O painel foi primordialmente desenvolvido por Dora Kaufman, professora do TIDD PUC SP e colunista da Época Negócios. Kaufman faz uma breve explicação do atual significado de inteligência Artificial e entende que vivemos numa sociedade amplamente conectada, ou seja, o homem passa cada vez mais a produzir dados a todo momento. Esses dados são criados a partir de interações entre dispositivos, ambientes digitais, a internet das coisas, entre outros. Nos tornamos um aparato para a produção massiva de dados. No entanto, o que são esses dados? Os dados compreendem informações sobre qualquer sociedade, e mais especificamente sobre os indivíduos inseridos nela e seu comportamento. Numa ótica de gestão de negócios, saber as preferências e vontades do consumidor é um fator determinante entre alavancar ou não o potencial de uma empresa. Porém, esses dados não servem para nada se não houver uma técnica adequada para transformá-los em informações úteis. Hoje a inteligência artificial é o agente catalisadora capaz de extrair e lidar com um grandioso volume de dados disponíveis, explicando por si só a grande adesão que a tecnologia vem conquistando. A tomada de decisões de uma empresa não é algo novo. O processo de gestão empresarial, em grande parte, se mantém o mesmo, mas a quantidade de decisões aumentou exponencialmente. A tendência atual, segundo Kaufman, é que continuemos tomando decisões cada vez mais assertivas graças aos modelos estatísticos de probabilidade pela inteligência artificial. Vivemos numa data-driven economy, ou uma economia baseada na extração de dados e centralizada pela IA. Partindo desse ponto de vista, o grande desafio dos negócios atualmente é não conseguir repensar as estratégias para modelar a captura de dados. Resolver esse processo de transformação digital engloba três esferas: cultura, processamento e pessoas, a infra-estrutura tecnológica e os dados. As empresas mais qualificadas para o futuro serão aquelas que garantem alta eficiência operacional e excelente experiência para o cliente. A adoção de inteligência artificial necessita de hardwares robustos para rodar os sistemas complexos, estrutura adequada, time de colaboradores qualificados e dados em grande quantidade e qualidade. Os benefícios, a médio e longo prazo, contemplam aumento na eficiência operacional, reduções de custo, flexibilização das linhas de produção, encurtamento de prazos de lançamentos de produtos, criação de mais produtos e serviços digitais e a possibilidade de novos modelos de negócio. A professora ainda alerta sobre alguns dilemas éticos a respeito da implementação da inteligência artificial, como a invasão de privacidade e novas formas de controle. Atualmente há um grande debate a respeito da constante exploração de dados do usuário e como essas medidas podem ser usadas por algoritmos mal-intencionados para vender essas informações.
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