Não é segredo que a oitava temporada de Game of Thrones foi recebida pelos fãs e pela crítica especializada como uma catástrofe. Claro, há de se argumentar que a série já não estava em sua melhor forma desde a quinta temporada, mas imagino que poucos esperavam um final tão… esdrúxulo, para dizer o mínimo. Não foi a primeira e nem a última vez que uma série de sucesso cometeu deslizes e se afundou na própria ganância — basta ver o exemplo de Lost — mas o que chama a atenção é que a HBO não largou o osso, por assim dizer. E também, por quê largaria? Apesar do descrédito, GoT foi uma das franquias de maior sucesso da emissora e transformou-se num fenômeno mundial. Não à toa, algumas séries derivadas já foram especuladas e uma delas, inclusive, confirmada. House of the Dragon, ou A Casa do Dragão, em tradução livre, terá como contexto 300 anos antes da história que conhecemos, tratando sobre o domínio da casa Targaryen sobre Westeros. A produção já começou e a emissora espera que o novo capítulo do universo de GoT chegue à televisão em 2022. Além de House of the Dragon, há rumores de pelo menos outras 4 séries em desenvolvimento, cada qual num período distinto. A mais promissora delas talvez seja a história de Sor Duncan, o Alto, comandante da Guarda-Real que leva o então príncipe herdeiro Aegon Targaryen, apelidado de Egg, numa viagem para conhecer o povo dos Sete Reinos. Para fazer um paralelo, na série original, o Senhor Comandante da Guarda-Real é, primeiramente, Sor Barristan Selmy, o Ousado, e depois Sor Jaime Lannister, o Regicida. Já sobre Egg, o único elo que temos é seu irmão, o Meistre da Patrulha da Noite, Aemon Targaryen. Apesar disso, não há muitas informações adicionais. Pessoalmente, creio que a série siga um modelo parecido com The Mandalorian, sucesso recente da plataforma de streaming Disney+. Apesar das diferenças óbvias, as semelhanças não podem deixar de ser notadas: um guerreiro formidável e famoso acompanhando uma criatura pequena em sua jornada de aprendizado. O que muda, no entanto, é que não há caçadores de recompensa desesperados atrás do príncipe Egg. Ou será que há? Leia o livro caso fique curioso e não queira esperar pela série. Aproveite o Iron Anniversary de Game of Thrones para se inteirar.

HBO lembra dos 10 anos de Game of Thrones com o Aniversário de Ferro

O Aniversário de Ferro, como foi chamado pela HBO, é um mês de comemoração dos 10 anos de Game of Thrones. Ao entrar no site da emissora, vemos que o serviço de streaming HBO Max está promovendo uma maratona — chamada criativamente de MaraThrone, num trocadilho infame com o nome da série — um pouco diferente. Diferente porque, primeiro de tudo, a emissora está encorajando os fãs a doarem para pelo menos uma das dez organizações sem fins lucrativos apresentadas no site. São elas:

Women for Women International;World Central Kitchen;Conservation International;The Trevor Project;International Rescue Committee;UNICEF;FilmAid International;SameYou;Royal Mencap Society;National Urban League.

Quem sou eu para questionar o motivo de uma emissora multi-milionária sugerir para os fãs doarem seus respectivos ganhos para causas sociais sendo que, bem, ela mesma pode fazer isso de modo muito mais impactante, não é mesmo? De qualquer forma, a MaraThrone da HBO também oferece aos assinantes a possibilidade de escolher até 6 rotas diferentes para assistir à série. Apesar disso parecer o enredo de uma light novel, as rotas são as seguintes:

Bem-vindo a Westeros: maratona clássica, indo do primeiro episódio da primeira temporada até o último da oitava;MaraThrone de Combate: maratona cujo objetivo são os melhores combates (um contra um ou gerais) da série, como a Batalha dos Bastardos, Batalha da Água Negra, Hardhome, Oberyn x A Montanha, Cão de Caça x Brienne etc;Caminho de Fogo e Sangue: acompanhe os melhores momentos de Daenerys ao longo da série inteira;Uma coleção não tem nome: semelhante à anterior, relembre as melhores aparições de Arya Stark;Caminhada de gelo: veja a ascensão e queda do segundo maior inimigo de Westeros, os Caminhantes Brancos;Uma caminhada estragada: minha favorita, relembre a dor pungente dos episódios mais chocantes da série.

Aos fãs brasileiros, entretanto, fica uma triste constatação: o HBO Max ainda não chegou por aqui (a estreia do serviço de streaming na América Latina está prevista para junho), o que significa que nada disso pode ser feito oficialmente. Basta acessar o site dedicado à série, no entanto, que a lista de episódios de cada rota estará disponível — e você pode assisti-los na plataforma HBO GO, disponível através de assinatura ou para assinantes dos pacotes HBO nas operadoras de TV brasileiras. E pelo amor de deus, se você nunca assistiu nenhum episódio, não siga a rota 6. Principalmente quando chegar a vez do episódio 9 da terceira temporada, conhecido e temido pelos fãs como Casamento Vermelho.

Além desses pequenos agrados, a HBO também preparou brindes físicos para alguns influenciadores digitais que acompanharam estes últimos 10 anos de Game of Thrones. Não que alguém vá ganhar isso no Brasil — seria meu sonho? — mas é bom saber que pelo menos algumas pessoas estão aproveitando. Uma ação interessante é que, de acordo com o release, três casais que tiveram uma cerimônia de casamento com temática de GoT receberão brindes especiais, como barris de vinho personalizados, cálices customizados e bolos elaborados por uma confeitaria parceria da emissora. Os 10 anos de Game of Thrones e o Aniversário de Ferro também catapultaram alguns produtos de qualidade especial, como um ovo cheio de joias fabricado pela famosa Fabergé — responsável pelos ovos da monarquia russa nos séculos passado e retrasado –, cervejas artesanais temáticas produzidas pela dinamarquesa Mikkeller e funkos (aqueles bonequinhos) especiais da série.

Tentativa de recuperar o estrago feito ou estratégia de publicidade?

Parece um tanto claro que os dois pontos citados no subtítulo acima estão relacionados, não é? Nem sempre é o caso, no entanto, dado que uma empresa reparar o estrago feito por determinado produto só costuma acontecer quando há perda de dinheiro envolvida. Muito pelo contrário, mesmo com a reação negativa da audiência, a HBO lucrou consideravelmente com a série, então não havia motivo para tentar recuperar esse dano, mesmo com uma petição online de mais de um milhão de assinantes para a reformulação do final. O grande problema disso é que a série foi praticamente esquecida depois de 2019, ano de estreia da oitava temporada. Pouco se lê sobre ela na internet — quando muito, ficamos felizes de reconhecer algum ator cuja fama é oriunda de lá se saindo bem por aí, como é o caso de Pedro Páscal, que interpretou Oberyn Martell e foi virar o maior paizão das séries atualmente em The Mandalorian. É curioso pensar que, nos 10 anos de Game of Thrones, os livros ainda geram tanta discussão e teorização por parte dos fãs, ao contrário da série, que ficou no esquecimento. Com medo de perder os interessados no universo de Gelo & Fogo, a HBO aposta nestas lembranças de 10 anos de Game of Thrones para que os resultados sejam colhidos na forma de audiência nas novas séries. Agora, honestamente, se a emissora já diminuía gastos com batalhas e afins e diminuía a aparição dos dragões pela mesma razão, como eles farão para lidar com uma história cheia dessas criaturas míticas está além do meu conhecimento. Pelo menos George R. R. Martin supervisionará os roteiros daqui para frente, coisa que não aconteceu com a dupla David Benioff e D.B. Weiss. Enquanto isso, nós, leitores, torcemos para que George não morra antes de finalizar os livros, uma esperança que cada dia se mostra mais improvável. O que achou das iniciativas dos 10 anos de Game of Thrones da HBO? Gostou? Conte-nos abaixo! Fontes: Variety | Warner | The Guardian

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