Depois da curta (e polêmica) aparição de São Paulo em um trecho do terceiro jogo da saga, nossa terrinha tupiniquim não deu mais as caras na série, deixando um gostinho de quero mais. Isso, no entanto, parece estar prestes a mudar: é o que indica, ao menos, uma recente entrevista com um dos roteiristas da franquia, Alain Mercieca.

A entrevista e as possibilidades

Falando ao site The Gamer, o roteirista de partes de Assassin’s Creed Origins e do mais recente Assassin’s Creed Valhalla (cujo review você pode ver aqui no site) deu esperanças aos jogadores brasileiros ao comentar sobre seu interesse no país para um possível novo jogo de Assassin’s Creed. Nas palavras dele: Aí está. Nossos vizinhos da América espanhola também foram citados nominalmente, mas, provavelmente por ter ficado de fora de Assassin’s Creed IV – Black Flag, que é ambientado no Caribe, o Brasil parece estar sendo considerado com mais atenção. Apenas o fato de que a ideia esteja sendo ventilada é um bom sinal – significa, no mínimo, que em algum lugar dos estúdios da Ubisoft a discussão acerca de uma ambientação brasileira rolou. Guardadas as devidas proporções, podemos esperar um novo jogo de Assassin’s Creed no Brasil – pontuando que provavelmente não será no próximo game e considerando que Mercieca não é quem toma as grandes decisões da empresa e que tudo seja uma especulação para possíveis novos títulos. Rumores recentes indicam que o próximo jogo da franquia continuaria ambientado na Europa medieval, porém, com o lançamento planejado para 2022, temos uma boa estrada pela frente até maiores anúncios.

A polêmica de São Paulo em Assassin’s Creed 3

Quando o terceiro título da franquia foi anunciado, houve a promessa de que o mais novo jogo de Assassin’s Creed teria uma sequência no Brasil. A suposta boa surpresa acabou se revelando um grande tiro pela culatra quando os brasileiros puseram a mão no jogo: a representação do país foi caricata e preconceituosa, mostrando pessoas com pouca roupa por todos os cantos, camelôs cheios de produtos piratas, ambientes emporcalhados, conversas de cunho sexual abundantes, dublagem fraquíssima (com sotaque norte-americano pesado) e bandeiras do Brasil espalhadas desmedidamente pelo cenário. Até mesmo a famosa cena da luta de MMA, pela qual o protagonista Desmond passa, é mal caracterizada, com os lutadores vestindo roupas pouco características de um real lutador. O ocorrido pegou tão mal que o diretor da Ubisoft Brasil acabou pedindo desculpas durante um evento em São Paulo – ironicamente, o mesmo local que foi mal representado no jogo. Para arrematar, Chaverot disse que a empresa já havia sondado potenciais histórias para fazer um novo jogo de Assassin’s Creed no Brasil, prometendo que serviria também como um pedido de desculpas aos fãs, mas sem deixar nada muito garantido. O acontecido foi em 2012, e desde então muitas especulações acerca desse possível jogo em nosso país sul-americano tem sido feitas – incluindo diversas artes de fãs.

Especulações e ideias para um Assassin’s Creed no Brasil

A internet, como sabemos, não descansa. Mesmo antes de surgirem menções a uma ambientação brasileira para o jogo, muitas pessoas já teorizavam acerca de quais períodos da história do país poderiam ser trabalhados, e muitos artistas tentavam imaginar protagonistas e designs brazucas. Selecionamos, aqui, algumas ideias e artes interessantes para alimentar a imaginação e o hype dos jogadores.

Quilombos: Uma grande parte de nossa história, o período do Brasil Colonial, traz muitas possibilidades por si só. Uma dela são os quilombos, especialmente o de Palmares, ligado à figura de Zumbi dos Palmares. Em Assassin’s Creed: Freedom Cry, DLC do terceiro jogo, é introduzida a mecânica de ajudar escravos a escapar e desmantelar plantations (sistema de cultivo de cana-de-açúcar) com o protagonista, Adéwalé, que poderia ser melhorada e implementada nesse caso – talvez até mesmo montando e gerenciando um quilombo. Uma representação visual dessa possibilidade foi imaginada por Rodrigo Pascoal (vide imagem acima).Bandeirantes: Durante o início do período colonial, as chamadas Bandeiras foram expedições de exploradores portugueses e brasileiros para o interior do país, buscando riquezas e entrando em contato com diversos povos indígenas de forma violenta, o que renderia uma ambientação interessante – e uma boa mostra da diversidade sul-americana.Inconfidência Mineira: Também durante o Brasil Colonial temos um dos episódios mais famosos de insurreição contra Portugal, onde diversos membros da elite da capitania de Minas Gerais fizeram uma falha tentativa de separar-se da metrópole e conseguir a independência. Entre essas figuras, temos Tiradentes, que poderia fazer uma aparição interessante, seja ela longa ou curta.Guerras de Independência: O processo de independência do Brasil, embora mais pacífico do que o de nossos vizinhos por todas as Américas, ainda teve combates, mesmo não sendo tão famosos. Exemplos são a Batalha do Jenipapo, no Piauí, e diversos confrontos navais, nos quais participaram mercenários britânicos contratados por Dom Pedro I – onde mecânicas de exploração e combate naval como as de Assassin’s Creed IV têm a chance de brilhar.Cangaço: Lembrado por muitos como o “velho oeste” brasileiro, a epopeia do bando de Lampião e Maria Bonita acontece num período e local muito interessantes para ambientar um jogo, tocando em assuntos de justiça social e confronto com o poder estabelecido, presentes em vários jogos da franquia.Guerra dos Farrapos: Período de dez anos de combate dos estados do sul contra o Brasil Imperial para criar uma república rio-grandense, que até foi proclamada, porém, derrotada em última instância. A localização e a época são muito interessantes por conta da diversidade das questões e das pessoas envolvidas, incluindo até mesmo Giuseppe Garibaldi, pivô da unificação italiana. Rainer Petter imaginou como seria o jogo na imagem abaixo.

Como se pode ver, há muitas ideias boas que podem ser trabalhadas pela Ubisoft, e há muitas outras circulando por aí, em lugares como o Reddit, por exemplo, onde os fãs populam as discussões com grande afinco. O Brasil é um lugar com muita diversidade geográfica, então um jogo poderia explorar tanto a floresta atlântica quando a caatinga, ou o serrado, ou as pampas gaúchas. Existem inúmeros cenários e períodos interessantes que gostaríamos de ver, mas, por hora, nos limitamos a esperar maiores anúncios da empresa francesa – até lá, fiquemos com as fanarts e com nossa imaginação sobre um possível Assassin’s Creed no Brasil. Fontes: Comic Book, Screen Rant, The Gamer

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