Batizado de “NeRF-W” (sigla em inglês para “Campos de Radiação Neural Selvagens” em referência às fotos “soltas” pela rede mundial de computadores), o projeto emprega técnicas de interpolação de imagens e inteligência artificial (IA) para “desenhar”, com alto grau de fidelidade, uma série de locais de alta atração turística, como o Portão de Brandemburgo (Berlim, Alemanha), a Basílica do Sagrado Coração (Paris, França) e a Fontana di Trevi (Roma, Itália). O nome é chique, mas a “interpolação de imagens” é simples de ser compreendida: imagine que você tem duas ou mais fotos de um mesmo objeto, de vários ângulos diferentes. O que essa técnica faz é “unir” todas essas fotos e reposicioná-las de forma que o resultado final seja uma espécie de maquete do objeto a ser retratado. A técnica em si não é bem uma novidade, embora pouco conhecida. Mas é o primeiro caso onde ela é empregada por meio de inteligência artificial e uma equipe reduzida, já que o time completo do Google conta com “apenas” seis pesquisadores: Ricardo Martin-Brualla, Noha Radwan, Mehdi S. M. Sajjadi, Jonathan T. Barron, Alexey Dosovitskiy e Daniel Duckworth se dividiram no desenvolvimento remotamente, já que três deles estão situados em Berlim, enquanto os outros três estão em Seattle (Washington, EUA) e São Francisco (Califórnia, EUA). Também novo é o método como eles chegaram a esses resultados mais precisos: segundo a página oficial, eles basicamente criaram três linhas de captura de imagem, sendo uma para as fotos em si, outra para a remoção de “ruídos” (pedestres nas imagens, carros passando nos arredores etc.) e uma terceira para a iluminação ambiente. As três faixas servem como margem de erro para que a inteligência artificial empregada por eles pudesse trabalhar com maior precisão na hora de criar o modelo em 3D. “O NeRF-W faz a separação da iluminação em relação à geometria da cena 3D sob ela. [Desta forma] Esta última permanece constante, mesmo quando a iluminação muda”. Em outras palavras, o que os autores estão dizendo é que, independente das mudanças na iluminação, como os vídeos mostram nas variações entre e noite, o objeto registrado — no caso, os pontos turísticos — não se alteram, o que comprova a precisão de todo o sistema. O projeto todo ainda segue em uma fase experimental, mas os autores do Google já estão traçando planos ambiciosos para ele. A expectativa é que “logo” (eles não especificam uma data) eles consigam disponibilizá-lo para o público a fim de que outras pessoas os ajudem a fazer uma criação fidedigna do planeta Terra. Enquanto esperamos eles chegarem a esse ponto, veja abaixo mais alguns exemplos das criações do software: Fonte: NeRF in the Wild