Desenvolvedoras de jogos

De acordo com a Sony, qualquer pessoa pode começar a desenvolver e publicar jogos para PC. Contudo, para desenvolver um game do tipo “AAA” são necessários milhares de funcionários, além da necessidade de se ter um orçamento na casa das centenas de milhões. Enquanto isso, os jogos chamados indies podem ser produzidos e distribuídos por uma única pessoa. Ainda assim, muitos desses jogos dificilmente podem competir com grandes franquias. A Sony usa como exemplo Call of Duty da Activision, Fifa da Electronic Arts e Grand Theft Auto da Take-Two/Rockstar.

Concorrência

A Sony cita no seu documento que tanto ela como a Microsoft e a Activision possuem rivais com tecnologia, conhecimento e dinheiro suficiente para criar jogos AAA. Alguns dos exemplos citados pela empresa são a Epic Games, dona de Fortnite, Riot Games, de League of Legends, Ubisoft, de Assassin ‘s Creed, Electronic Arts, de Fifa, e muitas outras. Mesmo assim, a empresa alega que nenhuma delas conseguiu até hoje produzir uma franquia que conseguisse bater de frente com o sucesso que Call of Duty possui. A Sony diz ainda que o jogo da Activision deveria ser tratado como uma categoria de jogos separada.

A importância de Call of Duty

Segundo a Sony, Call of Duty é um jogo AAA que não tem comparação no mercado atual. Ela cita um estudo do Game Daily que diz “A importância de Call of Duty para o entretenimento de modo geral é indescritível. A marca foi a única PI de videogame a entrar no top 10 de todas as marcas de entretenimento entre fanáticos, juntando-se a potências como Star Wars, Game of Thrones, Harry Potter e Lord of the Rings.” Ela completa dizendo ainda que Call of Duty é tão popular que pode instigar o comprador a selecionar a plataforma onde jogará o game.   A Sony cita que a Activision despende muito dinheiro para manter a produção de Call of Duty, ainda mais ao manter um lançamento anual da franquia. Cada jogo leva entre 3 e 4 anos para ser produzido, e isso só é possível graças aos 4 estúdios responsáveis pelo desenvolvimento (Activision, Infinity Ward, Treyarch e Raven Software), além do apoio de outras subsidiárias da companhia. Ela cita ainda que outros estúdios cuidam do Warzone, o battle royale da empresa, e de Call of Duty: Mobile. Ainda consoante a Sony, quase 3 mil pessoas trabalham nos vários processos necessários para se fazer um jogo, como o desenvolvimento, publicação e distribuição. Além disso, havia o interesse em contratar mais 2000 pessoas no ano de 2021. Outro ponto apresentado pela empresa foi a quantidade de vendas dos jogos de Call of Duty. Ela afirma que os jogos ficaram no topo dos mais vendidos da última década, e nenhum outro estúdio consegue competir. Ela usa como exemplo os números de seguidores do Facebook do jogo, 24 milhões, contra o de seu principal concorrente, Battlefield, na mesma plataforma, com 7 milhões. Enquanto no Instagram Call of Duty tem 12 milhões, Battlefield possui 2 milhões.  Por fim, a Sony argumenta que os jogadores são fiéis à marca, já que muitos acompanham Call of Duty desde 2003. Ela argumenta que muitos jogadores já estão acostumados com o sistema de jogo, que melhora a cada nova entrada. E finaliza dizendo que mesmo em anos ruins, como 2021, consideravelmente mais fraco que outros num sentido financeiro, o jogo da vez, Call of Duty: Vanguard, ainda ficou entre os mais vendidos.

Distribuição de jogos

Um dado bastante interessante foi apresentado sobre a distribuição de jogos no Brasil. De acordo com a Sony, uma pequena parcela de consumidores optou pelo PlayStation 5 Digital Edition, dando mais preferência a versão com entrada de discos. Ela afirma que isso acontece principalmente devido à falta de infraestrutura de internet do país, e também graças a predileção em realizar pagamentos com dinheiro físico. Segundo a Sony, a distribuição de jogos por mídia física traz um custo, produção das embalagens, encartes, mídias, logística e tudo mais, mas se comparado com os valores totais de desenvolvimento, nada muito relevante. 

Game Pass

Para a Sony, um dos grandes motivos pelo qual o Game Pass cresceu tão rapidamente foi a entrada de conteúdo dos vários estúdios adquiridos pela Microsoft. Ela cita que desde 2017 foram adicionados nomes de estúdios como Obsidian Entertainment, Bethesda, Double Fine e muitos outros. E caso adicionassem os jogos da Activision ao serviço, seria uma mudança de paradigma. Isso se daria, segundo a empresa, pelo simples fato de os jogadores levarem o conteúdo como motivador de compra.  De acordo com a dona do PlayStation, o Game Pass, hoje, registra um aumento nos últimos cinco anos em números entre 60% e 70% do mercado mundial de assinatura, e entre 70% e 80% no Brasil.  Em 2020, antes da compra da Zenimax, o Game Pass possuía cerca de 10 milhões de assinaturas, o correspondente a uma receita de US$1.2 bilhão, considerando assinatura mais barata, de US$10. Agora, em 2022, na época em que anunciou a compra da Activision, o número de assinatura já figurava na casa dos 25 milhões de assinantes, com uma receita perto dos US$3 bilhões. Por fim, a Sony diz não saber o tempo necessário nem os gastos necessários para criar um serviço que possa competir efetivamente com o Game Pass. Já que, segundo ela, tudo o que ela oferece hoje é um aprimoramento dos seus canais físicos.

Jogos exclusivos

Para a Sony nenhum dos jogos exclusivos produzidos tanto por ela quanto pela Microsoft fizeram pender a balança na preferência por um console ou outro. Ela diz que esse tipo de jogo possui menos apelo popular e traz menos receitas que jogos AAA produzidos por terceiros disponíveis nas duas plataformas. Por fim, a empresa diz que os montantes gerados pelos títulos da Activision são extremamente importantes para o fluxo de receita dela. Ela afirma que os jogos da franquia Call of Duty representam uma das maiores fatias provenientes de terceiros da receita da empresa

A resposta da Microsoft

A Microsoft já respondeu aos pontos levantados pelo CADE, e ressaltou que a Sony recentemente lançou um novo serviço, o PlayStation Plus Deluxe, que adicionará uma série de jogos para seus assinantes. Dentre as empresas citadas, há a Ubisoft, que colocará títulos como Assassin ‘s Creed, The Division e muitos outros. Essas adições poderiam caracterizar o serviço da Sony como um potencial concorrente ao Game Pass. Por fim, a Microsoft usa uma jurisprudência da União Europeia que não considera a existência de gêneros de jogos, já que muitos deles possuem mais de um. Rocket League, um dos exemplos dados, mistura esporte, ação e corrida, entre muitos outros. E ainda apresenta uma extensa lista de jogos que podem ser considerados concorrentes de Call of Duty, como Apex Legends, Battlefield, Fortnite e muitos outros. Veja também: Para ficar por dentro do mundo do entretenimento, e ver listas, como essa com as séries mais aguardadas de 2022, e saber tudo do mundo da tecnologia, fique de olho aqui no Showmetech. Fonte: CADE(Sony), CADE(Microsoft)

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