A nostalgia é um fator importante para empurrar a venda destes jogos para o público antigo, enquanto ao mesmo tempo promovem um espaço aberto para novos jogadores de diferentes idades. Relançar um jogo pode ser uma forma mais “segura” de um estúdio conseguir renda extra, visto que o desenvolvimento de novos jogos está cada vez mais demorado e caro, mas tudo depende da forma que o estúdio escolhe realizar o procedimento. É muito fácil se confundir hoje em dia visto que existem diferentes termos para tipos diferentes de relançamentos, e é por isso que neste texto iremos explicar o significado de cada um. Confira!

O que é Remake?

Um remake utiliza o mundo, personagens e histórias já estabelecidos em um jogo anterior, mas é totalmente refeito do zero com novas mecânicas que ressoam com uma nova geração de jogadores. Basicamente, este termo é usado quando uma empresa decide lançar um jogo de novo como se fosse a primeira vez. Normalmente, um remake mantém diversos pontos-chave do jogo original, e seus desenvolvedores apenas “recriam” o jogo com adições de novas histórias, personagens e localizações, além de renovar o combate e seus gráficos para os consoles de última geração. Na geração passada, dois grandes jogos da era PlayStation 1 receberam novas versões recriadas do zero: Final Fantasy VII e Resident Evil 2. Ambos os jogos sofreram diversas mudanças positivas em comparação com suas versões originais. No caso de Resident Evil 2, a câmera “travada” da versão de PS1 foi removida em favor de uma câmera livre em terceira pessoa, o combate se tornou mais ágil e seus personagens e história receberam uma nova visão a favor de um novo universo dentro da franquia. O sucesso deste remake foi tão grande que fez com que a Capcom liberasse mais projetos do mesmo porte, visto com o lançamento de Resident Evil 3 e o futuro Resident Evil 4 em 2023. O RPG clássico Final Fantasy VII também recebeu um tratamento com o projeto Final Fantasy VII Remake, mas decidiu ir além ao criar uma história totalmente inédita que intercalou com os eventos do jogo original. Além de criar um sistema de combate de ação que remove totalmente o elemento de “RPG de turno” do jogo original, o game foca somente na luta do grupo contra a indústria Shinra dentro da megacidade de Midgar. Devido ao escopo e a direção que a história do remake está sendo levada, o diretor Tetsuya Nomura e a Square Enix decidiram dividir a história em três projetos, com a sequência Final Fantasy VII: Rebirth planejada para lançar no final de 2023.

O que é remaster?

Remaster, ou “remasterização”, é o termo usado quando um jogo é “reformado” para plataformas atuais e recebe algumas leves melhorias como texturas repaginadas, melhor performance e controles renovados, sem necessariamente mudar nada do código do jogo original. O jogo que é remasterizado é virtualmente o mesmo jogo da experiência original, apenas são aplicadas técnicas para entregar melhores imagens do jogo “antigo” para plataformas mais atuais. Estas remasterizações também podem acrescentar melhorias no controle, novos canais de áudio, opções de resolução, novas texturas e mais, tudo feito em cima do jogo original. Apesar de raro, também pode ocorrer de um jogo remasterizado receber melhorias em sua jogabilidade, mas nada drástico como uma mudança total nos sistemas de gameplay como acontece em remakes. Normalmente estes jogos são classificados como “remodelados” através do título oficial do game. No caso de Mass Effect, a EA resolveu adicionar o subtítulo Legendary Edition para revelar que estes jogos são os mesmos jogos premiados diversas vezes no passado, sendo relançados como a versão “definitiva”.

O que é Rebuilt?

Um rebuilt, ou seja, um jogo que foi “refeito”, existe no meio entre a remasterização e a recriação de um jogo. Ou seja, jogos que já existem no passado são refeitos utilizando tecnologias de última geração, mas virtualmente ainda entregam a mesma experiência do jogo original. Este tipo de jogo vem ganhando o seu espaço na indústria há alguns anos, e levanta algumas questões sobre o valor de tais projetos quando repassados para os seus fãs. Crash Bandicoot N Sane Trilogy, Tony Hawk Pro Skater 1+2, Spyro Reignited Trilogy, Shadow of the Colossus e The Last of Us Part I são apenas alguns exemplos que se encaixam nesta categoria. Estes jogos citados entregam a mesma experiência de suas versões originais, mas gozam de tecnologias impressionantes na parte de gráficos, áudio, textura, inteligência artificial e outros artifícios que só poderia existir nos dias atuais. Ou seja, a falta de novas mecânicas e mudanças na história são o fator principal na hora de diferenciar um rebuilt de um remake. Esta categoria sempre vem acompanhada de polêmicas relacionadas ao preço que os desenvolvedores pedem pelo jogo. No caso de The Last of Us Part I, apesar de ser claro que houve muito trabalho para entregar uma fidelidade gráfica ultra realista, muitos fãs se perguntavam se realmente valia a pena pagar o preço de um jogo novo em um game que ainda não completou 10 anos desde o seu lançamento original, gerando até especulações sobre o rebuilt ter sido feito somente para atrair atenção à adaptação da série produzida pela HBO e na versão futura do jogo para os PCs.

O que é Reboot?

Quando um estúdio resolve fazer um reboot de uma franquia, eles pegam o conceito básico, alguns personagens, uma base da história e joga todo o resto pela janela. Neste caso, um novo jogo “baseado” no universo original é criado, permitindo a criação de mecânicas inéditas, novos personagens, nova história e um início limpo, livre das amarras do passado. Isto ajuda a revitalizar algumas franquias que perderam o seu gás com os últimos lançamentos, mas corre o grande risco de sofrer com a inevitável comparação do material original por parte dos fãs, como ocorreu com o recém-lançado Saints Row. O game foi desenvolvido para reiniciar a franquia que havia ido muito longe, com o seu quarto (e ultimo) jogo demonstrando uma luta entre aliens e humanos, fugindo totalmente da proposta original de guerra de gangues que o game havia estabelecido. Apesar do reboot de Saints Row ter feito com que a franquia voltasse para as suas origens, os fãs não gostaram de diversas mudanças realizadas com os novos personagens e a história, além da gameplay ser repleta de bugs, fazendo com que o novo jogo ganhasse uma fama de “um reboot mal feito e sem alma”. Já Call of Duty Modern Warfare é um exemplo de reboot de sucesso que conseguiu revitalizar uma franquia que estava passando por sua pior fase e jogou ela de volta para o topo graças à sua jogabilidade renovada, gráficos de última geração e uma campanha que revisita personagens icônicos em uma nova visão modernizada. O sucesso foi tão grande que a Activision remodelou todos os estúdios que cuidam da marca Call of Duty para seguir os modelos estabelecidos pelo jogo, iniciando com o lançamento da sequência Modern Warfare II em 2022.

Soft reboot

Um soft reboot existe quando uma franquia quer criar novos ares, mas sem abrir mão de tudo aquilo que já foi criado no passado. Neste caso, o soft reboot serve apenas para levar a franquia para um novo caminho, enquanto ainda honra com seus jogos anteriores. God of War (2018) e Doom (2016) são dois grandes exemplos de soft reboots. Ambos os jogos existem para dar continuidade nos jogos anteriores de suas franquias, mas ao mesmo tempo reinventam o suficiente para se afastar de mecânicas ultrapassadas e inovar na história o suficiente para prosseguir por um novo caminho. É curioso pensar que ambos os jogos foram aclamados pela crítica, e tiveram suas sequências encomendadas por seus estúdios com jogos como Doom Eternal e God of War Ragnarok, que lança em novembro de 2022.

O que é Demake?

Um demake é uma reimaginação de um jogo atual rodando em plataformas antigas, e muitas vezes são apenas projetos experimentais sem o apoio oficial dos desenvolvedores ou do estúdio de tal jogo. Geralmente, estes projetos criados por fãs não veem a luz do dia fora de vídeos no YouTube e imagens publicadas pelo desenvolvedor, mas é sempre interessante notar o trabalho bem feito. Por exemplo, um fã decidiu realizar um demake de Bloodborne com gráficos e jogabilidade de PS1, e é totalmente jogável! Nesta versão, podemos jogar até a luta contra o chefe Father Gascoigne, além de explorar as primeiras áreas da cidade de Yharnam. Apesar de hoje em dia ser mais difícil encontrar estúdios grandes realizando demakes de suas franquias, a situação era um pouco diferente nos anos 2000. Era comum ver jogos que antes rodavam somente em máquinas mais poderosas como o GameCube e o PlayStation 2 sendo portadas para rodar em plataformas portáteis como GameBoy e GameBoy Advance, muitas vezes retirando diversos elementos originais que geralmente resultavam em experiências totalmente diferentes. E agora, aprendeu a classificar os diferentes relançamentos dos seus games favoritos? Conta pra gente nos comentários! Veja também: Saiba como você pode iniciar a sua carreira como desenvolvedor de games. Fontes: Gameranx, FossBytes, Tech Radar.

Qual a diferen a entre Remake  Remaster  Rebuilt  Reboot e Demake  - 86