Após ouvir diretores de mais de 100 empresas de diversos portes, a empresa brasileira, que é do ramo de Tecnologia (TI), listou dez tendências que ditarão as regras e preverão investimentos. Veja cada um deles agora mesmo.
Demanda de componentes será maior que oferta
Os anos de 2020 e 2021 foram marcados por uma grande interrupção em diversos setores e isso não seria diferente no mercado de tecnologia. Muitas empresas viram suas fábricas pararem de funcionar durante dias e, além das quedas nas vendas, a Apple precisou parar de fabricar iPhones pela primeira vez na década. A primeira previsão para o mercado de TI é justamente resolver este problema no Brasil, visto que produtos importados chegam a nosso país com um preço altíssimo. Investimentos em fábricas que trabalham no desenvolvimento de semicondutores com arquitetura abaixo de 10 nanômetros já estão sendo realizados, mas o estudo da IDC Telecom aponta que o mercado ainda deve sentir uma baixa de produtos que utilizam chips de gerações anteriores. O ano de 2022 deve ser de transformação, apesar de as fabricantes estarem atualmente trabalhando para atender a demanda que atualmente está em aberto. A IDC estima que haverá um crescimento de 1,9% em unidades e de 12,6% em valor. O valor total gerado deve ser de US$ 481 milhões (R$2,538 bilhões).
Crescimento de ambientes híbridos
Quando falamos sobre o mercado de TI, isso também inclui os servidores e armazenamento em nuvem, que diversas empresas já usam em seu dia a dia. A IDC Telecom apontou que a junção de ambientes virtuais e físicos (híbridos) aumentará em 70%. O dado não aponta que as empresas de médio e grande porte deixarão de investir em servidores próprios, já que 87% das companhias afirmam que terão um data center próprio ou terceirizado em 2022. Além disso, 97% dos diretores que participaram da pesquisa afirmam que atualmente há alguma solução de serviço de nuvem em suas empresas. É mais correto dizer que as empresas investirão nesta mesclagem entre digital e servidores físicos. A previsão de crescimento dos serviços de Infraestrutura como serviço (Infrastructure as a Service ou IaaS) na nuvem pública cresça 36% em relação ao ano passado, atingindo gastos de US$ 1,9 bilhão (aproximadamente R$ 10 bilhões). Quando olhamos para o uso da nuvem privada, o crescimento será mais discreto, mas, ainda assim, bastante importante. O estudo aponta que, em 2022, o crescimento desta modalidade seja 7,9% maior em relação ao do ano passado, com gastos de US$ 540M (R$ 2,843 bilhões) apenas no Brasil.
Maior contratação de especialistas em cibersegurança
Não há como negar que o ano de 2021 foi marcado por diversos ataques hackers, um deles que, por sinal, deixou o site do Ministério da Saúde inativo durante dias. Também se sabe que 38% das empresas globais sofreram algum ataque de Ransomware. De olho no que está acontecendo no mundo e principalmente no Brasil, 76% dos diretores e líderes ouvidos pela IDC Telecom já afirmam que irão procurar por especialistas em segurança, ação focada em trazer mais segurança para seus clientes e funcionários. 57% das empresas brasileiras irão optar por realizar a contratação de especialistas externos que podem ser essenciais para evitar problemas. 4 a cada 10 entrevistados (40%) sabem que a falta destes profissionais em suas companhias é um problema crítico e deve ser resolvido quanto antes. A IDC Telecom aponta que a grande procura fará com que os investimentos cheguem a US$ 1 bilhão (R$ 5,27 bilhões) apenas no Brasil (isso inclui empresas, serviços profissionais e serviços gerenciados). O crescimento chegará a 10% em relação ao começo da pandemia. Os serviços ou softwares irão movimentar US$ 860M (4,528,50 bilhões), com 36% das empresas já se preparando para o atendimento da demanda.
Uso de dados para impulsionar negócios
Muito se fala sobre como as informações sobre uma empresa não podem cair em mãos erradas, mas apenas nos últimos anos é que os líderes estão entendendo que os dados também podem ser utilizados para melhorias internas. Além disso, as novas soluções impulsionadas pelos avanços da tecnologia também serão o novo foco de empresas do mercado de TI e Telecom. 22% dos entrevistados acreditam que, em 2022, 27% de seus ganhos serão de produtos ou serviços habilitados digitalmente. Outro dado interessante é sobre a chegada da internet de quinta geração (5G) às empresas. Finalmente começando a ser uma realidade no Brasil e outras partes do mundo, cerca de 97,8 ZB (Zettabytes) devem ser gerados ao nível global. 22% destas informações estando na computação de borda, também chamada Edge Computing (quando o processamento acontece no local físico ou próximo do usuário). Se espera que o investimento de US$ 2,9 bilhões (R$ 15,27 bilhões) seja direcionado para soluções de Big Data & Analytics. O crescimento chegará a 10,8% em relação ao ano anterior. Os números também são gigantes se falarmos sobre IA/ML (Inteligência Artificial e Machine Learning): a previsão é de que US$ 504M (26,53 bilhões) sejam investidos, crescimento de 28% em relação ao ano passado.
Uso de redes de 5G Standalone será maior
Redes 5G standalone são aquelas que, como o nome indica, funcionam sem a necessidade de outro tipo de rede. No caso de conexões não-standalone, acontece um aproveitamento da rede que já está disponível para que a implementação seja mais rápida. As redes privadas, que podem ser utilizadas para diversos propósitos, serão os “grandes alicerces para que as empresas consigam ter uma maior conexão“, de acordo com a própria IDC Telecom. Um dos grandes desafios ainda é realmente explicar para o consumidor final que ele precisa (ou pode precisar) das redes 5G. Entretanto, se estima que, até 2025, o investimento de US$ 25,5B (R$ 133,64 bilhões) seja feito para que este tipo de rede vire tendência no Brasil. Estas serão as tecnologias que mais receberão este valor:
Inteligência artificial;Big Data & Analytics;Cloud;Segurança;AR/VR;Robotics;IoT.
Network as a Service (NaaS) como opção para infraestrutura
A solução de Network as a Service pode ser explicada como uma novidade que entrega hardware, software, ferramentas de gerenciamento, licenças e serviços do ciclo de vida em um só pacote. Com os avanços das tecnologias, a IDC Telecom lembra que isso chega para aprimorar a infraestrutura que está sendo utilizada e não para substituir. Atualmente, 67.5% dos entrevistados apontam que o maior incentivador para que as empresas façam a contratação desta solução é a necessidade de expandir a capacidade de TI para apoiar o crescimento dos negócios. Empresas que estiverem investindo em novidades para personalizar soluções e gerenciar aplicações serão as líderes de mercado, já que 90% dos diretores afirmaram que este é um dos principais desejos.
Device as a Service (Daas) evoluirá
Foi-se o tempo que dispositivos móveis eram utilizados apenas como aparelho de entretenimento. De acordo com a IDC Telecom, impressoras, desktops, notebooks, tablets ou smartphones estão sendo mais utilizados pelas empresas brasileiras, e a tendência é que o crescimento siga acontecendo em 2022. Se sabe que as fabricantes precisam contratar mais fornecedores para que a demanda seja atendida. A solução de PCaaS (PC as a Service) receberá mais de US$ 100 milhões (R$ 526,07 milhões) para que o uso aumente. O crescimento chegará a 21% em relação ao ano anterior e a variação de preços (ao lado da grande lista de dispositivos no mercado) está aumentando também a relevância.
Profissionais de IoT serão orquestradores do mercado
Muitos diretores e chefes de empresa ainda possuem muita dúvida sobre como uma solução de Internet das Coisas poderia ajudar sua rotina. O ano de 2022 deve ser utilizado para que os profissionais expliquem os detalhes de forma mais clara. A IDC Telecom aponta que os profissionais de IoT que entendem sobre conectividade, plataformas IoT, armazenamento, servidor, segurança, análise e serviços de TI serão essenciais para que as empresas tenham maior conectividade. Cerca de US$ 1,6 bilhões (R$ 8,42 bilhões) serão investidos na contratação de pessoas e empresas que entendem de IoT. O crescimento deve chegar a 17,6%.
Abordagem especializada
O crescimento das empresas provocou uma mudança no pensamento dos líderes e diretores de empresas, então, para o ano de 2022, se espera que a procura por especialistas seja ainda maior. 61% dos entrevistamos querem uma abordagem consultiva especializada, com profissionais trazendo conhecimento adequado com a empresa. Uma maior conversa sobre o futuro dos negócios também é bastante valorizada. Se mais empresas procuram por estes profissionais, então mais dinheiro será investido. Com as contratações voltando a acontecer, se espera que o investimento seja de US$ 44 (R$ 231,63 bilhões) e o crescimento chegue a 6,7% em relação ao ano de 2021.
Wearables serão mais utilizados
Fechando a lista de previsões para o mercado de TI, a IDC Telecom divulgou que empresas do mercado estarão mais abertas para dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras inteligentes, assim como fones de ouvido sem fio e até mesmo óculos de realidade virtual. Há oportunidades de crescimento no mercado corporativo. Enquanto algumas empresas já fazem parcerias com consultoras de seguro de vida e seguros de saúde, os smartwatches ainda são mais optados. Se espera que para o ano de 2022, o crescimento siga acontecendo, atingindo a marca de 15,8% em unidades e 17% em valor. Apesar da baixa de componentes no mercado, que deve ser corrigida com o passar do ano, a parceria entre as empresas ajudará neste crescimento.
Metodologia do estudo sobre previsões para mercado de TI
Realizado com empresas de todo o Brasil e durante o segundo semestre do ano passado, a IDC Telecom ouviu diretores de 100 empresas de todos os portes (pequeno, médio e grande). Além disso, previsões para os mercados foram dadas:
O mercado TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações) crescerá 8,2%;O mercado de TI deve ter um crescimento de 10,6%;O mercado de Telecom pode apresentar um crescimento de 4,0% previsto para 2022 (de acordo com crescimento do 5G e avanço de dados móveis);A previsão de crescimento de do mercado de TI Enterprise é 8,9% e, 2022.
O que você achou de todas as previsões para o mercado de TI e Telecom? Diga pra gente nos comentários!
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