Segundo as autoridades chinesas, depois de pronta, a barragem será capaz de fornecer, aproximadamente, 5 bilhões de quilowatts-hora por ano de energia elétrica para a população chinesa, se tornando a primeira barragem do mundo a ser totalmente construída sem qualquer tipo de mão de obra humana. Se for concluída, a estrutura se tornará, ainda, a mais alta do mundo construída por meio de impressão 3D. Atualmente, o recorde é de um prédio de escritórios de dois andares em Dubai, que tem seis metros de altura.

A construção da barragem em 3D

Um artigo, publicado no mês passado no Journal of Tsinghua University, apresentou os planos para a barragem, conforme relatado pela primeira vez no South China Morning Post. Segundo as informações, toda a estrutura construída pelos engenheiros chineses será erguida por camadas, utilizando um processo parecido com as impressoras 3D convencionais. A diferença é que para construir a barragem serão utilizados caminhões, pavimentadoras, tratores, escavadeiras e rolos compressores não tripulados, que são controlados por um sistema de Inteligência Artificial. Toda a linha de montagem automatizada estará sendo supervisionada por um sistema central de Inteligência Artificial. De acordo com a publicação, os veículos envolvidos no ambicioso projeto serão capazes de localizar os materiais da obra e transformá-los em uma camada da estrutura da barragem. Em seguida, rolos automatizados equipados com sensores serão responsáveis por pressionar cada camada, até se tornarem firmes e duráveis. De acordo com o estudo, quando uma camada estiver completa, os robôs vão enviar informações sobre o estado da construção de volta ao sistema de IA. Além disso, os cientistas alegam que, além de permitir uma maior velocidade de execução, o sistema de IA projetado para tal execução irá mitigar o número de acidentes e desperdício de materiais no canteiro de obras da China.

Trabalho humano ainda se faz necessário

Apesar do uso inédito da IA e impressoras 3D na barragem chinesa, nem toda a hidrelétrica será construída exclusivamente por máquinas. Por ser um trabalho extremamente complexo, o processo de mineração das rochas ainda será realizado por operários chineses. Até o momento, o projeto indica que a parte não humana da construção se refere ao transporte de materiais e a mitigação de erros operacionais, como usar um rolo compressor automatizado para que ele se mantenha em linha reta, ou imprimir uma estrutura monumental com precisão milimétrica e economia de insumos. Segundo o professor de engenharia e autor principal da pesquisa, Liu Tianyun, “essa tecnologia inovadora de impressão 3D, combinada com o uso de inteligência artificial, também poderá ser empregada em diversos outros projetos de infraestrutura, como na construção de aeroportos, estádios e estradas”. A automação dentro das indústrias chinesas foi uma solução encontrada por autoridades do país para permitir que o mercado continue atendendo as demandas, mesmo com a escassez da mão de obra humana provocada pela queda na taxa de natalidade que vem sendo registrada ano após ano no pais asiático.

Automação também na indústria brasileira

Apesar de parecer algo “de outro país”, empresas brasileiras também já começaram a incorporar soluções autônomas dentro das suas atividades. A mineradora Vale, por exemplo, já utiliza caminhões sem motoristas em algumas minas localizadas no Brasil. Além de dispensar o trabalho humano, reduzindo o risco de acidentes de trabalho, os veículos também contribuem com a redução nas emissões de CO2. A frota autônoma da empresa conseguem transportar até 240 toneladas. Ainda segundo a Vale, os caminhões são controlados por sistemas de computador, sem necessitar de um operador na cabine e contam com um GPS, radares e inteligência artificial. Ao detectar algum risco, os veículos paralisam suas operações até serem autorizados a funcionarem novamente. Atualmente, o Brasil está em 18º lugar no ranking dos países mais automatizados, com apenas 16 mil robôs industriais, segundo a Federação Internacional de Robótica. Outra pesquisa, dessa vez realizada pela Associação Brasileira de Automação, aponta que as fábricas possuem, em média, 65% de tecnologias digitais nas linhas de produção. Dentre os principais benefícios da automação está a aceleração na produtividade, melhora no relacionamento com o cliente, maior qualidade na entrega dos produtos e redução de cursos. A expectativa é que, durante os próximos anos, a automação continue ganhando ainda mais espaço dentro das empresas brasileiras, permitindo um maior avanço da indústria nacional e, consequentemente, da economia do país. Veja também Ficou impressionado com a barragem feita totalmente com impressoras 3D? Conheça, então, a casa luxuosa criada totalmente com a tecnologia de impressão. Fontes: Popular Mechanics, Vale e Tecnicon.

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