Como funciona?

Para entender como funciona a Deep Web, é preciso antes compreender o funcionamento da internet tradicional: sites são encontrados através de sistemas de links e mecanismos de busca, baseados em técnicas de pesquisa e arquivamento de informações. Em outras palavras, o site que você quer encontrar permitiu que buscadores como o Google ou Bing registrassem seu endereço (também chamado de domínio) na rede, para que você pudesse encontrá-lo na pesquisa. Na Deep Web, os sites se recusam a providenciar este tipo de informação. Para encontrá-los, é necessário então fazer pesquisas diretas para encontrar bases de dados não linkáveis. Em termos leigos, significa que dizer que a pesquisa sai do buscador e passa a ser feita diretamente no próprio site. Ou seja, você precisa saber ONDE procurar.

O que fazem na Deep Web?

Essa facilidade de transitar e ocultar informações atrai muita gente com interesses nem sempre lícitos. Em outubro de 2013, por exemplo, investigadores do FBI desligaram o Silk Road (Caminho da Seda, termo em inglês que faz alusão à rota mercantil que ligava a China ao Mar Mediterrâneo), conhecido mercado negro online onde usuários poderiam comprar armas, drogas e até encomendar assassinatos. Claro, nem tudo que transita por essa “internet profunda” é ilícito. Dados pessoais como transações bancárias, conversas de Whatsapp, Facebook Messenger, Hangouts (mensagens instantâneas em geral) ou álbuns de fotos e grupos de discussão (desde que privados), e até tipos de arquivos também entram na conta. Em suma, tudo aquilo que fica oculto das pesquisas dos buscadores. Muitas pessoas entram na Deep Web para procurar e-books, cientistas usam para pesquisar casos para algum estudo, universitários utilizam para se aprofundarem em alguma matéria, e assim vai. O “lado negro da internet”, como é chamado, se torna, de fato, negro, dependendo da intenção de quem está acessando. Vale mencionar aqui que todo mundo pode acessar a Deep Web facilmente, mas não é todo mundo que pode acessar a rede oculta. Por melhores intenções que você possa ter, redirecionadores para links indesejados vão querer te encaminhar para os mais obscuros caminhos, e isso pode ser muito perigoso você não souber o que fazer caso aconteça. Para facilitar a compreensão desses conceitos, o site americano Mashable elaborou um vídeo de 2 minutos, onde explica uma noção geral dessa “internet oculta”. Veja abaixo:

Atentando à escola em Suzano

O massacre que aconteceu nesta última quarta-feira (13), em Suzano, São Paulo, tem ligações diretas com o uso ilícito da Deep Web. Os responsáveis pelo atentado à escola, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, teriam compartilhado informações relacionadas ao massacre no fórum Dogolochan e teriam sido auxiliados por integrantes do fórum sobre como obter as armas de fogo e dicas de como cometer assassinato. Segundo a investigação, o fórum Dogolochan, criado em 2013, era frequentando pelos assassinos há pouco mais de um ano, e discutiam sobre diversos assuntos que, principalmente, ferem os direitos humanos, como racismo, misoginia e homofobia. Inclusive, o mesmo fórum está ligado ao Massacre de Realengo (RJ), quando, em Abril de 2011, Wellington Menezes matou 11 crianças em uma escola em Realengo, e depois se suicidou. Na época, após o massacre, o assassino foi tratado como herói pelos frequentadores do fórum Dogolochan, e o mesmo está acontecendo com a dupla responsável pelo ataque em Suzano (SP). Muitos parabenizam o ato, e outros manifestam vontade de fazer algo parecido.

Recado aos curiosos

A Deep Web é um lugar rico de informações de todos os tipos – até as mais ilícitas. Vale lembrar que, por mais que seja a inocência da sua curiosidade de um dia querer entrar na Deep Web, saiba que é um lugar onde você pode encontrar qualquer tipo de conteúdo, inclusive os que não são corretos segundo os direitos humanos. Fique ligado nos fóruns e os sites que visitar, aliás, ninguém quer a Polícia Federal, ou a FBI, batendo na sua porta no dia seguinte. Fontes: Brightplanet, Mashable.

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