No Brasil o preço dos componentes de computador sempre tiveram um valor alto, entretanto, nada se compara com o momento atual. Dessa vez, precisamos entender que o problema é global, principalmente no que diz respeito ao polo industrial onde está a produção. Grande parte do hardware que utilizamos é finalizado ou totalmente montado na China, e, após a etapa industrial, os produtos são escoados por navio ou avião, a depender do valor da carga, para outros cantos do planeta. O primeiro entrave começa aqui, uma vez que o mundo ainda sofre com os efeitos da pandemia da COVID-19. Com o mundo a mercê do novo coronavírus, fica mais caro realizar importações e exportações. Os países se mantém em um ciclo de enrijecimento ou alívio no que diz respeito às políticas de isolamento social, o que configura uma maior dificuldade nas relações de compra e venda do mercado internacional. Além disso, os protocolos de segurança em larga escala custam bastante dinheiro, o que também dificulta a comercialização de produtos, já que é necessário cumprir as regras propostas pela Organização Mundial da Saúde. O problema logístico e monetário se agrava pelo fato de que logo em 1º de janeiro de 2021 uma isenção na tarifa de importação de produtos vindo da China expirou, ocasionando um aumento que pode variar de 7,5% a até 25%. Nos primeiros meses de pandemia, outro problema também se aglutinou e estamos colhendo suas consequências agora. As fábricas ficaram inativas por um dado momento, já que reúnem inúmeros trabalhadores, aumentando as chances de contaminação. Com a volta das atividades seria preciso “repor” a quantia obviamente perdida por conta da inatividade, e, no presente momento, os custos de fabricação aumentaram consideravelmente. Antes de prosseguirmos, é importante nos atentarmos para um novo fator. A quarentena fez com que milhões de pessoas aderissem ao home office, e muitas delas com a necessidade de peças superiores em suas máquinas para poderem trabalhar o melhor possível. De mesma maneira, o isolamento social causou certa carência afetiva, e muitos adentraram ou aprofundaram seu contato com games. O mercado começou a comprar mais do que havia de estoque, e sempre que a demanda é maior que a oferta, os preços sobem. Basicamente, esse conjunto de causas atua de forma conjunta, gerando o que estamos vendo: aumento do hardware e de periféricos, falta de placas de vídeo, etc. A partir da alta demanda e a dificuldade na produção, um relatório do site The Elec afirma que a TSMC, uma das mais importantes empresas desenvolvedoras de semicondutores, está com sérios problemas logísticos na linha de produção, fazendo com que o valor cobrado pelo desenvolvimento seja maior – o que cai direto no colo dos clientes. Os semicondutores são importantes, pois compõem a maioria esmagadora dos componentes de PC, logo, a sua utilização é em larga escala e é fundamental. Se a produção deles aumenta de preço, o hardware também aumenta, tornando-se uma equação diretamente proporcional. O documento também apontava complicações no desenvolvimento dos componentes da Samsung, que integra uma boa parcela de chips de diversos aparelhos do mercado. Com isso, a situação, que já não é nada boa, piorou com o anúncio de reajuste por parte de algumas fabricantes de hardware. A ASUS foi a primeira delas, anunciado que suas placas de vídeo e placas-mãe iriam subir de valor. Em seguida, empresas como MSI, EVGA e Zotac também deram a fatídica notícia do aumento nos preços dos seus produtos, com valores entre 9 a até 16%. Porém, esse valor é sugerido pelas empresas, mas o que acontece na prática é bem diferente. A RTX 3080 havia sido anunciada com preço sugerido de US$ 699 nos Estados Unidos, entretanto, como se já não fosse difícil encontrar a placa em estoque, algumas revendedoras cobram mais de US$ 1400 pela GPU. Se tudo parecia ruim, há sempre como piorar. Como se não bastasse, a mineração de criptomoedas, como o bitcoin, parece estar retornando com força, e o usuário que se aprofunda nessa área realiza a aquisição de uma boa quantidade de GPUs em simultâneo, agravando a problemática da falta de placas de vídeo. No Brasil, a situação não é nada animadora por dois motivos principais. O primeiro deles é que, infelizmente, as coisas são realmente mais caras para esse mercado consumidor. Há burocracia demais, inúmeros problemas logísticos regionais, e nem precisamos mencionar os altíssimos impostos. Já o segundo fator é fruto de todo conteúdo explicado antes, já que os problemas que afetam o ramo tecnológico estadunidense também nos afetam. A falta de placas de vídeo não é exclusiva do Brasil, no entanto. E, por incrível que pareça, nós ainda não sentimos todo esse aumento na prática, uma vez que os estoques existentes por aqui ainda são remessas fabricadas e importadas antes do reajuste de preços. Ou seja, os estoques, que já estão escassos, vão acabar e, quando as próximas encomendas chegarem, sentiremos um verdadeiro aumento por parte dos lojistas. O problema também não se aplica somente à NVIDIA. É quase impossível encontrar preços palatáveis para a linha Radeon RX 6000 recém-lançada. Comprar placas de vídeo se tornou uma grande aposta nos últimos meses. Por enquanto, não há sinal de mudanças ou qualquer luz no fim do túnel para resolver o aumento dos preços e a falta de placas de vídeo nas prateleiras. A única recomendação é pensar duas vezes antes de realizar suas compras e colocar tudo na balança para decidir se vale ou não a pena. Fontes: BBC News, TechPowerUp, LifeHacker

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