É importante ressaltar ainda que apenas 1% das mulheres negras estão na Fortune 500, uma lista com as quinhentas maiores companhias dos Estados Unidos.  Desde a primeira edição da lista em 1955, somente 19 pessoas negras conseguiram ocupar cargos CEO nas empresas listadas na Fortune 500, em um total de 1.800 líderes. Durante todos esses anos, apenas três mulheres negras conseguiram assumir um cargo de liderança. Ursula Burns, CEO da Xerox, foi a primeira mulher negra a liderar uma empresa da lista Fortune 500 em 2009. Atualmente, Rosalind Brewer mais conhecida como Roz Brewer, presidente do Starbucks, é a única mulher negra a liderar uma das 500 maiores empresas norte-americanas. O avanço das mulheres, sobretudo, em cargos de liderança ainda é uma realidade distante dentro da maioria das companhias. A pesquisa da IBM aponta que, se nada for feito para mudar o cenário atual, a quantidade de mulheres líderes pode diminuir ainda mais nos próximos anos.  Katia Vaskys, por exemplo, é a primeira mulher a ocupar o cargo de gerente-geral na IBM Brasil. Demorou 104 anos para uma mulher conseguir chegar a essa posição. Em entrevista à CNN, Katia Vaskys revela que sofreu preconceito e contou com o apoio de mentores e programas internos para superar a situação. A executiva afirma que pretende trabalhar na criação de redes de apoio para os jovens e estimular novas lideranças, principalmente mulheres. 

Programas de inclusão e igualdade de gênero não garantem avanço das mulheres no mercado de trabalho

A IBM chama a atenção para os desafios que as mulheres encontram ao longo da carreira, como a dupla jornada de trabalho. Apesar de este pensamento ter mudado um pouco nos últimos anos, as mulheres ainda são vistas como as principais responsáveis pela realização de tarefas domésticas e criação dos filhos. Isso acaba sendo mais uma barreira que dificulta o avanço das mulheres. Apesar dos esforços das empresas de criar programas de inclusão e igualdade de gênero, creches e horários flexíveis, o estudo da IBM aponta que “esses esforços se movem lentamente e que, em alguns casos, estão retrocedendo”.  De acordo com a pesquisa, apenas 11% dos entrevistados foram identificados como First Movers ou “pioneiros”, ou seja, que priorizam o avanço das mulheres no local de trabalho e se sentem motivados a adotar medidas para melhorar a inclusão de gênero. Os First Movers tiveram também um crescimento na receita de 61% em relação a outras companhias que não priorizam a igualdade de gênero, apresentando uma maior taxa de satisfação entre clientes e colaboradores. 

O que as corporações podem fazer para mudar esse cenário?

Baseado no comportamento das empresas First Movers, a IBM revelou alguns passos que as corporações podem adotar para acelerar o avanço das mulheres e promover mais igualdade:

Tornar a igualdade de gênero uma das principais prioridades dentro da sua organização e criar oportunidades para que as mulheres voltem a atuar no mercado de trabalho;Oferecer benefícios extras para as mães e adotar uma postura de comprometimento com a saúde e bem estar das mulheres, oferecendo acesso a saúde mental;Desenvolver uma cultura organizacional de liderança mais empática, focando nas necessidades profissionais e pessoais das colaboradoras;Usar ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) para melhorar o fluxo de trabalho, investindo em soluções que estimulem a comunicação e a participação das mulheres. 

O estudo da IBM apontou que, apesar dos resultados desanimadores, algumas empresas estão comprometidas para mudar a situação, como é o caso da Adidas que reservou 30% das vagas para candidatos negros e hispânicos. Ou a PepsiCo que pretende direcionar cerca de 100 colaboradores negros para cargos executivos. Aqui no Brasil, as empresas também estão de olho nessas mudanças e criando programas para aumentar a diversidade, como o EBANX que recentemente abriu vagas de estágio exclusivas para candidatos negros. Fonte: IBM [1] e [2]; CNN; Fortune 500

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