Por que essa união é tão aclamada?

Todo fã de histórias em quadrinhos alegra-se ao ver heróis e vilões dos universos da Marvel e DC cooperando ou se enfrentando. Isso já aconteceu algumas vezes em uniões que nem sempre vendiam bem, mas que conseguiam mexer com as emoções até mesmo dos não apreciadores de histórias em quadrinhos. Você já pensou em uma HQ onde os Vingadores enfrentam a Liga da Justiça? Ela já existe nos quadrinhos, sido lançada oficialmente 2004. Nela, duas realidades se chocam devido os mirabolantes planos de Kang e o Senhor do Tempo. Com a ameaça de que seus universos seriam completamente destruídos, Vingadores e Liga da Justiça enfrentam-se para salvar suas realidades. Em outra HQ não tão famosa chamada “Batman e Homem-Aranha”, há um novo microchip produzido em Gotham que atua para inibir a loucura das pessoas. O Cabeça de Teia resolve levar o Carnifica até lá e acaba encontrando o Batman com o Coringa. Porém, os planos não funcionaram muito bem, com o Coringa tornando-se o hospedeiro do Carnificina. Sendo assim, o Cavaleiro das Trevas e o Amigo da Vizinhança se juntam para detê-los. Como pode ser visto, as uniões e conflitos entre a Marvel e a DC não ficaram apenas na realidade. Existe uma variedade dessas uniões, no entanto, elas são muito raras de acontecer e até mesmo de encontrar para comprar. Outro grande empecilho dessas HQs especiais é que duram poucas edições, não sendo o suficiente para os amantes de heróis. Esse é o maior motivo pelo qual a especulação de que a Marvel compraria a DC acaba voltando, principalmente agora que a Marvel está abordando o multiverso no seu universo cinematográfico. 

A Marvel pode comprar a DC?

Infelizmente, não. Como a Marvel é comandada pela Disney e a DC pela Warner é bem difícil que aconteça de uma comprar a outra. E isso não é sobre dinheiro, pois ambas rendem bons lucros. O real obstáculo para que tal aquisição ocorra são as Leis Antitruste.  No Brasil e nos Estados Unidos, a Lei Antitruste (Lei 12.529/11) serve para prevenir e repreender casos que possam afetar o sistema econômico do país, o que incluí a criação de trustes (união de uma ou várias empresas para aumentar o poder econômico), cartéis e monopólios. Quem supervisiona essas ocorrências no Brasil é o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que é uma autarquia federal que faz valer a Lei Antitruste. O artigo de número trinta e seis da lei diz que:  Por mais que a Marvel e a DC ou Disney e Warner sejam estrangeiras, o artigo de número dois afirma que:  I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou a livre iniciativa; II – dominar mercado relevante de bens ou serviços; III – aumentar arbitrariamente os lucros; e IV – exercer de forma abusiva posição dominante. Levando essas informações em consideração, a aquisição de qualquer uma das grandes empresas — por sua concorrente direta — prejudicaria o mercado, criando-se um monopólio. Isso seria desleal e não permitiria uma concorrência justa com outras empresas de mídia menores, logo, é muito difícil acreditar que a Marvel compraria a DC em algum momento.

A compra quase efetuada

Em 1984, a DC estava vendendo tão mal que o diretor de comunicações da Warner, Bill Sarnoff, tentou fazer um trato com o diretor da Marvel, Jim Shooter, para que a Marvel tivesse o direito de criar e vender histórias sobre todos os personagens da DC. O acordo parecia muito positivo, pois a conjuntura desse panteão de super-heróis famosos era a Manopla do Infinito que qualquer produtora hoje em dia sonharia. Porém, as coisas não concluíram como esperado exatamente por conta da Lei Antitruste americana. Na época, uma pequena publicadora de quadrinhos chamada de First Comics processou a Marvel, uma vez que ela já tinha em suas mão um “quase monopólio” com a queda que sua principal rival, a DC, estava tendo. Em contrapartida, no livro “Marvel Comics – A História Secreta”, a publicadora afirma que recusou a proposta por acreditar que o motivo do fracasso da DC fosse seus heróis. Além dessa oportunidade de milhões perdida, a Disney quis comprar a Warner em 2016, sete anos após adquirir a Marvel. Entretanto, houve apenas a proposta, dado que a Warner já estava no meio de uma negociação. Meses depois, descobrimos que quem decidiu comprar a famosa publicadora de Harry Potter e Batman foi a AT&T, que hoje também é proprietária da Discovery Channel.

Ultimato

Indo ao contrário de tudo que foi dito aqui, existem muitas fãs que suspiram aliviados pela Marvel não comprar a DC. De acordo com eles, é por conta dessa alta concorrência que títulos como “Watchmen” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas” foram produzidos, fazendo com que a DC conseguisse se reerguer. Aliás, nos anos 90, a Marvel também passou por complicações em suas vendas, o que resultou na produção de filmes pela Sony e Fox. Portanto, muito do que vemos hoje em dia no cinema, só ocorre por causa dessa “amigável” concorrência entre a Marvel e a DC. Veja também: Quer saber mais sobre o planejamento da Marvel? Confira os anúncios do Universo Cinematográfico Marvel na San Diego ComicCon! Fontes: CBR, Casa Civil, Mises Brasil, PROJuris, Governo brasileiro.

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