Criado pelo Facebook, o Data For Good é um programa que tem o objetivo de usar os bilhões de dados que a rede social coleta de seus usuários para ajudar causas humanitárias ao redor do mundo. E claro, neste período em que enfrentamos uma pandemia, essas informações estão sendo usadas no combate à doença.

Informação vs COVID-19

Ainda que as informações coletadas pelo Facebook não sejam de grande ajuda em questões como o desenvolvimento de tratamentos e vacinas voltados especificamente para combater o SARS-CoV-2 (o novo coronavírus que é o responsável pela atual pandemia), elas podem ser muito importantes para entender como o vírus tem se espalhado. Com o uso de dados agregados (ou seja, informações agrupadas de forma coletiva, utilizadas para fins estatísticos), pesquisadores de todo mundo já utilizam o Data for Good para desenvolver mapas de movimento populacional, ajudando assim a projetar quais serão as próximas áreas que deverão ter um pico de casos de COVID-19. Com o intuito de ajudar ainda mais esses pesquisadores, o Facebook anunciou nesta segunda (6) que disponibilizará na plataforma três novos tipos de Mapas de Prevenção de Doenças, que poderão ser usados pelas autoridades de saúde de todo o mundo para criar projeções de contágio e desenvolver soluções para evitar que este contágio aconteça.

Mapas de Prevenção

Os novos Mapas de Prevenção de Doenças utilizam os dados agregados do Facebook para fornecer aos cientistas, pesquisadores e autoridades de saúde dados avançados sobre movimentos populacionais, e os novos modelos deverão ajudar esses profissionais a desenvolver projeções mais eficientes sobre a disseminação do vírus. Todos os mapas a seguir utilizam apenas dados agregados, e o Facebook garante que tem tomado medidas além do padrão para garantir a privacidade das pessoas e impedir que alguém faça a “engenharia reversa” nesses dados para tentar identificar usuários em específico. Uma das formas utilizadas pela empresa é que a base de dados fornecida pelo Facebook permite apenas a consulta de informações a níveis regionais (como uma cidade ou mesmo um bairro específico), mas não oferecem nenhum dado baseado em padrões individuais. Como as informações deste banco de dados são captadas em tempo real pela rede social, é possível ter sempre dados atualizados que, quando combinado com outras fontes, podem fornecer uma boa ideia de como a doença está se espalhando neste exato momento e permitir que as autoridades de saúde possam modificar seus planos para melhor atender as necessidades de cada região.

Mapas de co-localização

Este tipo de mapa utiliza linhas para mostrar a probabilidade de as pessoas em uma determinada área entrem em contato com pessoas de outras localidades, permitindo assim que se possa fazer uma projeção de como o COVID-19 deverá se espalhar. No mapa abaixo temos o exemplo da Itália, onde vemos que uma maior concentração de possíveis casos nas regiões norte e central (que são as mais populosas do país) enquanto nas regiões da Sardenha, Calábria e Sicília há um volume bem menor de possíveis contatos humanos.

Tendências de raio de movimento

Criados a nível regional, estes mapas utilizam os dados de GPS e histórico de localização das pessoas de uma determinada cidade ou estado para indicar o movimento populacional naquela região específica, deixando claro se as pessoas têm circulado pelas cidades ou se mantido dentro de suas casas. Ao ser comparados com outros dados (como o número de casos confirmados da doença na mesma região), esses mapas podem ser um indicativo para as autoridades de não apenas se a população está respeitando o período de quarentena, mas também o quanto essas medidas de isolamento estão dando resultado.

Índice de conexão social

Este mapa se baseia nas amizades que cada usuário possui no Facebook para criar um mapa de conexões para as pessoas de uma região específica. No mapa abaixo, podemos ver o resultado de conexões nos Estados Unidos para a população do East Village (um dos bairros mais tradicionais de Nova York). No mapa, podemos ver que a maior parte das conexões dessas pessoas (amigos/familiares) está concentrada no próprio estado de Nova York, com alguns pequenos picos de concentração nos estados vizinhos, na Califórnia e na região centro-oeste (onde ficam os estados de Utah e do Colorado). Este mapeamento é muito útil para as autoridades de vigilância, pois é possível saber quais são as possíveis “rotas de fuga” de pessoas em áreas afetadas pelo vírus, e já preparar as autoridades de saúde dessas áreas, já que é comum pessoas “fugirem” de regiões com grande incidência de COVID-19 e procurar ajuda de amigos e familiares em áreas mais afastadas.

Questionário para rastreamento do COVID-19

O Facebook também anunciou outra novidade na segunda (6), mas esta é exclusiva para os usuários que moram nos Estados Unidos. Com efeito imediato, algumas pessoas verão no topo de seu Feed de Notícias um link para um questionário para ajudar profissionais da saúde a combater o COVID-19. Este link leva os usuários para fora do Facebook (ou seja, a empresa não tem acesso a nenhuma das respostas) e leva os usuários para um questionário desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Delphi da Universidade de Carnegie Mellon, onde os usuários responderão algumas perguntas pessoais de saúde e cuidados de higiene. As respostas para este questionário serão usadas pelas autoridades de saúde do país a combater a crise, e poderá ajudar não apenas quais as áreas precisarão potencialmente de mais recursos (como máscaras, luvas e respiradores para os hospitais), mas também a identificar quais áreas já poderão passar por um processo de reabertura parcial dos estabelecimentos comerciais. Fonte: Facebook

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