De modo mais amplo basta pensar no processador dentro do seu smartphone. Nele há pequenas peças chamadas de transistores, ou seja, milhares de semicondutores criados para amplificar sinais eletrônicos. Estima-se que dentro de alguns processadores Snapdragon do tamanho de uma unha, por exemplo, existam cerca de 6 bilhões de transistores. Portanto, quanto menor o tamanho dos transistores, mais quantidade dessas pecinhas podemos colocar dentro de um chip, alocando cada vez mais desempenho para esse dispositivo. A partir disso, empresas como AMD e Intel, famosas no segmento de CPUs, conseguem colocar mais núcleos em seus produtos, chegando a modelos com até mesmo 64 núcleos. Mas como componentes tão pequenos são desenvolvidos? O processo de produção para esses chips é conhecido como litografia, que consiste de uma material base: o silício. Por se tratar de um desenvolvimento milimétrico a produção ocorre de modo similar ao de uma escultura muito pequena feita por uma impressora 3D microscópica. Da base de silício os transistores ganham forma com uma espécie de “agulhinha”. No entanto, não pense que esse processo é simples dessa forma, pois estamos apenas tentando facilitar a compreensão a respeito dos chips. A IBM deu um novo pontapé para esse segmento, introduzindo o desenvolvimento de chip com tecnologia de 2 nanômetros. Essa litografia possibilita um desempenho 45% mais elevado quando comparada a produção de 7 nm, além de reduzir a carga de energia em cerca de 75%. Segundo informações oficiais da IBM, o chip com tecnologia de 2 nanômetros também teria como vantagens:

Reduzir a pegada de carbono dos data center: que representam cera de 1% do uso de energia mundial. Logo, trocar o processo de fabricação atual por chips com tecnologia de 2 nanômetros contribuiria para atenuar a problemática das mudanças climáticas;Acelerar drasticamente as funções dos laptops, oferecendo um processamento mais rápido nas aplicações: os notebooks e dispositivos portáteis possuem pouco espaço físico para alocar seus componentes, portanto, precisam ter um consumo de energia reduzido e consequentemente um desempenho muitas vezes inferior. A troca na produção dos chips pode representar um avanço na performance de processadores e placas gráficas em portáteis;Quadruplicar a vida da bateria do celular: Partindo do pressuposto anterior, avançar na litografia também significa reduzir a carga de energia dos aparelhos, dando mais longevidade para os smartphones;Contribuir para uma detecção mais rápida de objetos e tempo de reação em veículos autônomos, como carros autodirigidos.

A inovação do chip com tecnologia de 2 nanômetros só foi possível graças as pesquisas do IBM Research, um centro de pesquisas de semicondutores baseados nos laboratórios de Albany, em Nova York. Os estudos também foram realizados em parcerias com a Samsung e a Intel. O novos chips também foram criados a partir da implementação da tecnologia nanosheet, que permitiu a criação de componentes tão pequenos, com pouco consumo energético, alta performance e melhor comunicação entre as portas da placa-mãe. Atualmente o processo de fabricação com a menor litografia existente já é o de 5 nm, presente no processador no iPhone 12 com o processador A14 Bionic, com 11,8 bilhões de transistores. Por fim, devemos esperar que essa fabricação de chips com tecnologia de 2 nanômetros chegue ao mercado no futuro, otimizando ainda mais o nosso dia a dia e proporcionando mais performance para operações que envolvam core-level, Inteligência Artificial e Internet das Coisas.

IBM anuncia 1  chip com tecnologia de 2 nan metros do mundo - 5IBM anuncia 1  chip com tecnologia de 2 nan metros do mundo - 58