O calote no aluguel do Twitter

Segundo informações do site Bloomberg, a California Property Trust, dona do edifício em que o escritório do Twitter em São Francisco fica localizado, está processando a rede social por uma dívida de aluguel calculada em US$ 136.250 – e que está ocorrendo por Elon Musk estar tentando renegociar os termos da locação dos imóveis para diminuir os gastos da companhia, já que desde sua entrada a plataforma acabou perdendo a entrada de receita em áreas como a de publicidade. O site Bloomberg afirma que a rede social recebeu a notificação do não cumprimento do acordo de locação em 16 de dezembro, com a California Property Trust avisando que caso os valores devidos não fossem pagos medidas mais drásticas seriam tomadas – o que de fato ocorreu na última quinta-feira, 29 de dezembro, com a abertura do processo na Suprema Corte de São Francisco. Porém, não são somente os escritórios de São Francisco que estão tendo problemas com aluguel: segundo informações divulgadas por uma matéria do The New York Times em 13 de dezembro, o Twitter parou de pagar os contratos de locação de seus centros de operação no mundo inteiro para tentar diminuir seus gastos – e ao mesmo tempo, Musk trouxe vários advogados da SpaceX para a equipe de consultoria jurídica da rede social, possivelmente preparando-se para processos como os que podem aparecer agora.  Elon Musk não se manifestou sobre a situação até o fechamento dessa matéria, e o Twitter não conta mais com uma equipe de comunicação desde que o bilionário começou as reformas na plataforma – tornando o silêncio sobre a situação algo esperado. 

Outras quebras do contrato de locação

Além do não pagamento do aluguel, o processo movido contra a plataforma também aponta outras violações no código de locação do imóvel, como a investigação do uso do edifício como um “hotel” para os funcionários da rede social, já que desde que Musk assumiu há relatos de funcionários apontando que ele e demais trabalhadores começaram a dormir no prédio. Em um tweet feito pelo bilionário e pouco depois excluído, Musk havia prometido trabalhar e dormir no escritório do Twitter até que a empresa estivesse totalmente nos trilhos, e várias imagens divulgadas na rede social por funcionários mostram a existência de sofás convertidos em camas e também de armários e chinelos em lugares onde eles não deveriam estar, o que já levantou suspeitas de órgãos de inspeção imobiliária dos EUA. Além disso, quando questionados sobre a presença dos móveis nos escritórios, alguns funcionários disseram que nenhum anúncio foi feito sobre as novas camas, mas que eles acreditavam estarem lá para que os trabalhadores pudessem pernoitar no escritório.  Com tudo isso, além da cobrança dos valores devidos de aluguel do edifício, é possível também que o processo acabe multando ainda mais a rede social por essa utilização fora do escopo do contrato de locação – fazendo com que a estratégia de corte de gastos de Musk, no fim, gere ainda mais problemas para a rede social. 

Outras tentativas de Elon Musk para recuperar receita da plataforma

Desde que assumiu a plataforma, Elon Musk vem realizando várias mudanças na estrutura da rede social, tanto internamente, com cortes de funcionários, quanto para o público, com constantes alterações em sistemas antigos do serviço – com a maioria delas, na maior parte do tempo, tendo como foco o aumento de receita da empresa. Um dos alvos favoritos do bilionário é o sistema de contas verificadas da rede social. Inicialmente, a primeira mudança foi a disponibilização do selo para quem pagasse a assinatura de US$ 8 do Twitter Blue, porém a situação acabou saindo do controle quando os novos verificados pela assinatura começaram a se passar por contas que tinham o selo por notoriedade, como o próprio bilionário CEO da plataforma. Após o caos do Blue, a assinatura foi temporariamente desativada enquanto novos selos de verificados, como o branco, que identifica que um perfil é oficial, foram criados – mas ainda criando polêmicas para usuários em geral da rede social, que achavam o sistema antigo mais simples e efetivo para notoriedade na plataforma. Logo depois, uma nova versão da assinatura foi anunciada, a Blue for Business, cujo foco é mostrar quais empresas estão oficialmente na plataforma e identificar seus trabalhadores de maneira mais rápida – mas por hora, informações sobre preço ainda não foram confirmadas, embora algumas organizações já estejam utilizando o recurso. De qualquer forma, a novela parece estar longe de acabar – com a rede social possivelmente só sumindo das notícias diárias caso Elon Musk deixe o cargo de CEO da empresa, algo que já é especulado pela imprensa em geral e tido como certo no mundo dos negócios. Fonte: Engadget, The Verge, CNBC Veja também: Entenda o que é o Twitter Files e as polêmicas envolvidas

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