Considerado o coração da tecnologia moderna, o Vale do Silício se tornou um sonho para muitos profissionais do ramo e o centro da revolução tecnológica. Mas por que esse sucesso todo e o que outras regiões podem aprender com ele?
A relação com Stanford
Embora o Vale do Silício colecione uma série de fatores que contribuem para esse sucesso e a grande quantidade de empresas bem sucedidas, não há como negar que um dos fatores mais importantes (se não o mais importante) é sua proximidade com a Universidade de Stanford. A instituição de elite educacional está intimamente ligada com a história do vale. O Parque de Pesquisas de Stanford, fundado a partir da união da universidade e do governo local de Palo Alto desenvolveu tecnologias ou planos de negócios de várias empresas de sucesso como eBay, Electronic Arts, LinkedIn, HP, Google, Netflix, Nvidia, Logitech, Facebook, entre outras. Além disso, a universidade também garante um grande número de profissionais talentosos para trabalhar no Vale. Mark Granovetter, professor de sociologia da Stanford, afirmou que: De fato, o co-fundador da HP, William Hewlett, escreveu em 1991 que: É uma relação de cooperação, uma vez que as grandes empresas de tecnologias também garantem grandes doações e enchem os cofres da universidade. Stanford oferece para as empresas um suprimento constante de trabalhadores talentosos e preparados e os investimentos na universidade garante a esses estudantes as ferramentas para se tornarem os melhores e a possibilidade de serem contratados para um trabalho lucrativo. Hoje em dia, o ex-presidente de Stanford, John Hennessy, é presidente da Alphabet, a empresa-mãe do Google. Mark Granovetter explica um pouco sobre essa relação:
O que o Vale do Silício oferece
Mas não é só de graduados de Stanford que vive o Vale do Silício. O local atrai um fluxo enorme de pessoas que buscam a oportunidade de trabalhar por lá e se juntar ao principal polo de inovação do mundo. São muitos os motivos que atraem essa quantidade enorme de candidatos. Em uma visão mais ampla é possível citar vantagens como salários de 6 dígitos, serviço de fornecimento de refeições coletivas, de lavagem a seco, festas, eventos gratuitos e escritórios enormes e com comodidades como uma mesa de ping pong, jogos de fliperama e até salas para cochilo. Mas, claro, embora esses fatores sejam mesmo atraentes para um local de trabalho, não são realmente o que atrai tantos trabalhadores para o Vale, segundo Brendan Browne, vice-presidente de aquisição global de talentos do LinkedIn. Segundo Brendan, algo que torna o Vale do Silício um local de crescimento e de tanto sucesso é a natureza colaborativa da sua cultura profissional. Lá, eles mesclam uma alta dose de conhecimento com uma cultura de rede e o resultado disso é um ambiente mais do que ideal para promover inovações e crescimento.
O segredo da Inovação
Um dos pontos fortes do Vale do Silício é a forma como eles enxergam o trabalho colaborativo e as melhores condições para se ter os melhores empregados. A começar com as ferramentas que eles usam para isso como plataformas de colaboração como o Slack ou o Microsoft Team, que são ótimas para manter os trabalhadores conectados independente de onde estejam. É uma visão que muitas empresas podem usar e se beneficiar. De acordo com Stanford, permitir que os empregados possam trabalhar de casa ajuda a reduzir atritos entre a equipe e melhora a produtividade equivalente a um dia extra de trabalho. Além disso, facilita a chance de poder contratar os melhores profissionais mesmo que eles não morem por perto. Um conceito que eles sempre seguem e que funciona é o de transformação digital. As empresas de lá são as melhores do mundo em termos de aceitar e abraçar novas ideias e se arriscar com estratégias inéditas. Brendam Bowne acrescenta: O resultado é um ambiente onde a criatividade e a inovação podem florescer. Com isso é muito mais fácil criar novos produtos e tecnologias sem correr o risco de ter líderes conservadores impedindo que isso aconteça. Seguindo essa visão do Vale do Silício, muitas empresas no mundo todo podem se reinventar, garantir um ambiente de trabalho melhor e com mais inovações. A região conta, claro, com muitos investidores de poder, mas ainda assim há uma lição a ser aprendida com a forma com que eles lidam com essa questão. Mesmo as empresas que estão começando ou as que estão seguindo em frente, não devem ficar a procura de onde está o dinheiro. Ao invés disso, o ideal é saber aproveitar a relação com os parceiros que já têm e saber fazer uso total dos recursos e conhecimentos que eles proporcionam. Fonte: ItPro