Grupos ativistas de direitos humanos orquestram desde 2016 uma força-tarefa responsável por mandar carregamentos de filmes, clipes musicais e até artigos da Wikipédia para a Coreia do Norte. Norte-coreanos, vale lembrar, são obrigados a assistir a um único canal de TV todos os dias com propaganda do governo. As informações nos pendrives, portanto, visam criar conscientização da população.  Em vez de iniciar uma guerra e matar milhões, a ideia é causar uma implosão da ditadura por meio de conhecimento. Para isso, grupos como a Human Rights Foundation e a No Chain recebem doações de pendrives, recheiam com conteúdo e mandam para a Coreia do Norte de várias formas. No começo, alguns corajosos ultrapassavam a fronteira para entregar nas mãos de alguns insurgentes. Depois de um tempo, milhares de pendrives passaram a ser enviados por balões. Mais recentemente, centenas de milhares de dispositivos flash tem sido enviados por drones.

Por que pendrives?

Embora a nuvem tenha substituído pendrives para muita gente em 2017, a tecnologia ainda é útil para contrabandeadores de informação. Os dispositivos podem funcionar mesmo sem conexão com a internet, algo raro na Coreia do Norte. Assim, é possível consumir filmes, séries de TV e música K-Pop até offline. Geralmente, norte-coreanos usam em tablets baratos chineses que não podem ser rastreados pelo governo. Esses pendrives já são famosos entre norte-coreanos. Quem recebe os carregamentos na fronteira costuma vendê-los para o resto da população. Segundo dados de movimentos ligados à iniciativa, já chega a 90% o número de habitantes que já assistiram a conteúdo dos pendrives. Essas pessoas costumam gastar o equivalente a uma semana de trabalho para comprá-los.

Herois da Coreia do Norte

Engana-se quem acha que essa iniciativa é exclusiva de países como a Coreia do Sul, Europa e EUA. Park Sang-hak, nascido no país asiático e “libertado por informação”, é o líder do grupo ativista Fighters for a Free North Korea, que passa por vários perigos para cumprir sua missão. Depois de um lançamento de balões divulgado a imprensa, a Coreia do Norte respondeu com um comunicado nada amigável. Ainda assim, o envio de material educacional deve continuar. Os grupos de direitos humanos estão buscando mais doações para mandar um verdadeiro míssil educacional à Coreia do Norte. Com um milhão de unidades, acredita-se que a quantidade de pessoas impactadas pode ser grande o suficiente para criar consciência no país inteiro. Além de escapar de atentados do ditador, porém, há outro desafio. É preciso finalizar a missão antes de Trump apertar o famigerado botão nuclear.

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