O Peeple se intitula o “Yelp para pessoas”, e tem uma intenção até boa, mas de boas intenções o mundo está cheio, não é? “O aplicativo Peeple nos permite escolher melhor quem vamos contratar, com quem fazer negócios, quem vamos escolher para um encontro, (escolher) quem serão nossos vizinhos, companheiros de quarto, inquilinos, e professores dos nossos filhos”, diz Julia Cordray, a Canadense por trás do app. Mas a primeira coisa que à mente ao ler a descrição do aplicativo é: ele será um espaço aberto e regulamentado para o cyberbullying – violência praticada contra alguém através da internet – e pior ainda, poderá ser usado para caluniar ou difamar pessoas, falar mal do chefe, ex-namorada, destruir a reputação de alguém, etc… Isso porque qualquer pessoa pode avaliar outra, mesmo que ela não esteja cadastrada no app, meio controverso e bastante invasivo. É um Lulu turbinado. Se tudo isso já assusta, Julia confirma que o app já está avaliado em US$ 7,6 milhões, cerca de R$ 30 milhões de reais e será lançado em novembro. Mas segundo uma investigação feita pelo Snopes, um site que investiga notícias falsas na internet, o aplicativo não é verdadeiro. Antes dele ser noticiado em vários blogs de tecnologia mundo afora, o termo “Peeple” sequer aparecia em resultados do Google, tudo normal, afinal, o app ainda não existia. Mas alguns indícios deixam a história um pouco nebulosa: o suposto site oficial do app, forthepeeple.com, não está mais online, e ao pesquisar pelo termo no Google só achamos um projeto no Kickstarter, que é uma espécie de “olho mágico” inteligente. Só o fato do aplicativo estar sendo desenvolvido em praticamente 90 dias, já estar em fase beta e mesmo sem nenhuma prévia real já valer mais de US$ 7 milhões é bastante controverso, mas sendo verdade ou não, é improvável que seja aprovado pela App Store ou Play Store. As complicações jurídicas também podem ser grandes, então, se o aplicativo for verdadeiro, seria bom já reservar alguns milhões para cobrir os gastos com processos…

Peeple  novo app de classificar pessoas pode ser uma farsa - 85