Um adendo: já que a nova moda da internet é decidir se as pessoas fazem parte do grupo Millennial ou da Geração Z, adianto que essa separação por anos foi feita por alguém nascido em 1997, ou seja, no famoso vácuo dimensional entre uma geração e outra. Alguns títulos vão pender mais para um lado e assim segue a vida. O que importa, no fim das contas, é que estamos aqui para sofrer com o primeiro coração partido dos protagonistas neste mundo de amadurecimento. Por isso, vamos às melhores séries de drama adolescente.

Critérios na lista de melhores séries de drama adolescente

Como toda boa lista, faz-se necessário apresentar alguns dos critérios usados para escolher as séries de drama adolescente que merecem estar aqui. Considerei como diferenciais: relevância na época, legado — ou seja, se ainda lembram da série hoje ou uma média de influência aceitável —, ano de produção (considerando somente o ano de início da série, ou seja, se ela começou em 2007 e terminou em 2012, ela vai estar nessa lista, não na próxima), nível de audiência e etc. Ela precisa ser dos últimos 20 anos, também. Há alguns bônus fora da curva, mas, no geral, a regra é essa. Fique à vontade para discordar nos comentários ou pedir a adição de alguma, desde que não ofenda o coitado do redator aqui e nem os colegas. Tentei adicionar pelo menos uma série de um país diferente dessa esfera Estados Unidos — Inglaterra também. Ah, por último, está em ordem alfabética para facilitar a vida de todo mundo.

Degrassi: The Next Generation

O primeiro exemplar dos nossos selecionados é uma série não tão conhecida em terras tupiniquins, mas bem interessante. Trata-se de Degrassi: The Next Generation, a quarta produção da franquia Degrassi. A série canadense é possivelmente a mais famosa peça da cultura pop do país, perdendo, talvez, para o Wolverine. E sim, você leu certo: ela é a quarta produção da franquia principal que leva o nome de uma rua em Ontario, na província de Toronto. Tudo começou em 1979 com a série The Kids of Degrassi Street, que, inesperadamente, foi um sucesso absoluto, gerando spin-offs, filmes independentes e engajando o público jovem da época — no qual minha querida mãe se encontra, um beijo, mãe! — a entender mais sobre os dramas adolescentes. Como era de se esperar, a série versa sobre problemas comuns do mundo jovial, como o primeiro contato com drogas de todos os gêneros, preconceito, amores não correspondidos etc.

Gilmore Girls

Sim, eu sei que a série é de 2000, mas ei, um ano de diferença não vai matar ninguém, certo? A famosa Gilmore Girls pode não possuir o rótulo oficial das séries de drama adolescente, mas o que não falta é drama e, até certa medida, adolescentes. Começando pelo enredo, que é catapultado pelo onipresente tema da gravidez na adolescência, a série explora o relacionamento de uma mãe relativamente jovem com sua filha igualmente jovial. Não para por aí, claro, já que ambas precisam conviver com a família, de quem estavam afastadas por razões que a própria série vai explicar e não eu, que estou aqui meramente para indicar shows interessantes. Admito que não é meu favorito da lista, mas vale a pena assistir para sentir o drama fluindo, seja com a mãe, com a filha, com os avós ou literalmente qualquer personagem, já que drama é o que não falta. E como esquecer da clássica troca de amores entre Rory e Dean na primeira temporada, quando o rapaz diz que a ama e ela simplesmente lança um OBRIGADO para o jovem? Lendária. Enfim, a série está disponível na Netflix.

Glee

Dependendo de onde você estudou quando era menor, gostar de Glee podia ser considerado uma ofensa capital ou uma qualidade de rei. Fui assistir à série um pouco depois do Ensino Médio, o que já dá pistas sobre em qual categoria os espectadores se enquadravam no meu círculo. De qualquer maneira, não gostei muito porque não sou fã de musicais, mas a influência e importância desta que é uma das melhores séries de drama adolescente são inegáveis. Com assuntos delicados, como morte, a onipresente gravidez na adolescência, homossexualidade, racismo e o mais complicado de todos, o trabalho em equipe, Glee foi um marco na televisão e na vida de muitas pessoas que, na época, não conseguiam se identificar com outras personagens mais padronizadas. Isso vale não só para minorias de todos os tipos, mas também para os cantores de chuveiro que encontravam, nos musicais, motivos para sorrir. Não por acaso, os covers proporcionados por Glee podem ser encontrados internet afora com facilidade, ainda mais ao vermos a quantidade e qualidade deles. E, convenhamos, as músicas dão todo um charme para o dramalhão que acompanha a série da primeira à última temporada.

Gossip Girl

A primeira — mas não última — aparição de Josh Schwartz na lista de melhores séries de drama adolescente é marcada por essa série um tanto curiosa, em que uma narradora desconhecida aborda os causos de alguns jovens da alta sociedade. Como normalmente essa categoria de pessoas tem alguns dramas clássicos da burguesia em ascensão, como os problemas e percalços de virar uma socialite, a série não foge muito desse espectro. O que não significa necessariamente que seja ruim. Gossip Girl é o clássico título para quem gosta de uma fofoca bem espalhafatosa, no maior estilo patricinha de colégio da classe alta. Ainda que não explore tanto temas problemáticos da adolescência como outras presenças aqui, é uma série interessante para analisar o comportamento das pessoas e, se vista por determinado ângulo, pode ser uma bela de uma sátira também. E, pode ter certeza, há bastante drama amoroso — e uma pitada de mistério também, que muda conforme a temporada. Ah, vale lembrar que um reboot da série está previsto para estrear no dia 8 de julho no serviço de streaming da HBO, a HBO Max. Se vai ser bom? Bem… fica o mistério, talvez até apareça numa eventual lista de melhores séries de drama adolescente.

Hana Yori Dango

Fugindo um pouco do padrão ocidental, temos esse dorama clássico, adaptação de um mangá que, igualmente clássico, foi adaptado várias vezes. A versão coreana, de 2009, está na Netflix, mas a melhor adaptação é definitivamente a japonesa, de 2005. Ainda não assisti à tailandesa de 2002, mas, entre as duas mencionadas anteriormente, a nipônica leva a melhor, muito disso devido às atuações. Hana Yori Dango mostra como bater de frente contra bullies e pessoas de suposta condição hierárquica maior que a sua pode ser satisfatório e recompensador. Principalmente se você for uma garota de uma família pouco abastada que, por meio de uma bolsa de estudos, frequenta uma escola de gente rica, onde só os famosos herdeiros do país têm acesso. Sem citar paralelos com a realidade brasileira de modo a evitar processos jurídicos frutos de uma culpa autoconsciente, a série brilha quando essas realidades entram em choque. Com apenas 9 episódios, o dorama é bem interessante ao mostrar as dificuldades de uma menina de classe média-baixa ao lidar com um grupo de garotos ricos e, no maior exagero da palavra, babacas.

One Tree Hill

No começo dos anos 2000, teve início uma batalha que perdura até hoje no reino dos fandoms: quem amava The O.C. e quem amava One Tree Hill. Dificilmente você encontra uma pessoa que goste, com a mesma intensidade, das duas séries. No caso de One Tree Hill, o relacionamento conturbado entre dois irmãos é um ponto central da série, principalmente porque ambos são temperamentais e frequentam a mesma escola, além de fazerem parte do mesmo time de basquete. Não é necessário mencionar que isso não tem como dar certo com adolescentes, correto? Depois de algumas temporadas, a série passa a focar em temas da vida adulta, já que acompanhamos as personagens em suas evoluções por esse caminho pedregoso que é a existência. É muito interessante como essa transição se dá de um modo natural, sem forçar muito a boa vontade do espectador, e colabora para dar um senso de pertencimento ao seriado, que foi um dos maiores em número de audiência da década passada. Aqui no Brasil, você pode acompanhar as loucuras da dupla Lucas e Nathan pelo serviço de streaming Globoplay.

Pretty Little Liars

Pretty Little Liars tem mais mistério e suspense que as séries de drama adolescente convencionais, o que é uma mudança boa considerando a lista em si. Mesmo assim, muito desse mistério acaba desaguando, se é que podemos usar esse termo, no dramalhão já conhecido dos espectadores, ainda que algumas instâncias desse drama sejam mais sérias e com consequências mais realistas. Bom, basicamente há um grupinho de garotas populares inseparáveis, até que uma delas desaparece. O resto é história. Por sinal, cronologicamente falando, é a última série da nossa lista, passando bem perto de entrar para a próxima parte, com lançamento em 2010. Isso significa algo? Absolutamente nada, mas parece importante mencionar, principalmente se você assistir ao seriado. De todo modo, o seriado ganhou uma grande legião de fãs, o que fez com que duas sequências fossem desenvolvidas, ainda que nenhuma delas tenha alcançado metade do sucesso da trama original. A série saiu de praticamente todos os serviços de streaming brasileiros, o que significa que precisamos torcer para que ela faça uma aparição no recém-lançado HBO Max.

Skins

Skins é a representação quase perfeita da adolescência desvairada. Drogas, traição, morte e todos os erros brutais que um jovem em formação pode cometer, tudo de uma vez e sem piedade. Há uma variação um pouco inconstante na qualidade do programa britânico conforme as gerações mudam, mas, no geral, é uma série aceitável que se passa na Inglaterra. Aos fãs de jogos, lembro-me sempre de um amigo dizendo que Life is Strange nada mais era que Skins com poderzinho, o que, de certo modo, é verdade. Com temas que vão desde bulimia até costumes religiosos conflitantes, a série brilha mais quando explora as relações conturbadas entre os estudantes e amigos — ainda que, em alguns casos, essas amizades não sejam exatamente as melhores, beirando o famigerado relacionamento abusivo. Em outros casos, o espectador vai querer entrar na televisão e sacudir as personagens até elas perceberem que estão fazendo alguma besteira, mas ei, faz parte da vida. Aqui em território tupiniquim, você pode assistir ao dramalhão britânico na Netflix.

The O.C.

Disparada a minha série favorita da lista, quiçá da vida, The O.C. explora os percalços do jovem Ryan Atwood ao crescer. Oriundo de uma família problemática de uma vizinhança pobre da Califórnia, Ryan é adotado pela opulenta família Cohen. Difícil nomear uma personagem que não seja clássica nessa série, lembrando que temos desde os comentários sarcásticos de Seth Cohen até as maquinações maldosas de Julie Cooper. E, ademais, quem diria que Summer Roberts se transformaria na ativista da última temporada? Além do drama absurdo que gira em torno dos relacionamentos de Ryan (pelo amor de deus, deem 5 minutos de paz para o meu menino) com suas antiga e nova vidas, há temas como gravidez na adolescência, violência familiar, sexualidade, conflitos internos e até posicionamento político. Sem falar no luto, que é tratado de modo bastante real e condizente com a personalidade de cada personagem. Eu poderia fazer uma tese de mestrado sobre a série, mas o tempo e a própria existência me obrigam a deixar isso breve. Infelizmente, The O.C. saiu da Netflix, então a única esperança de ouvir CALIFORNIA, HERE WE COME é aguardar um relançamento na HBO Max.

Veronica Mars

O que diferencia Veronica Mars de outras séries da lista é o empenho da jovem de nome homônimo em resolver mistérios, seguindo a tutela de seu pai, o ex-xerife da cidade, que, após se envolver num escândalo envolvendo o assassinato da melhor amiga da sua filha, é ostracizado pela comunidade e decide montar uma agência de investigação particular. Tudo isso no meio da transição do ensino médio para a faculdade, o que nos dá uma belíssima história de amadurecimento, ainda que bastante dolorosa em certos momentos. Depois de três temporadas, a série foi cancelada e só retomada nos últimos anos. Mesmo assim, não houve continuação da quarta temporada também, o que significa que ela provavelmente não retornará tão cedo, se é que vai retornar. Isso não significa, entretanto, que não seja uma das melhores séries de drama adolescente, até porque ajudou vários jovens promissores a pensar sobre mistérios ao longo da primeira década dos anos 2000. A série está disponível somente no Hulu.

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Se você ficou interessado pelas melhores séries de drama adolescente no streaming, não deixe de conferir também os melhores títulos na HBO Max.

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