso temos uma maior imersão, seja assistindo a uma série, um filme, ouvindo uma música ou jogando. Ainda assim, preciso citar a presença da tecnologia Dolby Atmos que modifica absurdamente a qualidade do áudio. No painel acima, é possível ativar ou desligar essa função, e é impressionante a diferença brutal que ela faz. Tudo fica mais limpo e mais alto. É quase como estar assistindo a um filme ou ouvindo uma música na televisão. O volume proporcionado pelas saídas é mais alto que o celular que uso no meu cotidiano, um Galaxy S9 Plus, mas um pouco mais baixo que uma televisão. Ou seja, dá para colocar algum uma música ou assistir um filme e ficar totalmente imerso. Durante os meus testes, eu assisti a vários episódios de Pessoa de Interesse, que possui muitos tiroteios, e não senti nenhuma diferença se comparado com a TV aqui de casa. Como não há entrada P3, as entradas de fones de ouvidos, a solução é usar fones que Bluetooth. Nesse caso a potência do áudio fica a cargo do aparelho usado. No meu caso eu testei com um fone da JBL e não senti nenhuma diferença entre o Galaxy Z Fold3 e o meu Galaxy S9 Plus.
Processador
Com o chipset Qualcomm Snapdragon 888 5G , que traz um processador octa-core, com 1 x 2.84 GHz Kryo 680 + 3 x 2.42 GHz Kryo 680 + 4 x 1.80 GHz Kryo 680, absolutamente tudo ocorre na maior fluidez possível. É até satisfatório pular de um aplicativo para outro, dada a rapidez com que tudo acontece. Mesmo quando estamos com duas ou mais aplicações ativas ao mesmo tempo, não há engasgos ou travamentos. O celular não esquentou em momento nenhum e absolutamente nenhuma falha de performance aconteceu. Em um dos meus testes, eu deixei o YouTube aberto em modo janela, o Twitter de um lado e o Chrome aberto do outro, e todos eles continuavam sem o menor sinal de engasgo. Dentre todos os celulares que eu já usei, esse é facilmente o aparelho com o melhor desempenho que já tive o prazer de usar. Para efeitos de comparação, quando eu tento deixar o Spotify tocando uma música, o Twitter na parte de cima da tela, e o Chrome na parte de baixo, meu Galaxy S9 Plus sempre demora aquele quase um segundo a mais antes de fazer qualquer ação. Já no Galaxy Z Fold3, isso não aconteceu durante os testes.
Interface & Apps
A interface de usuário do Galaxy Z Fold3 é bem grande e totalmente customizável. Além disso, é possível colocar todos os aplicativos em pastas e ter acesso rápido, caso seja necessário. Uma das minhas mais gratas surpresas foi navegar pela internet utilizando o Chrome. Mais uma vez preciso citar o tamanho da tela. Ela faz com que a navegação seja perfeita, com que as páginas tenham o tamanho ideal. Na maioria dos aplicativos houve uma adequação à proporção da tela, como no Twitter, YouTube, e outros. Porém, no Instagram, havia uma faixa inutilizável dos dois lados. Isto é, são como zonas mortas, e nenhum comando pode ser usado ali, seja para passar para a próxima fotografia do feed ou então curtir uma publicação. Uma coisa que me chocou foi o seu uso em jogos. Ao invés de apertar tudo numa tela de celular comum, o campo de visão é bem maior e fica muito mais prazeroso de se jogar. Como dito acima, é o tamanho perfeito para um celular, sem o exagero de um tablet. Em jogos como Free Fire, é quase como uma vantagem extra. Além disso, usar o Galaxy Z Fold3 no Xbox Cloud Gaming da Microsoft é quase como jogar num videogame portátil. A imagem fica totalmente excelente e com tamanho perfeito — além das saídas de som que funcionam perfeitamente e conseguem dar a sensação de imersão necessária.
Memória & Armazenamento
O que faz com que o Galaxy Z Fold3 seja um excelente aparelho é a enorme quantidade de memória RAM disponível, com um total de 12 GB. Isso faz com que a transição entre aplicativos seja a mais graciosa possível, além de fazer com que os jogos rodem no melhor da sua capacidade. O aparelho está disponível em duas versões no Brasil, uma com 256 GB de espaço interno e outra com 512 GB. Particularmente, o de 256 GB satisfez todas as minhas necessidades, mas é sempre bom ter em mente qual será o uso dado ao celular. Um único porém a ser destacado aqui é a impossibilidade de se adicionar cartões de memórias extras, isto é, você ficará “preso” à escolha que fez na hora da compra.
Conectividade, redes e acessórios
Uma coisa que eu senti bastante falta foi uma entrada para fones de ouvido, a famosa P3 — ainda que seja um movimento que se iniciou no iPhone 7, e chegou na Samsung a partir do Galaxy S20. Isso faz com que o usuário seja obrigado a utilizar fones bluetooth, ou então usar fones que possuam a entrada USB-C, que também é usada para fazer a recarga da bateria do aparelho. Ela está localizada na parte de baixo do aparelho, e, além disso, há também as outras conexões comuns, como o NFC, GPS e sincronização com o PC. O Galaxy Z Fold3 agora é compatível com alguns modelos de S-Pen, e conta com uma que foi projetada para o próprio aparelho, chamada S-Pen Fold Edition, cujos modelos são o básico e o Pro. Porém, é um acessório, e não está incluso no pacote que vem com o celular, sendo necessário adquirir a caneta de forma separada. Por fim, o aparelho já está pronto para se conectar com a vindoura tecnologia 5G, cujo leilão já foi realizado pelo Governo Federal. Quanto à taxa de download, o celular possui ainda a capacidade máxima de 7500 Mbps enquanto o upload chega até os 3000 Mbps.
Bateria
O Galaxy Z Fold3 tem uma bateria de 4400mAh que realmente dura o dia todo. Durante o meu teste, eu o utilizei durante o horário de trabalho e também em momentos de lazer, assistindo vídeos no YouTube, navegando na Internet, respondendo mensagens dos colegas e também jogando. Foram aproximadamente 12 horas de uso, e a bateria aguentou bem, restando cerca de 30% da carga, o que me surpreendeu bastante. Sempre com a iluminação acima da metade do disponível, com o volume praticamente no máximo, ou seja, colocando o pequeno monstrinho para trabalhar.
Durabilidade
Como dito acima, no começo eu fiquei apavorado com a resistência da tela dobrável. Se considerarmos somente o que vemos, parece ser um vidro bastante frágil, contudo, com o uso, essa sensação desaparece e dá para ver que o Galaxy Z Fold3 tem uma tela de excelente qualidade. Além disso, a Samsung disponibiliza também uma capa de proteção que pode aumentar e muito a durabilidade do aparelho. Por fim, o celular traz consigo a classificação IPX8, isto é, o aparelho consegue ficar debaixo d’água doce por até 30 minutos. Particularmente, testei somente com alguns respingos que nada afetaram a sua funcionalidade. Mesmo com tudo isso, ainda recomendo tomar extremo cuidado com o produto. Como ele possui efetivamente três telas (a frontal e as dobráveis), uma queda, dependendo da altura, pode não ser muito legal.
Câmeras
Como há, tecnicamente falando, duas câmeras frontais, vou dividir a minha experiência em duas partes: primeiro falando sobre a câmera localizada na tela secundária; e depois sobre a câmera localizada na parte interna do aparelho. A câmera frontal externa possui uma resolução de 10MP, com abertura de F2.2, enquanto a câmera interna possui somente 4MP com abertura de F1.8. Ela fica localizada abaixo da tela, do lado direito superior – não há um recorte para a câmera, aproveitando melhor a utilização da tela pelos aplicativos. Ambas podem tirar boas fotografias, mas não chegam aos pés da câmera principal. As joias da coroa aqui são as três câmeras traseiras: uma teleobjetiva, uma wide e uma ultra-wide. Elas possuem, respectivamente, aberturas de F1.8, F2.2, F2.4, e trazem consigo uma tecnologia de foco automático com estabilizador de imagem. Seja de perto ou de longe, a câmera do Galaxy Z Fold 3 consegue capturar absolutamente tudo. Todas as fotografias ficam muito bonitas e, mesmo dando zoom, disponível entre o óptico de 2x ou digital de até 10x, apesar de um pouco borradas, elas ficam muito bacanas. O celular não tem como capturar imagem no modo macro — contudo, ao usar a lupa, é possível fazer fotos bem próximas dos objetos, sem perder a qualidade. Graças à tela auxiliar, é possível ver em tempo real qual o enquadramento da câmera traseira, assim, conseguimos colocar tudo o que for relevante na foto sem ter que ficar girando a tela toda hora para verificar o resultado. Isso pode ser especialmente bem utilizado ao fazer o registro de momentos mais significantes, como casamentos e outros eventos, já que as pessoas a serem clicadas poderão acompanhar em tempo real o que está sendo capturado. Dentre todos os celulares que eu já usei, o Galaxy Z Fold3 é com certeza o melhor em qualidade de fotos; seja durante o dia, ao amanhecer ou durante a chuva, o celular consegue fazer ótimos registros, sem perder a qualidade. Para a gravação de vídeos, o celular consegue realizar capturas em 4K, com até 60 quadros por segundo. E também é possível gravar vídeos com câmera lenta, com até duas opções: 960 fps em 720p ou 240fps em 1080p.
Um baita Phablet
Com o crescimento das telas dos celulares, e também com a existência dos Tablets, foi necessário criar um termo que abordasse os aparelhos que se encontram entre essas duas categorias. E graças a junção de ambas, o phablet nasceu. Normalmente, o phablet pode possuir dimensões que variam entre a pequena, com 5,5″ polegadas, até grande com 7″ polegadas ou mais. Seu pacote pode conter uma caneta Stylus, mas isso não é pré-requisito. O Galaxy Z Fold3 pode ser considerado dessa categoria, já que seu tamanho, com 7,6″ polegadas aberto, não o deixa ser taxado de tablet, e maior do que os celulares comuns — assim como a já conhecida linha Galaxy Note, que atualmente conta com o Galaxy Note20 e Note20 Ultra.
Conclusão
Sem considerar o preço, um pouco salgado para o Brasil, eu diria com tranquilidade que o Galaxy Z Fold3 é o melhor celular já feito pela Samsung. Sua tela é maravilhosa e entrega todos os detalhes com imensa fidelidade. Além disso, seu tamanho avantajado, mas sem o exagero dos tablets, é perfeito para quem possui mãos grandes. No começo, dobrar a sua tela dá um certo medo, mas com o tempo, vemos que ele foi feito para isso e aguenta bem o tranco. Sua câmera é com certeza uma das melhores já feitas e usá-lo para o trabalho ou para o lazer é uma alegria imensa. Se você tiver condições de adquirir um, com toda certeza não se arrependerá, já que tudo o que ele promete é entregue. Um último adendo aqui: seu pacote não traz carregador ou fone, então é bom ter eles à mão caso seja necessário. O Galaxy Z Fold3 está disponível em duas versões na loja da Samsung: a de 256 GB por R$ 11.519,10 em até 12x de R$ 1.066,58 sem juros, e na de 512 GB por R$ 12.419,10 em até R$ 1.149,91 sem juros.
Especificações técnicas
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