O que é um meteorito? 

Antes de mais nada, importante definir o que é um meteorito e de onde eles vêm. Meteoritos são fragmentos de rochas espaciais, como asteroides e cometas, que caem do espaço sideral e atingem a superfície terrestre. Eles são divididos em três principais classes, variando de acordo com a composição. Um meteorito pode ser do tipo metálico ou siderito, estes possuem basicamente ferro e níquel em sua composição, apresentando poucos silicatos. Podem também ser do tipo rochoso ou aerolito, quando têm pouco metal em sua composição e muitos silicatos. A outra categoria é de meteorito siderolito. Neste caso, possuem quantidades parecidas de silicatos e de metais. 

Onde tem meteoritos?

E onde encontrar meteorito? Apesar de ser difícil achar meteorito, isso acontece. Em 2017, por exemplo, um meteorito com cerca de 1 kg caiu próximo a uma casa em Palmas de Monte Alto, na Bahia. Agora, se estiver à procura de um, o melhor lugar para achar meteorito é nos “campos de dispersão“. Quando os corpos celestes explodem, eles espalham vários fragmentos de meteoritos pelo ar. Porém, estes fragmentos não caem muito longe uns dos outros, ficando a apenas alguns quilômetros de distância. Assim, se um meteorito foi encontrado em determinado lugar, a chance de ter outro por perto é bem grande. 

Como saber se encontrei mesmo um meteorito?

Você encontrou uma rocha diferente e está em dúvidas se pode ou não ser um meteorito. O que fazer? Antes de mandar para análise, você precisa fazer um estudo prévio. Mas saiba que é muito difícil chegar a uma conclusão definitiva, até mesmo para profissionais.  À primeira vista, os meteoritos se parecem bastante com pedras normais, especialmente os rochosos. Porém, existem alguns indicativos de que pode ser algo extraterrestre. Por exemplo: o peso, o aspecto interno e a crosta característica dos recém-caídos. Então se você encontrou alguma “rocha suspeita”, confira abaixo um checklist para saber se pode ser um meteorito.

Crosta de fusão

Todo meteorito tem uma crosta de fusão. Quando são recém-caídos, esta crosta que recobre o meteorito parece muito com carvão. Passado um tempo na superfície terrestre, a crosta vai se transformando. Isso porque o meteorito fica exposto à chuva, vento e sol. Então a crosta que antes era preta e escura fica meio marrom e brilhante.  E o que é esta crosta? Quando o meteorito atravessa a atmosfera terrestre ele está a milhares de quilômetros por hora. Na queda, ele vai comprimindo e rompendo gases atmosféricos, gerando uma concha de plasma ao seu redor. Esse plasma é o que dá aspeto luminoso a ele durante a queda. A temperatura ao seu entorno pode chegar a 10 mil graus Celsius. Quando cai na terra ele está todo “queimado”. Por isso a crosta se assemelha a carvão. Além disso, ela é bem fininha, com cerca de 1 mm. 

Formato irregular

É também esse processo de “queima” que gera o formato irregular característico dos meteoritos. Mas eles não possuem pontas, pois a concha de plasma elimina as proeminências. Sua superfície é regular e suave. Geralmente, também apresentam umas depressões bem pequeninhas parecidas com marcas de dedão na argila. Estas marcas são conhecidas cientificamente como remagliptos. 

Densidade 

É muito difícil achar meteorito, pois se parecem com pedras normais. Mas se você comparar o peso de um meteorito com o de uma pedra normal de mesmo tamanho, verá que ele é bem mais pesado. Um meteorito é denso e seu interior não possui porosidades. Ele é mais pesado do que uma pedra de mesmo tamanho porque tem ferro e níquel na composição. Os meteoritos metálicos ou sideritos são ainda mais pesados, porque são constituídos essencialmente de metais, com poucos silicatos. 

Magnetismo

Este é um teste muito importante de se fazer. Amarre um ímã em uma cordinha e coloque-o próximo ao que você acredita ser um meteorito. Se não houver atração entre eles, a chance de ser um meteorito é praticamente nula. Afinal, cerca de 99% dos meteoritos possuem ferro em sua composição. Mesmo que alguns possuam uma quantidade menor, quando colocado um ímã próximo tem que haver atração. Ainda que miníma. Se o meteorito for do tipo metálico ou siderito, esta atração será ainda mais forte.

Aspecto interno

Este teste é um pouco mais complicado. Se o meteorito quebrou quando caiu, fica mais fácil de verificar. Caso contrário, será preciso abrir uma janela na superfície para olhar como ele é por dentro.  Os meteoritos rochosos podem ser divididos em dois grupos: condritos e acondritos. A grande maioria dos meteoritos encontrados são rochosos condritos. Portanto, se você acredita ter achado um meteorito, seu interior deve possuir vários côndrulos. Ou seja, pequenas esferas. Já encontrar um meteorito siderito é algo muito raro e o interior deles é diferente. Devido à composição metálica a coloração é de aço inox e o aspecto é homogêneo, sem marcas. 

O que fazer com o meteorito?

Fez os testes e ainda acredita ser um meteorito? Então é hora de tomar alguns cuidados. Não porque um meteorito seja perigoso. Mas sim porque ele tem um valor imenso para a ciência e deve ser preservado para estudo. Meteoritos não são radioativos, não queimam a mão e nem transmitem doenças. São apenas pedaços de pedra que vieram do espaço. Com muita informação sobre lá, para quem saber como procurar.  Assim, o que você deve fazer é tirar algumas fotos sem flash e marcar exatamente o local onde foi encontrado. Você consegue as coordenadas colocando um pin no Google Maps. Essa informação é muito importante para os cientistas. Na sequência, enrole o meteorito em um tecido e evite tocá-lo com as mãos. A ideia é interferir o mínimo possível na sua estrutura original. Guarde o meteorito no escuro e no local mais seco que houver na sua casa. Bem longe da umidade, por exemplo, no guarda roupas.  Em hipótese alguma, lave o meteorito! Então, entre em contato com a BRAMON, Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros. Eles são uma organização aberta e colaborativa,  sem fins lucrativos, que costuma analisar as fotos e dar orientações sobre como proceder em caso afirmativo. Veja também A surpreendente história do telescópio – da guerra ao olho espacial! Fontes: OlharDigital, Uol, CanalTech, Geologo

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