Sinopse

Dirigido por James Cameron e estrelado pelos astros Sam Worthington (Jake Sully) e Zoë Saldaña (Ney’tiri), o filme demorou mais de 10 anos para ser produzido e conta com novas tecnologias e técnicas que prometem torná-lo uma verdadeira experiência cinematográfica. Dentre as técnicas, os atores passaram por intensos treinamentos de mergulho e apneia para que pudessem prender o fôlego pelo maior tempo possível, tudo para tornar a história mais verídica para o espectador. Após longos anos de conexão no planeta Pandora, Jake Sully agora vive uma vida pacífica ao lado de sua esposa Ney’tiri e sua nova família. Porém, quando antigas ameaças retornam, eles se veem forçados a sair de casa e explorar o mundo enquanto travam uma nova guerra contra os humanos.

Nova história, velhos conflitos

Muitos anos se passaram desde o fim da guerra contra o povo do céu e os Na’vi finalmente vivem em paz com seu novo líder, o humano transformado Jake Sully, que agora precisa ser chefe, marido e um pai exemplar para seus filhos Kiri, Lo’ak, Neteyam e a pequena Tuk. Jake se tornou um guerreiro respeitado e tantas responsabilidades parecem pesar bastante na cabeça do nosso herói. Os traumas do passado ainda o assombram, fazendo com que ele se torne um paranoico por proteção e seja até mesmo um pouco rígido com suas crianças, principalmente com os jovens adolescentes Lo’ak e Neteyam que parecem ter puxado o espírito rebelde do pai. Lo’ak é o que mais o desafia, muitas vezes se envolvendo em situações perigosas para conseguir um pouco da aprovação e do olhar orgulhoso do pai – o que nunca acontece. E é essa falta de prudência que o torna um dos personagens mais interessantes do filme. Os sonhos paternais de Jake são interrompidos por estranhas luzes no céu, anunciando que o povo da terra voltou e dessa vez muito mais poderoso e preparado para lidar com a vida ‘selvagem’ de Pandora. Sem muitos recursos, os Na’vi são forçados a se esconder nas montanhas flutuantes e passam a revidar os ataques com armas de fogo, a força humana, porém, é incomparável e Jake se depara com um probleminha a mais – como se os outros já não fossem suficientes – seu antigo inimigo, o coronel Miles Quaritch, retornou na pele de um Avatar e está sedento por vingança. Em uma jornada para a preservação de seu povo, Jake e sua família pedem abrigo a uma tribo amiga que mora no litoral e, lá, terão de aprender novos costumes para se adaptar enquanto tentam descobrir uma forma de se livrar mais uma vez da ameaça humana.

Conflitos familiares

Com uma roupagem totalmente diferente, esse filme foca muito nas relações afetivas do povo Na’vi e em como Jake se insere nesse mundo não tão novo para ele. Cada filho da família Sully nos apresenta uma narrativa totalmente diferente de descoberta e crescimento: Kiri, por exemplo, filha adotiva do casal que foi gerada em laboratório a partir do avatar da falecida cientista Grace Augustine e que se sente uma verdadeira aberração ao lado de outros do seu povo. Ela possui algum tipo de conexão muito forte com a natureza e se sente muito à vontade quando rodeada de seres diversos como ela. Os irmãos Neteyam e Lo’ak são a típica dinâmica de rivalidade saudável em que um tenta se provar mais que o outro. Filhos do lendário guerreiro Toruh Maktoh, ambos parecem carregar um fardo grande nas costas. O destaque, no entanto, fica com Lo’ak, que ao longo da história traz uma linda jornada de amadurecimento. Vale comentar também sobre a fofa Tuk, que traz leveza em momentos tensos do enredo e serve como uma ótima ponte para entendermos a criação dessas criaturas azuis de dois metros. Aliás, essa mudança de perspectiva evidencia um ponto muito positivo do filme, focar em nos apresentar personagens interessantes, desenvolver e resolver seus conflitos sem que precisemos necessariamente de rostos conhecidos para de fato querer mergulhar na história. Muitas vezes Sully e sua esposa sequer aparecem e isso de forma alguma faz falta, muito pelo contrário, dá mais liberdade para adentrar às novas narrativas.

A guerra continua em Avatar 2

Os seres humanos – egoístas como são – não aprendem de forma alguma com os erros do passado, sua sede por dinheiro está mais do que viva. O objetivo, no entanto, é outro e suas abordagens vão ficando cada vez mais imprudentes e violentas, para a infelicidade dos Na’vi. Assim como no primeiro filme, você só consegue sentir nojo e antipatia pelos seres do espaço, por mais que estes também estejam lutando pela própria sobrevivência. Jake Sully tem uma história inacabada com o coronel Quarich que aparece aqui como um verdadeiro fantasma do passado, o cara morre e ressurge na pele de um avatar criado em laboratório com as memórias do falecido soldado e não parece muito disposto a desistir do seu sonho doentio de ter o sangue de seu antigo colega derramado por suas mãos. Essa parte da história sinceramente é a mais entediante para mim, não a missão humana em si, mas essa obsessão clichê do vilão ir atrás de vingança simplesmente porque sim. O que torna essa jornada menos chata são os cenários, as criaturas e as lutas que vão acontecendo no caminho. Nem a tentativa de dar um filho perdido ao Coronel torna ele menos desinteressante.

3D espetacular de James Cameron

Avatar 2 é um filme magnífico de se assistir e aqui já vai minha sugestão, assista em 3D, o preço vale muito a pena. James Cameron é um gênio visual e disso ninguém duvida. Em Avatar 2 fica nítido que toda a espera valeu a pena, pois agora somos contemplados com um lindo espetáculo visual de 3 horas e 10 minutos. Destaque para a beleza e diversidade da vida marinha de Pandora, aliás, você sabia que o diretor do filme é um grande entusiasta da área? Ele inclusive foi o primeiro homem a pisar no ponto mais profundo do oceano, a fossa das Marianas, que fica no Oceano Pacífico ao sul da ilha de Guam.

Conclusão

Avatar: O Caminho da Água definitivamente não é um filme entediante – apesar de todas as cenas que focam na tripulação humana serem uma exceção a esse fato; somos apresentados a inúmeras narrativas complexas que por vezes se estreitam e se alargam conforme a progressão da história. Em alguns momentos tive receio de que algo ficasse perdido no meio do caminho e me incomodei um pouco em como alguns pontos ficaram em segundo plano por tempo demais, na minha opinião. Parece que no final todos os pontos acabam colidindo de um jeito ou de outro, e por mais que não tenhamos as respostas para todas as perguntas que nos foram apresentadas, chegamos a um final contundente e redondo. Talvez não tão satisfatório, mas com certeza emocionante. Os pontos negativos ficam para qualquer ser humano presente nessa história, mas também não é culpa deles, tanta coisa interessante presente em Pandora que fica até meio desproporcional comparar. Estou muito animada para descobrir mais sobre a conexão de Kiri com a deusa Eywa, para saber qual será o próximo destino da família Sully e como os Na’vi farão para destruir de vez a ameaça humana, se é que vão conseguir. Gostou de Avatar? Conte para gente suas espectativas e primeira impressões nos comentários. Leia também: Homem-Aranha: Através do Aranhaverso ganha trailer cativante.

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