A imagem em si vale um rápido contexto: vemos Timothée Chalamet como Paul Atreides, personagem que anda nas praias do mundo oceânico Caladan; as naves ao fundo transportam sua família para uma nova casa. Eles herdaram Arrakis, planeta desértico rico no recurso mais valioso da época, uma especiaria chamada mélange. Como consequência, há um clima hostil entre o povo nativo, a família Atreides (da Casa Atreides) e outras famílias reais. As condições de vida não são perfeitas, por isso vemos um Paul cabisbaixo, prevendo os potenciais conflitos em seu futuro. Em entrevista à Vanity Fair, revista americana, Timothée comenta que “o ponto mais atraente a respeito de Paul foi o fato de que, em uma história tão rica em sua escala e construção de mundo, o protagonista está em uma espécie de jornada do anti-herói“. Isso faz referência ao modelo clássico da jornada do herói (ou monomito), pois ao invés de sonhar e embarcar em uma aventura, Paul resiste e teme pelo que virá. O mais curioso é que esta é a segunda adaptação de Duna, que já foi para as telonas em 1984 sob comando de David Lynch (o mesmo de Twin Peaks), sendo avaliada de forma negativa pela crítica e parcialmente pelos fãs. Porém, na “versão 2020”, tudo dá a entender que teremos um sucesso, a começar pelo diretor. Denis Villeneuve é quem lidera a produção. O diretor também assina, junto de Eric Roth (Forrest Gump) e Jon Spaihts (Prometheus, Doutor Estranho), pela escrita do roteiro. Além de Timothée Chalamet, o filme também tem elenco de peso: Jason Momoa (Duncan Idaho), Josh Brolin (Gurney Halleck), Oscar Isaac (Duque Leto Atreides, pai de Paul), Rebecca Ferguson (Lady Jessica, mãe de Paul) e Zendaya (Chani), dentre outros rostos conhecidos. Além da imagem do protagonista, outras imagens foram reveladas na manhã desta terça-feira (14) na mesma edição da Vanity Fair. Na galeria abaixo, você pode ver sete novas imagens mostrando os personagens e parte dos cenários fantásticos. Quem conhece os sci-fis de Villeneuve pode afirmar com tranquilidade que ele é um bom nome para guiar o filme. Seu longa de 2016, A Chegada, foi adaptado de um conto e até mesmo nomeado ao Oscar. Ele também soube apresentar com maestria a história de Blade Runner 2049 – sequência da obra adaptada Blade Runner. A atmosfera sombria e carregada de emoção em seus dois últimos filmes do gênero são prova viva de que ele é a pessoa certa. Por mais que não soe relevante, outra pista a respeito do tom do filme está na escalação do diretor de fotografia, Greig Fraser. Greig foi responsável pela fotografia de Rogue One: Uma História Star Wars, de 2016, filme que migrou da fantasia de Star Wars para uma obra digna de “filme de guerra”. Por isso, Duna deve ser mais calcado na realidade do que Blade Runner, por exemplo, o que ajuda na imersão de quem estiver assistindo. Junto da publicação americana, tivemos uma confirmação sobre mudança do material original, uma escolha inovadora de Villeneuve. O Dr. Liet Kynes, ecologista de Arrakis, não será mais um homem branco: foi substituído por Sharon Duncan-Brewster, uma mulher negra. Na publicação, ela conta que o diretor afirmou haver “ausência de personagens femininos no elenco” e, já que ele “sempre foi bem feminista, pró-mulheres“, viu-se confortável ao mudar o personagem. Fato importante é que Duna ainda não teve seu lançamento adiado, como outros sucessos hollywodianos (incluindo o calendário da Marvel), devido ao coronavírus, que tem impacto direto no entretenimento ao redor do mundo. A Warner Bros. ainda manteve a data de lançamento em 18 de dezembro nos EUA, provavelmente chegando aqui no Brasil em 17 ou 24 do mesmo mês. Resta esperar para confirmação em próximos materiais de divulgação – como o primeiro trailer, ainda sem previsão para sair. Empolgado(a) com essa adaptação? Pretende ler a obra original antes do lançamento do filme? Conte para nós nos comentários! FONTES: IndieWire, Entertainment Weekly, Reuters, IMDb