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Como surgiu a Netflix?

A Netflix surgiu em 29 de agosto de 1997, criada pelos empresários Marc Randolph e Reed Hastings e teve a sua primeira sede na cidade de Scotts Valley, Califórnia (mudando-se posteriormente para Los Gatos, no condado de Santa Clara). No início, a empresa realizava a locação de DVDs através de pedidos com entrega e devolução via correios — com os pedidos efetuados na Netflix e em seu site Netflix.com —, uma inovação à época e que veio a ser a semente de todo o potencial futuro da marca. A ideia de alugar filmes via correios era uma grande chance para aqueles que não contavam com uma locadora próxima de casa. Para garantir a entrega intacta e de qualidade aos domicílios dos seus clientes quando efetuado o serviço de locação, os fundadores Marc e Reed testaram o serviço de entrega tradicional pelos correios enviando mídias ópticas para si mesmos — uma vez que as fitas VHS eram muito frágeis e os DVDs estavam ainda entrando no mercado. Como não havia conhecimento se alguém havia feito isso antes, era importante testar a logística e a segurança desta nova modalidade de aluguel de DVDs com entrega e devolução via correios e ela deu super certo. A empresa foi então registrada na cidade de Scotts Valley e teve um investimento inicial de U$ 1,9 milhões, doados por Reed Hastings, que logo se tornou o primeiro dono da Netflix, com 70% da companhia, ao lado de Marc Randolph, que ficou com o restante, tornando-se um proprietário minoritário. No início, ainda em fase beta, o projeto Netflix era chamado Kibble, em referência a uma antiga propaganda que dizia “não importa o quão bom é o marketing da ração canina se o cachorro não comer”. Com tudo pronto e testada a parte online, os serviços finalmente se iniciaram e, em 14 de abril de 1998, às 9:00 a.m., foi lançado o site www.netflix.com, o primeiro portal destinado ao aluguel e vendas de DVDs online. Nesta época, a companhia possuía poucos funcionários e menos de 1000 títulos à disposição. Os primeiros logos da marca, exibidos em seu site — com as palavras Net e Flix escritos separadamente —, evidenciam seu principal significado: “Net” como uma abreviação de internet e “Flix” provindo de uma variação de Flick, palavra usada informalmente no idioma americano para se referir a filmes (movies e films) de forma abreviada. Outros nomes que entraram na lista de possibilidades oficiais para a marca foram CinemaCenter, E-Flix, NowShowing, SceneOne e Videopix.

Crescimento e serviço de assinaturas

No final dos anos 90, mais precisamente em 1999, a Netflix evoluiu o seu sistema e criou um serviço de assinaturas do portal, que oferecia aos seus clientes a possibilidade de alugar DVDs em quantidades ilimitadas e sem data de devolução. Adeus limites mensais e multas por atraso, alguns dos principais objetivos que a plataforma pretendia combater. O serviço de assinatura oferecia também um teste gratuito, o “free trial“, que era concedido ao convidar um amigo, através de um código, para a plataforma. A assinatura tinha as suas vantagens, que incluiam:

Área para criação de lista de filmes favoritos; Chegada dos DVDs via correio entre 2 e 4 dias pelo serviço de first-class mail; Possibilidade de ficar com até 3 DVDs locados de uma vez por um período de tempo ilimitado enquanto durasse a assinatura; Devolução dos DVDs via correios sem custos, podendo já receber um outro da sua lista de favoritos.

Em 2000, a Netflix implementou o sistema de recomendações de títulos com base nos perfis de usuários, um dos maiores triunfos da plataforma. O algoritmo de recomendações de títulos, chamado de Cinematch à época, é feito a partir de uma base de dados que o sistema arquiva, baseando-se nas produções já assistidas e avaliadas pelos seus usuários. Ainda em 2000, Reed Hastings tentou uma parceria com a gigante das locações Blockbuster, que o recusou e, como sabemos, perderia uma grande oportunidade futura de continuar existindo. Mas foi em 2002, quando a Netflix (NFLX) decidiu abrir seu capital e iniciar sua oferta pública de ações (IPO) na Nasdaq ao custo de US$1 por ação, que ela passou a crescer em passos largos. Ela chegou então a alcançar a inédita marca de 1 milhão de assinaturas no ano de 2003 — ganhando no mesmo ano uma patente do United States Patent & Trademark Office (USPTO) — e a ultrapassar os 5 milhões de assinantes em 2006.  Foi também por volta desta época, mais precisamente em 2005, que a Netflix implementou — a partir da quantidade de usuários crescendo cada vez mais — o sistema de Perfis, para que cada membro da família pudesse acessar seus filmes e séries favoritos utilizando uma conta única. Através dos Perfis, podem ser salvas listas de títulos favoritos individuais para cada membro da família, de uma forma similar à que usamos a área de trabalho personalizável no PC. Como curiosidade, o serviço de locação de DVDs e Blu-Rays via correio da Netflix existe até hoje — através do site www.dvd.com (disponível apenas nos EUA) com no Instagram e Twitter — e conta com milhões de usuários, mesmo com toda a evolução que a plataforma Netflix viria a conquistar, como veremos a seguir. Grande parte da popularidade do serviço é a maior variedade de filmes, preferência dos usuários e a qualidade de compressão das mídias físicas em comparação aos streamings. Outro fato interessante foi que a Netflix criou em 2001 uma rede social chamada Friends. A ideia era de que os usuários da plataforma pudessem se conectar, revelando os filmes que assistiam, preferências, entre outras firulas comuns às redes sociais para interação. Porém, a ideia não deu muito certo e esta nova forma de conexão nunca chegou a ter mais do que 5% dos usuários assinantes. Fato este que a fez ser descontinuada em 2010, parte de uma política da Netflix chamada Scraping Barnacles (algo como “raspagem de cascalhos”, em tradução livre), cuja principal pauta é a remoção de conteúdo que não agrega valor à empresa.

Legado como plataforma de streamings

Não demorou muito para que uma grande mudança ocorresse na Netflix e, com isso, 2007 marcou o ano em que o serviço de streaming (exibição de filmes de forma totalmente remota) foi introduzido na Netflix, com a descrição “Watch Now”. Agora, os assinantes da plataforma de streaming poderiam assistir aos seus filmes e séries prediletos sem a necessidade de esperar pelos correios ou de possuir um aparelho reprodutor de DVDs, com acesso a eles 24 horas por dia. Como porém, nesta época, a novidade de reprodução online funcionava apenas em computadores equipados com Internet Explorer e contava com um limite de horas de streaming gratuito baseado nos planos de assinatura de cada membro. Mesmo assim, o serviço de envios de DVDs via correios se manteve, pois nem todos estavam aptos a aderirem ao streaming. Ele viria a se separar do streaming futuramente — mas antes passando por uma frustrada tentativa de separação das assinaturas em 2010 (em preços de U$ 7,99 ou U$ 15,98 para adesão em uma ou duas assinaturas respectivamente), que gerou uma perda de cerca de 600 mil inscritos, e da ideia de criação da empresa Qwikster (2011), que também não vingou. Não tardou muito para que o serviço de streaming da Netflix ficasse disponível a mais aparelhos, aumentando os meios para que os filmes e séries disponíveis pudessem ser assistidos. Através de parcerias, logo logo a Netflix marcava presença em diversas marcas de eletrônicos, como videogames, dispositivos Blu-ray e decodificadores de TV (2008), bem como Smart TVs (2009) e smartphones (2010), chegando a alcançar, e a ultrapassar, em 10 milhões a sua base de assinaturas no ano de 2009. Nesta época, ocorria uma competição que buscava por um algoritmo que aumentasse ainda mais o nível de precisão das recomendações de títulos da Netflix aos seus usuários. Com a vitória, a BellKor’s Pragmatic Chaos mostrou ser possível aumentar em 10% o nível de precisão de recomendações e ganhou o prêmio de 1 milhão de dólares pelo concurso. A Netflix colocou em exposição então, nesta época, a sua missão e seus valores, que ela chamava de Cultura Netflix (Netflix Culture: Freedom and Responsibility). Tratava-se de uma apresentação de 129 slides que trazia muitas das características da empresa junto a seus funcionários, além de revelar suas questões acerca de temas como liberdade, inovação, respeito, responsabilidade, interação, performance e muitos outros assuntos.

Expansão e criações originais

Logo então, todo este sucesso alcançado também chegaria a outros lugares fora dos EUA, e assim foi, com a Netflix ampliando seus horizontes para o Canadá em 2010 — ano em que foi criado uma seção dentro da plataforma dedicada a títulos infantis — , América Latina e Caribe em 2011, Irlanda, Reino Unido e países Nórdicos no ano de 2012 — chegando à  a marca de 25 milhões de assinaturas —, e Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça em 2014, ultrapassando aí os 50 milhões de assinantes. Este era só o começo da “dominação mundial Netflix”, em que as TVs já podiam acessar a plataforma a partir de um único botão existente (em 2011) nos controles-remotos mais modernos! Foi então que, dado o sucesso crescente e a expectativa por alçar vôos cada vez maiores que a Netflix começou a investir na produção de títulos feitos originalmente na própria casa, tendo como sua primeira produção o Stand-up “Bill Burr: You People Are All the Same“, inaugurado em 2012. Este também foi o ano da primeira série original da plataforma estrear, Lilyhammer, em 6 de fevereiro, ainda que não tenha sido considerada uma série completamente original da plataforma (veja mais abaixo na seção Títulos Originais Netflix). Em 2013, foi a vez das primeiras grandes séries originais da casa serem lançadas de forma competitiva, entre as quais “House of Cards” — ganhadora de 3 prêmios Emmy Awards, inaugurando a entrada de séries por streaming na premiação —, “Hemlock Grove“, “Arrested Development” e “Orange Is the New Black“. E em 2015, o primeiro filme original saiu do forno: “Beasts of No Nation“. Neste mesmo ano, também foi lançada a primeira série original em idioma estrangeiro (que não o inglês), com a comédia dramática mexicana Clube dos Corvos (Club de Cuervos, no original), além do reality show Terrace House, o primeiro original asiático. A expansão para outros países seguiu lado a lado com as melhorias feitas no sistema. Após relançarem de forma mais moderna os recursos Perfis e Minha Lista (2013), a plataforma de streaming passava a acompanhar a onda das TVs de última geração e a transmitir alguns de seus títulos por streaming em qualidade 4K Ultra HD (2014). O recurso conhecido como descrições em áudio — voltado para atender a pessoas com dificuldades auditivas — estreou com a série da Marvel “Demolidor” (2015) no mesmo ano em que países como Austrália, Cuba, Itália, Japão, Espanha e Nova Zelândia também ganharam  acesso à plataforma. Mais um grande passo foi dado em 2016, quando a Netflix expandiu seu conteúdo, disponibilizando-o para mais de 130 países e somando então a marca de 190 países que podiam acessá-la, junto a um total de 21 idiomas disponíveis. Com isto, e sabendo da limitação de internet em muitos dos lugares em que a Netflix estava sendo lançada, a empresa disponibilizou o recurso de download, possibilitando o acesso a diversos títulos de forma offline, para assistir a qualquer momento e em qualquer lugar, após baixado, independentemente da velocidade de conexão.

Aumento da qualidade e premiações

Com a popularidade crescente e mais investimentos na plataforma, a Netflix contava com um avanço no número e na qualidade de suas produções, que acabaram causando cada vez mais notoriedade no mundo todo. Em 2017, a Netflix ultrapassou a marca de 100 milhões de assinantes e ganhou o seu primeiro Oscar, por Melhor Documentário de Curta-Metragem, com “Os Capacetes Brancos“. Neste mesmo ano, ela introduziu o recurso interativo em suas produções, além de também dar ao usuário a possibilidade de pular as aberturas. A onda de premiações seguiu e, em 2018, a Netflix ganhou 23 estatuetas no Emmy por séries como “Black Mirror“, “GLOW“, “Godless“, “Queer Eye” e “Seven Seconds“, em um total de 112 indicações, tornando-a o estúdio com mais indicações à premiação naquele ano. Em agosto de 2018, a plataforma já era a responsável pelo consumo de 15% da internet no mundo todo. Mais indicações aconteceram em 2019, ano em que a plataforma de streaming de filmes e séries mais famosa do mundo ganharia quatro estatuetas do Oscar com as produções “ROMA” e “Absorvendo o Tabu“. Também neste ano, a Netflix ganhou seu primeiro Emmy de título interativo com o episódio em formato de filme/evento intitulado “Black Mirror: Bandersnatch” e, em 2020, ela se tornava a plataforma de streaming com mais indicações ao Emmy e Oscar. Foi também em 2019 que ela prosseguiu com a abertura de novos centros de produção em Londres, Madri, Nova York e Toronto. É claro que todas estas premiações não poderiam deixar de vir acompanhadas de algumas mudanças e outras novidades muito bem-vindas dentro do sistema da Netflix. Algumas delas se deram com a implementação de um código PIN como novo recurso de proteção para controle dos pais (2018), lançamento de sua primeira animação original com Klaus (2019), inauguração da lista TOP 10, que dava aos assinantes a possibilidade de acompanhar aquelas produções que estivessem mais em alta (2020) e, mais recentemente, o lançamento de jogos para aparelhos móveis (2021). Como resultado, em 2021, a Netflix anunciou a marca de superação de 200 milhões de assinaturas no mundo todo.  Todo este crescimento que a Netflix alcançou  também veio acompanhado de importantes feitos, onde a empresa esteve sempre demonstrando seu compromisso com a sociedade. Como exemplo, em 2020, a Netflix criou o fundo emergencial “Hardship Fund“, para ajudar os trabalhadores da área criativa que foram impactados pela covid-19 — com 2% do saldo destinado a instituições que apoiam as comunidades negras. Já em 2021, a Netflix mostrava seu estudo sobre diversidade em filmes e séries, um trabalho colaborativo com a Annenberg Inclusion Initiative, que é ligada à Universidade do Sul da Califórnia. Também em 2021, ela anunciou que planeja zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até o final de 2022. Atualmente, o dono da Netflix é Reed Hastings, uma vez que seu co-fundador, Marc Randolph, deixou a empresa em 2003, um pouco após passar o cargo de CEO da Netflix a Reed. Junta-se hoje a Reed, atuando ao seu lado o co-diretor executivo e diretor de conteúdo Ted Sarandos e o diretor de operações e de produto Greg Peters.

A história da Netflix através do tempo

Vejamos um resumo ordenado dos principais momentos da história da Netflix ao longo dos anos: Pré-streaming

1997: Criação da empresa; 1998: Lançamento do site www.netflix.com; 1999: Implementação do plano de assinatura mensal;  2000: Serviço de recomendação personalizada; 2001: Criação da rede social “Friends”;

2002: Entrada da Netflix (NFLX) na Bolsa de Valores Nasdaq; 2003: Alcance de 1 milhão de assinaturas; 2004: Alcance de 2 milhões de assinaturas;  2005: Lançamento do recuso Perfis; 2006: Alcance de 5 milhões de assinantes;

Pós-streaming

2007: Início do serviço de streamings de filmes e séries;  2008: Parceria com muitos aparelhos eletrônicos; 2009: Alcance de 10 milhões de assinaturas e parceria com Smart TVs; 2010: Expansão para o Canadá e parceria com Smartphones; 2011: Expansão para a América Latina (incluindo o chegada da Netflix no Brasil) e Caribe; 2012: Alcance de 25 milhões de assinaturas e expansão para a Irlanda, Países Nórdicos e Reino Unido; 2013: Grande investimento no lançamento das séries originais Netflix; 2014: Alcance de 50 milhões de assinaturas e expansão para Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Luxemburgo e Suíça. Introdução do streaming em 4K Ultra HD; 2015: Inauguração do primeiro filme original e da primeira série original em idioma estrangeiro. Expansão para Austrália, Cuba, Espanha, Itália, Japão e Nova Zelândia. Estreia do recurso descrições em áudio; 2016: Expansão para mais 130 países e implementação do recurso de download; 2017: Alcance de 100 milhões de assinaturas e conquista do primeiro Oscar; 2018: Conquista de 23 prêmios Emmy para séries originais; 2019: Estreia da primeira animação original e abertura de novos centros de produção em Londres, Madrid, Nova Iorque e Toronto; 2020: Inclusão da lista TOP 10 e consagração como o estúdio com mais indicações ao Emmy e ao Oscar; 2021: Alcance de 200 milhões de assinaturas e lançamento de jogos; 2022: Inauguração do evento Netflix is a Joke: The Festival.

Títulos Originais Netflix

Vimos uma grande quantidade de títulos originais da Netflix tomando a cena do streaming. As produções originais da Netflix ocupam hoje um percentual muito maior do que aquele visto antigamente, chegando a ocupar, no final de 2021, mais de 2400 títulos — entregando a maior parte dos lançamentos que chegam diariamente na plataforma.  O termo Títulos Originais é dado tanto para produções feitas e criadas nos próprios estúdios Netflix, considerados os verdadeiramente originais, quanto também para outros casos. Vejamos o que uma série realmente precisa para ganhar o selo “N” de Original Netflix: 

Produção da própria Netflix; Aquisição dos direitos exclusivos internacionais pela Netflix em determinada produção; Co-produção com outra empresa; Continuação de uma série já cancelada.

Entre os Títulos Originais mais importantes da Netflix; aquelas mais icônicas, consagradas e de maior sucesso entre o público; vejamos agora um breve resumo de suas principais qualidades, enredo e história da recepção.

Lillyhammer (2012 – 2014)

Iniciando a onda de séries patrocinadas pela casa, Lillyhammer conta a história de Frank Tagliano (Steven Van Zandt), um ex-mafioso de Nova Iorque que ganha refúgio e uma nova identidade — como uma forma de proteção após denunciar um chefe da máfia —, resolvendo se instalar na pequena cidade de Lillehammer, Noruega, para viver em paz e construir uma nova história. Agora, na nova cidade e com um novo nome, “Giovanni Henriksen” (como é agora atendido) terá que lutar contra seu comportamento para se livrar de maiores problemas. A série norueguesa Lillyhammer pode ser considerada a primeira série original Netflix, inicialmente exibida pelo canal de TV aberta da Noruega NRK, e, logo após a aquisição pela Netflix, na plataforma de streaming, que se tornou sua co-produtora a partir da segunda temporada. A terceira e última temporada da série conta com atores brasileiros — como Antônio Pitanga, Caetano O’Maihlan, Emílio Dantas e Ildi Silva,  Joana Chiapetta —, além de possui localizações das filmagens em bairros da cidade do Rio de Janeiro por conta de um envolvimento do personagem Roar Lien (Steinar Sagen), membro da gangue de Frank, com uma mulher da região que ele conhecera via web.

House of Cards (2013 – 2018)

Primeira grande aposta da Netflix em suas produções originais, a série House of Cards conta a história de Francis Underwood (Kevin Spacey) e sua ambição em governar os Estados Unidos, fazendo-o ultrapassar os limites em busca da liderança. Para alcançar sua meta, ele conta com a ajuda de sua esposa, de um outro político e de uma jornalista ambiciosa. A série, que é uma adaptação do romance homônimo de Michael Dobbs,  fez grande sucesso na plataforma — ganhando diversas premiações ao longo dos anos — e contou com seis temporadas em 73 episódios. Foi também a primeira produção a ser reproduzida em resolução 4K Ultra HD na Netflix.

Bird Box (2018)

O filme Bird Box mostra um incidente com o planeta Terra, quando uma mulher (Sandra Bullock) deve levar duas crianças por um longo caminho de olhos vendados — a única forma de evitar os espectros soltos que, quando avistados, causam sentimentos extremos, levando ao suicídio compulsivo. Um dos grandes títulos com temática baseada no fim do mundo, Bird Box fez sucesso por apresentar uma atriz famosa em um enredo interessante e misterioso. Baseado no livro de mesmo nome que foi escrito por Josh Malerman, Bird Box teve suas gravações em locais de Los Angeles e Monrovia, com cenas de floresta na Jedediah Smith Redwoods State Park e de rio no Smith River, ambos situados na Califórnia. Muitos prêmios foram concedidos ao longa, como Performance mais Assustada por Bullock, na MTV Movie + TV Award (2009), Melhor Música (Golden Trailer Awards, 2019), Melhor Filme de Streaming (Fangoria Chainsaw Awards, 2019), entre outros.

Stranger Things (2016 – Atual)

Um dos pilares e também uma das mais famosas produções da marca hoje, Stranger Things reuniu tudo que uma boa série precisa: grupo de amigos em aventuras, casos misteriosos para descobrir e uma vibe super anos 80! A descoberta de um mundo invertido numa cidade pequena e de personagens carismáticos, incluindo uma protagonista com superpoderes, só veio para aumentar ainda mais a aceitação do público e o sucesso vindouro que ele receberia. Caminhando para a segunda parte da quarta e penúltima temporada, Stranger Things se tornou um sucesso quando de seu lançamento e já garantiu diversos prêmios no Emmy Awards, além de festivais como Bafta, Grammy, MTV Movie & TV Awards e muitos outros. A série também ostenta elevadas notas em sites de rankings como Rotten Tomatoes e IMDb e é hoje uma das principais franquias da Netflix, chegando a ganhar um dia especialmente dedicado a ele no evento Netflix Geeked Week.

Round 6 (2021 – Atual) 

Fenômeno mundial desde o seu lançamento, Round 6 (leia nossa análise), também conhecido por Squid Game no resto do mundo, conta a história de pessoas em situações de dificuldade financeira que aceitam a proposta de entrar em um jogo com a chance de ganhar uma grande fortuna ao final da disputa. Contudo, eles não contariam com o teor, digamos, sanguinário e mortal da competição que utiliza muitos temas de brincadeiras infantis como tema de seus jogos. A série — que seria um filme e, no início, foi recusada por um estúdio coreano — ganhou o apoio da Netflix e se transformou no fenômeno que é hoje, além de já garantir a previsão de uma segunda temporada, com as gravações já iniciadas. Diante de tamanha popularidade, recentemente, foi anunciado que a franquia irá ganhar uma competição em formato de reality show baseada na série e organizado pela própria Netflix. A Squid Game: The Challenge, série com 10 episódios e participantes da vida real, pretende oferecer um prêmio de U$ 4,56 milhões ao vencedor que derrotar outros 455 participantes em disputas com eliminações mais amenas (assim esperamos).

A Netflix no Brasil

Em 5 de setembro de 2011, a Netflix era lançada no Brasil e a empresa assinaria contrato de licença com diversas produtoras, entre as quais Paramount, Sony Pictures, BBC Worldwide, MGM e Disney, para citar algumas. A Netflix no Brasil em 2015 já faturava um valor mais alto que o gerado pela TV aberta. Muitas produções nacionais entraram no catálogo da plataforma de streaming, além de títulos originais produzidos em solo brasileiro, como o debutante 3%. Mesmo com uma oferta menor de títulos em relação aos EUA, o Brasil pode ser considerado um dos países com uma maior quantidade de produções disponíveis, chegando a ultrapassar muitos países europeus. Uma das atrações para o público brasileiro inclui as redes sociais da marca por aqui, sempre muito antenadas com o público brasileiro. Outro grande acontecimento foi a realização do evento TUDUM Netflix, realizado inicialmente de forma presencial no dia 25 de janeiro de 2020 na cidade de São Paulo para os fãs brasileiros, que contou com a segunda edição em novembro do mesmo ano e teve sua expansão mundial no ano seguinte com o evento intitulado TUDUM Netflix: A Global Event.  Idealizado em 2020, por conta da segunda edição do evento, foi lançado também o Almanaque TUDUM — uma espécie de enciclopédia contendo muitas páginas coloridas e ricamente diagramadas, com questionários e painéis que divulgam as principais produções da Netflix, além de revelar muitas boas curiosidades da plataforma. O almanaque ganhou, em 2021, uma edição especial em comemoração aos 10 anos de presença nacional da maior plataforma de streaming da atualidade. 

Principais eventos

Netflix is a Joke: The Festival

A primeira edição do evento “Netflix Is a Joke: The Festival” teve 11 dias de duração e aconteceu entre os dias 28 de abril e 8 de maio de 2022 presencialmente na cidade de Los Angeles, Califórnia, com 295 apresentações. O evento contou com performances ao vivo de comédia e foi realizada em 30 locais da cidade, sendo considerado pela Netflix o maior festival de comédia do planeta já feito! Trazendo uma lista imensa de comediantes e ídolos do stand up — incluindo aí uma grande lista de brasileiros —, o festival apresentou entrevistas, shows de comédia, leituras de roteiro, gravações de podcasts, e outras atrações. Vale destacar que muitos dos shows realizados estão sendo transmitidos pela plataforma de streaming.

Semana Geeked (Geeked Week)

Cinco dias de evento trouxeram o melhor das novidades na Semana Geeked da Netflix. Com cada dia dedicado a um assunto específico, entre os quais séries, filmes, animações, Stranger Things e jogos, o evento, que ocorreu entre os dias 6 e 10 de junho, trouxe muitos assuntos do mundo nerd que somavam 60 novas produções a serem lançadas nos próximos meses.

TUDUM Netflix: A Global Event 

O evento que iniciou no Brasil ganhou maiores proporções em sua terceira edição, conta agora com transmissão voltada ao mundo todo em um evento online que traz sempre muitas novidades acerca dos principais títulos que virão a aparecer na plataforma durante os próximos meses. A depender do sucesso de TUDUM (o mesmo som de abertura das produções do catálogo Netflix), ele deve voltar logo mais, ainda este ano, em um novo e eletrizante evento global. Você também pode assistir ao conteúdo dessa matéria no nosso YouTube: Saiba mais Gostaram de conhecer a história da Netflix e suas características atuais? Comente abaixo. E aproveite para ler também em nosso site um artigo contando a história da Nintendo, desde a época dos baralhos até os dias mais atuais. Fontes: Netflix, Fortune, Slide Share, R7, What’s on Netflix 1 | 2, Interesting Engineering, Britannica, Good Times, MUO, Veja, Filmow, UOL, Gibson Biddle’s “Ask Gib” Product Newsletter

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