Lançado em 2017, Little Nightmares foi um sucesso inesperado do estúdio Tarsier Studios. O primeiro game é considerado um dos melhores jogos indie da última geração (tanto que ganhou um espaço de destaque em nosso artigo dos melhores jogos indie de janeiro). Com uma atenção brilhantes aos detalhes, o game cria uma atmosfera única que mistura mecânicas de furtividade a puzzles para criar uma metáfora sobre os medos da fase adulta vistos pelos olhos de uma criança. Agora, Little Nightmares II leva todos esses elementos além. Dessa vez o jogador controla Mono, um pequeno garoto descalço com capa que usa um saco de papel na cabeça. A diferença é que agora o jogador é acompanhado por outro personagem: Six, o protagonista do primeiro game. Juntos, eles precisarão andar com cuidado, pular, rastejar e correr em terror por uma cidade em ruínas que é habitada pelas versões de autoridades adultas que causam horror no coração de qualquer criança. O jogo é um pouco mais longo que seu antecessor, além do ambiente parecer maior e menos claustrofóbico. Mesmo assim, essa sensação de estar em um mundo mais “amplo” não diminui o sentimento de terror e o suspense que boa parte das sequências do jogo possuem. Seja fugindo de um adulto que fica o observando constantemente ou de hordas de monstros que caem do teto, cada encontro é fabuloso (e aterrorizante) de uma maneira única. Apesar disso, Little Nightmares II está longe de ser perfeito. As sequências de corridas podem ser interessantes da primeira vez, mas quando você perde um momento crucial por não ter pressionado o botão correto e volta para o início, pode ficar com um gosto amargo. Talvez essas corridas não fossem tão frustrantes se houvessem checkpoints ao longo das sequências ou o tempo de resposta do jogador fosse maior para cumprir uma ação necessária. Ainda assim, essas falhas são pequenas o suficiente para que o jogador consiga aproveitar Little Nightmares II como uma experiência única no mundo dos jogos indie. Os medos da infância são um assunto que claramente abre possibilidades para uma boa exploração em termos de trama e de mecânicas para puzzles, e a Tarsier Studios faz isso de uma forma muito cuidadosa. Little Nightmares II é uma mistura tão esplêndida de fofo e assustador, lindo e horrível, que poderia entrar para uma nova categoria: terror gótico infantil. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Jogos de corrida infinita são sinônimo de sucesso em dispositivos mobile (smartphones e tablets). #Drive, da PM Studios, é um game do mesmo gênero, mas no lugar de um personagem correndo sem parar, temos um carro com uma dirigibilidade difícil de controlar. Para se dar bem em #Drive, o jogador precisa evitar se chocar com outros veículos da pista ou em obstáculos que vão aparecendo conforme o carro avança. É imprescindível também ficar de olho no combustível e fazer uma visitinha ao posto ocasionalmente. O jogo só acaba quando o jogador bate seu carro, mas as moedas coletadas a cada jogatina permitem a compra de outros veículos e o ciclo é reiniciado. Seu estilo é simples, mas #Drive é também viciante e serve como um bom passatempo, quando o tempo disponível é de apenas alguns minutos. Os visuais também não comportam grande complexidade, mas guardam semelhança com Horizon Chase Turbo, game brasileiro de corrida. #Drive sai direto de dispositivos móveis para o Nintendo Switch neste mês de fevereiro. Disponível: Android, iOS e Nintendo Switch. Desenvolvido pela Bloober Team (mesmo estúdio responsável por sucessos como a série Layers of Fear e The Blair Witch), Observer é um dos melhores jogos indie que exploram a temática cyberpunk e conseguem misturá-la com perfeição ao gênero de horror. Originalmente lançado em 2017, o game foi elogiado pela sua estética, história de suspense envolvente e pela atuação de Rutger Hauer (o replicante Roy Batty de Blade Runner) – agora ele recebe uma versão com gráficos aprimorados para a próxima geração chamada Observer: System Redux. A importância desse título remasterizado se torna ainda maior quando levamos em conta que Observer: System Redux é um dos primiros jogos indie aprimorados para os consoles da nova geração. Dessa forma, a Bloober Team trabalhou em conjunto com a desenvolvedora Aspyr para retrabalhar no terror cyber-psicológico de Observer para aproveitar as vantagens tecnológicas e todo o poder extra do PlayStation 5 e do Xbox Series X. Agora o game oferece suporte para HDR, resolução em 4K, 60 FPS, melhores animações dos personagens e o efeito incrível gerado pela tecnologia de Ray Tracing, que torna o game ainda mais realista. Assim como os outros títulos da Bloober Team, Observer: System Redux é uma mistura de jogo de point n’ click com terror (um pouco psicológico e um pouco cósmico). Em termos de história e jogabilidade, pouca coisa mudou em relação ao game original, uma vez que os jogadores continuam tendo o acesso a diferentes tipos de tecnologias de visualização para coletar pistas e também hackear e analisar a mente de suspeitos e vítimas. Se você ficou curioso para conhecer mais sobre Observer, não deixe de conferir nossa análise completa do game para o Nintendo Switch, onde mesmo sem contar com o poder gráfico dos consoles mais poderosos, o jogo ainda consegue criar uma experiência impressionante e aterradora para o usuário. Porém, se você é um dos sortudos que possui um PlayStation 5 ou Xbox Series X, não deixe de experimentar essa versão do game em um desses consoles! Disponível: PlayStation 5, Xbox Series X, PC. Tornar-se e viver como um pirata pode ser uma tarefa mais divertida do que parece. Com um mundo virtual gerado proceduralmente, King of Seas possui missões variadas, recheadas de batalhas navais, ilhas perdidas e muitos tesouros para coletar. Tudo com um brilhante, colorido e charmoso visual que estimula o jogador a viajar pelos mares do jogo. Distribuído pela 3DClouds, King of Seas é arquitetado de forma a responder ao estilo do jogador, com dificuldade que se adapta aos desafios superados. Como viajar em alto mar não é uma tarefa fácil, o jogo traduz essa realidade com questões climáticas, que modificam a forma como o jogo deve ser encarado: navegar por uma tempestade tende a ser uma tarefa difícil. Para aqueles que gostam de um sistema de personalização e melhorias de estatísticas, King of Seas conta com cinco tipos de navios que, com seus próprios sistemas de equipamentos e habilidades, tem progressão ao estilo RPG. O comércio possui um papel importante no jogo, e cabe ao jogador estabelecer rotas comerciais interessantes, vendendo e comprando itens para as ilhas que deles necessitam. E conforme missões são vencidas, sua cabeça se põe à busca de piratas famosos. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

BRUTAL RAGE

Streets of Rage é, sem dúvidas, uma série clássica e que inspira jogos até os dias atuais. BRUTAL RAGE, da 2BAD GAMES, é mais um fruto dessa influência, e a porradaria come solta. Os gráficos de BRUTAL RAGE não são tão refinados quanto os de Streets of Rage 4, mas guardam um quê de nostalgia com seus personagens pixelizados. Felizmente, a jogabilidade é refinada e os personagens se movimentam bem, com várias opções para a pancadaria. BRUTAL RAGE tenta simular a sensação de jogar um antigo título de sua inspiração, e é bem-sucedido na empreitada. As músicas são batidas eletrônicas que animam o jogador e o fazem querer continuar progredindo em meio aos socos e chutes do beat ‘em up. Disponível: Xbox One e Nintendo Switch. Horned Knight é um desafiante jogo de plataforma e ação com estilo retrô e que vai direto ao ponto. Sem rodeios, o game se divide em 32 fases recheadas de difíceis inimigos, dentre os quais chefes capazes de dar um bom trabalho ao herói cavaleiro. Conforme descrito pela 2Awesome Studio, distribuidora do título, os níveis de Horned Knight farão seu coração bater mais forte. O jogo é destinado a jogadores que gostam de um bom nível de desafio, ainda que conte com um modo de dificuldade mais branda para aqueles que buscam suar menos nas fases. Os visuais simulam o estilo de jogos da era 8-bits, e Horned Knight conta até com referências sutis a alguns jogos da época do NES. Disponível: Nintendo Switch e PC.

AER Memories of Old

Desenvolvido pelo estúdio sueco Forgotten Key e publicado pela Daedalic Entertainment, AER: Memories of Old é um jogo de exploração nos mesmos moldes de clássicos como Journey ou Rime. De forma épica, você começa sua aventura saindo do interior de uma caverna para contemplar um mundo fragmentado no meio das nuvens. A boa notícia é que explorar esse cenário fantástico não é tão complicado quanto parece, uma vez que basta você saltar de uma das ilhas para se transformar em um pássaro e voar pelos céus. Mesmo com falta de combate e puzzles simples, fica evidente o carinho e esforço que o estúdio dedicou para aperfeiçoar a forma de cruzar seu mundo imaginário pelas ilhas e túneis de pedra com sua forma de pássaro. Em AER você entra na pele de Auk, um dos últimos da raça dos metamorfos, enviado em uma missão sagrada na Terra dos Deuses para recuperar o poder da Luz de Karlah. Além de colher os fragmentos dessa luz você ainda pode guiar outros personagens que você encontra ao longo de sua jornada. É uma clássica história clichê dos games de fantasia do gênero de exploração em mundo aberto, mas que é um bom pano de fundo que também serve para sustentar o game. AER: Memories of Old pode ser um jogo curto, sem nenhum combate para tornar a jogabilidade mais empolgante e puzzles que podem ser resolvidos facilmente, mas é preciso que o jogador tenha consciência que essa não era a proposta que os desenvolvedores queriam passar. A Forgotten Key criou um mundo encantador com um meio fantástico e divertido de atravessá-lo. Diante de si você tem uma terra fragmentada cheia de memórias melancólicas em que você se eleva até os céus e pode observar lá do alto um mundo que depende de você para a salvação. AER é uma viagem meditativa sobre o homem e sua relação “quebrada” com o mundo natural ao seu redor. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Gostou destes jogos? Confira também os melhores jogos indie que trouxemos no mês de janeiro!

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